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Cinema e Séries
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Jamie Lee Curtis volta a 'Halloween' para acerto de contas final com Michael Myers

Atriz também é cotada para premiações por 'Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo'

Jamie Lee Curtis posa para foto em Santa Mônica Ryan Pfluger/The New York Times

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Kyle Buchanan
Santa Mônica
The New York Times

"CARA!", exclamou Jamie Lee Curtis, que caminhava descalça entre os recipientes de reciclagem. Ela tinha me recebido, na calçada diante de sua casa, apenas um minuto antes, mas já estava estendendo as mãos em minha direção, identificando um espírito irmão —ou no mínimo me classificando como o tipo de pessoa que gosta de ouvir uma dessas histórias engraçadas que os donos de animais de estimação gostam de contar sobre eles.

"É uma vergonha", disse Curtis, 63, "mas vou contar mesmo assim".

Curtis estava prestes a partir em uma longa viagem que incluía trabalho de promoção para o filme "Halloween Ends - O Acerto de Contas Final", seu último trabalho para a duradoura franquia, e contatos com a imprensa para divulgar "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo", sucesso independente lançado em março, do qual ela foi uma das estrelas e que é cotado para diversos prêmios na temporada de premiações, e o itinerário longo a preocupava. O que todas aquelas semanas de ausência significariam para seu cachorro, um doce terrier-poodle chamado Runi?

Se você já fez as malas e viu seu cachorro colocar o rabo entre as pernas de tristeza, vai entender por que, um dia antes de nossa entrevista, Curtis estava se esforçando tanto para esconder a viagem iminente.

"Foi uma loucura", ela disse. "Eu precisava fazer as malas, malas grandes, e por isso coloquei Runi em sua caixinha no meu quarto, liguei o ar condicionado, coloquei um disco do Boston —bem alto— e fechei a porta para que ele não ouvisse o zíper das malas no quarto ao lado". Ela fez uma pausa dramática. "Ou seja, eu estava COMPLETAMENTE obcecada"!

Embora isso contrarie o manual de redação do The New York Times, Jamie Lee Curtis tende a se expressar em maiúsculas. Um tuite que ela postou no começo deste mês proclamava "VOCÊ NÃO É CONTEÚDO! VOCÊ É UM SER HUMANO!", e as legendas das fotos que ela posta no Instagram variam de "QUE DEMAIS!", sobre a reunião comovente entre o ator Ke Huy Quan, que trabalhou com Curtis em "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo", e Harrison Ford, com quem o ator dividiu a tela em "Indiana Jones e o Templo da Perdição", a "UMA VIDA INTEIRA DE SERVIÇO" (sobre uma foto da rainha Elizabeth 2ª) e "DELÍCIA para minha BARRIGA" (um hambúrguer). Em pessoa, Curtis é vigorosa e passional, como uma manifestação humana do empurrão entusiástico que Elaine distribui em "Seinfeld".

"Eu às vezes sou muito passivo em minha forma de me comunicar, e por isso a admiro", disse Daniel Scheinert, que dirigiu "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo", em parceria com Daniel Kwan. "Mas ela odeia quando Dan diz que ainda se sente intimidado diante dela; Jamie diz que é uma pessoa muito simpática, e nós rebatemos que, OK, mas ainda assim você é Jamie Lee Curtis".

Curtis se tornou uma estrela há 44 anos, mas exerce esse poder de maneira positiva. Se outras atrizes tendem a ser cautelosas, ela prefere ser direta, quer o tema seja envelhecer (ela deixou de pintar seus cabelos grisalhos anos atrás), vício (Curtis fala abertamente sobre seu vício em Vicodin, que ela conseguiu superar em 1989), ou cirurgia plástica (depois de experimentar Botox e lipoaspiração, ela decidiu que não faria mais intervenções cosméticas). Com seu talento para contar histórias e sua habilidade de forjar uma conexão imediata, como se estivesse afirmando que aquilo que você tem diante de seus olhos é uma pessoa de verdade, ela teria sido formidável na política, ou pelo menos poderia interpretar facilmente o papel de uma líder política, em algum filme derivado de "Jogos Vorazes".

Filha dos atores Tony Curtis e Janet Leigh, Curtis é parte da realeza de Hollywood, e já que seu marido, Christopher Guest, vem de uma família britânica com conexões aristocráticas, a atriz é tecnicamente uma baronesa, mas não seria apanhada de maneira alguma usando o título. (Além disso, os outros títulos de Guest —ele dirigiu "Esperando o Sr. Guffman" e "O Melhor do Show"— são muito mais impressionantes.)

Mas por sob o estrelato, a linhagem e a intensidade com que ela às vezes fala, Curtis tem um coração mole, ela me diz. "Toda minha habilidade como artista é que tenho respostas sensoriais incríveis", disse Curtis, que interrompia constantemente as histórias que estava me contando para me mostrar os braços arrepiados. (Em determinado momento, a pele dela se arrepiou só porque ela estava me falando sobre sentir arrepios.) Ou, para dizer a mesma coisa de outra forma: "Sinto todas as sensações, o tempo todo", ela disse.

Àquela altura, ela já me tinha me conduzido até sua cozinha, um palácio de mármore com clarões coloridos que incluíam estofamento dourado no cantinho de café da manhã, uma luminária de cobre pendendo sobre a mesa da cozinha, um vaso de tulipas rosa e um pôster laranja emoldurado onde se lê: "LEMBRETE PARA MIM MESMO: SEJA GENTIL, SEJA GENTIL, SEJA GENTIL". Ela tinha feito um bolo de limão para alimentar nossa conversa, e embora insistisse em que não estava sendo exibida –"fiz o bolo porque estava com fome"—, tem orgulho de sua competência como dona de casa.

"Sou uma ‘hausfrau’", ela disse, e usou a idade de suas filhas para calcular que mora naquela casa em Santa Mônica há 31 anos. Em uma cidade onde os ricos ociosos tendem a mudar de casa como mudam de roupa, uma estadia duradoura como essa é incomum, mas Curtis não parece dar grande importância ao fato. "Continuo casada com meu primeiro marido, se você me entende".

Embora seus pais tenham se divorciado quando ela tinha apenas três anos, e embora sua mãe tenha sido casada quatro vezes e seu pai seis, esse histórico não diminui a fé de Curtis na santidade do matrimônio. O conceito de um compromisso como esse a comove. Em certo momento, quando lhe contei que estava namorando alguém, Curtis tirou um anel de seu dedo e o deu para mim: "É bem fácil. VAMOS LÁ!"

Os casamentos de suas duas filhas foram realizados no quintal da casa, à sombra de um carvalho –um deles em maio, quando a atriz presidiu à cerimônia de casamento de sua filha Ruby, vestida como uma feiticeira do videogame "World of Warcraft". Depois do casamento, Curtis postou fotos do casal no Instagram, ao lado de uma foto que a mostrava brandindo o tipo de lâmina que seu inimigo permanente nos filmes de terror, Michael Myers, certamente teria em sua gaveta de facas.

"NÃO DÁ PARA INVENTAR ALGO ASSIM!", ela escreveu. "A ÚNICA coisa que sobrou no final de todo este lindo casamento, depois que tudo foi recolhido, foi essa ‘f-ing’ faca de açougueiro que eles usaram para cortar o bolo de casamento de tiramisu!"

Sob a foto, ela postou a data de lançamento de "Halloween Ends - O Acerto de Contas Final" e dois emojis de facas. "Eu sou uma arma de promoção em massa", me disse Curtis, com um sorriso.

Curtis não planejava ser a face dos filmes de terror. Ela odeia ser assustada, não gosta de assistir a filmes violentos e, apesar de todas as suas opiniões muito firmes, tenta nunca discutir. "Meu marido e eu provavelmente tivemos duas ou três brigas em 38 anos", ela disse. "Gosto de coisas agradáveis, perfumadas e tranquilas. Gosto de cachorros fofinhos e sossegados, sabe?" (Runi, deitado aos pés dela, parece concordar.)

Mas quando Curtis, aos 19 anos, foi escalada para o papel da babá ameaçada Laurie Strode no clássico "Halloween - A Noite do Terror", de John Carpenter, em 1978, isso criou um percurso central para sua carreira, em um gênero ao qual ela voltaria constantemente apesar de desvios que a conduziram ao drama ("Eternamente Jovem", "Meu Primeiro Amor"), ação ("True Lies") e comédia ("Trocando as Bolas", "Um Peixe Chamado Wanda", "Sexta-Feira Muito Louca").

Em seus primeiros filmes do gênero, como "A Névoa Assassina" e "Baile de Formatura", ela solidificou sua reputação no ramo do terror; mais tarde, em "Scream Queens", série paródica criada por Ryan Murphy, ela o satirizou. Ao longo do caminho, Curtis retomou o papel de Laurie diversas vezes, embora sua tentativa de pôr fim definitivo à série com "Halloween H20 - 20 Anos Depois", de 1998, tenha dado em nada por interferência dos produtores. "O contrato impedia que acabássemos com a série", disse Curtis, que mesmo assim concordou em voltar ao papel se a personagem fosse morta no começo de "Halloween - Ressurreição", a continuação filmada em 2002, e recebeu um cachê polpudo por seus 10 minutos de participação.

Curtis pensou que "Halloween" tivesse ficado no passado, depois disso, mas uma boa franquia de horror nunca deixa sua heroína escapar tão facilmente. Em 2017, depois de uma versão de "Halloween" comandada por Rob Zombie, o diretor David Gordon Green propôs a Curtis um retorno à série que descartaria todos os filmes feitos depois do original de 1978. Na nova retomada, Laurie seria uma vítima beberrona de síndrome de estresse pós-traumático, que passou décadas se preparando para uma desforra contra o vilão que a aterrorizou tanto tempo atrás. Curtis aceitou a proposta, e o filme de 2018 bateu recordes de bilheteria, entre os filmes de terror, com faturamento mundial bruto de mais de US$ 255 milhões (R$ 1,345 bilhão no câmbio atual).

O filme foi feito como um trabalho isolado, ela disse, sem a intenção de transformá-lo em trilogia. Mas na véspera do lançamento, Green conversou com Curtis para propor duas continuações que enfim permitiriam que ela deixasse a série em seus termos. O segundo filme, "Halloween Kills: O Terror Continua", do ano passado, é sobre a resposta coletiva da cidade a Michael Myers e sobre a maneira pela qual o medo coletivo pode resultar em violência. E o terceiro filme, "Halloween Ends - O Acerto de Contas Final", subverte as expectativas, funcionando mais como um drama trágico do que como um filme de terror. Mesmo antes de seu confronto final e inevitável com Michael, Laurie tem que batalhar para curar suas persistentes feridas.

Curtis estava ansiosa por mergulhar em todo aquele contexto adicional. "Tenho certeza que você viu aquela meme em que apareço repetindo a palavra ‘trauma’", ela disse, falando sobre um vídeo de internet no qual ela aparece dizendo repetidamente a jornalistas que a nova trilogia "Halloween" na verdade gira em torno de "TROUMA", palavra que ela pronuncia de modo bombástico e teatral. "Mas você quer saber de onde ele veio?", perguntou Curtis. Ela me indicou uma participação que fez em 2018 na Comic-Con, em que um espectador contava que conseguiu sobreviver a uma invasão à sua casa se perguntando o que Laurie faria naquela situação. "Estou aqui hoje por causa da maneira pela qual você retratou Laurie Strode", ele disse a Curtis. "Hoje sou um vencedor e não uma vítima."

Olhei para o braço dela: arrepios. "Não gosto desses filmes, mas eles são sobre algo muito maior do que eu", disse a atriz. "Não estou tentando pintá-los como mais artísticos do que são, mas algo acontece com as pessoas quando elas assistem, e a reação que recebo delas é essa. É louco e muito emotivo."

No segundo trimestre do ano passado, Curtis leu um texto de marketing sobre "Halloween Ends - O Acerto de Contas Final", que dizia: "O horror nos permite confrontar aquilo que não podemos controlar", uma ideia com ressonância especial para uma mulher que gosta que as coisas sejam limpas, organizadas e certinhas. "É algo que você vai me ouvir dizendo na televisão algumas vezes", disse Curtis. "Vou sair do TROUMA". Mas enfrentar o horror e controlá-lo certamente ajuda. Quando Curtis assistiu a "Halloween Ends - O Acerto de Contas Final" pela primeira vez, em uma sala privativa de exibição na Creative Artists Agency, havia um controle de volume em seu assento para permitir que ela cortasse o som quando as coisas ficam muito viscerais. "Assisti sem som por pelo menos metade, ou dois terços, do filme", ela disse. "Cortei o som muito, muito rápido."

Mas em meio a todo aquele tumulto, ela sentiu uma certa paz na resolução sangrenta do filme. A filmagem tinha sido uma carga emocional pesada, mas ela decidiu que tudo que Laurie passou, e tudo que Curtis suportou ao lado dela, tinha valido a pena no final.

"Agora, eles podem fazer todos os filmes 'Halloween' que quiserem, e criar uma narrativa totalmente nova", disse Curtis. "Mas nossos quatro filmes podem ser interpretados como um quarteto perfeito –os três últimos e o de 1978– e me sinto muito bem com essa conclusão".

"Você vai morrer", disse Curtis, enquanto me levava à casa vizinha. "Você vai MORRER. Você VAI morrer".

Parecia a premissa de um novo filme de terror, mas Curtis me levou lá para testemunhar algo ainda mais emocionante: uma boa barganha. Na sala de estar da casa ao lado, que Curtis comprou e transformou em sede de sua produtora, estavam seis cadeiras Pollock. Se você tentasse comprar o mesmo número de cadeiras Pollock na Design Within Reach, onde a peça é descrita como "o epítome da sofisticação de meados do século passado", pagaria bem mais de US$ 18 mil (quase R$ 95 mil). Curtis conseguiu arrematar todas elas –peças "vintage", de 1972— por não mais que US$ 250 (pouco mais de R$ 1.300) por cadeira.

"Que tal isso?", ela disse, com o entusiasmo de um quarterback tentando animar seu colega de equipe para uma jogada. "Está vendo? Está vendo? ESTÁ VENDO?"

Ela havia descoberto as cadeiras em uma agência abandonada do Countrywide Savings and Loan, um banco de poupança, em Simi Valley, onde aconteceu a maior parte da filmagem de "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo", no começo de 2020. Agora, mais de dois anos depois, o filme se transformou em um sucesso inesperado, de diversas outras maneiras. Não só é o projeto de maior bilheteria do estúdio A24, como é considerado candidato ao Oscar em todas as categorias, o que inclui o importante papel coadjuvante de Curtis.

Em "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo", a atriz interpreta Deirdre, uma fiscal da Receita que está auditando nossa heroína Evelyn (Michelle Yeoh) no exato momento em que esta descobre ser a última esperança de um multiverso em crise. Deirdre é a senhora impiedosa de seu domínio burocrático, mas Curtis encara a personagem solitária com simpatia. "Quando uma pessoa quer amor e não consegue, isso a endurece", ela disse. "Conheço muitas mulheres que vão para casa sozinhas, e isso me parte o coração —sei como elas são suaves, sei o quanto anseiam por conexão, afeto e contato com outro ser humano".

Teria sido fácil interpretar Deirdre como uma antagonista caricatural durante todo o filme, mas mais adiante em "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo", quando Deirdre e Evelyn se sentam para conversar diante da lavanderia da protagonista, elas compartilham de um momento inesperado e humano de comiseração. (Conseguimos até vislumbramos um universo no qual as duas formariam um par romântico, embora o momento contenha uma ressalva importante: elas só podem se acariciar usando luvas em formato de hot-dog.) A lição do filme é que ninguém é uma coisa só —nem a sofrida Evelyn e nem a obstinada Deirdre– e, colocadas em um contexto, ou universo, diferente, seria fácil perceber que todas as "uma coisa" que elas parecem ser inicialmente poderiam, somadas, equivaler a tudo.

Curtis contribuiu muito para o visual característico de Deirdre, o que inclui óculos retangulares vermelhos, um suéter cor de mostarda e uma barriga que muita gente presumiu que fosse uma prótese, mas é mesmo a barriga da atriz. Mostrar o corpo na tela foi o resultado natural do mantra de Curtis, o de "colocar tudo para fora."

"Eu disse que não queria passar o filme inteiro encolhendo a barriga, porque sou uma mulher de 64 anos", disse Curtis, batendo alegremente na barriga. "Tudo que me interessa é a liberdade como artista, e não tenho oportunidades como essa com muita frequência. Mas nos momentos em que posso ser livre, eu me sinto o máximo."

E depois de seus sucessos recentes, uma nova forma de liberdade surgiu para a atriz. Curtis sempre se esforçou para equilibrar suas aspirações como atriz e a culpa que sentia quando estava longe de sua família. Um exemplo são os meses que ela passou fora de casa filmando "True Lies", um de seus papéis mais famosos, um período que continua a incomodá-la porque sua filha mais velha era muito pequena, na época. "Eu tive muita ajuda, claro, mas isso continua a ser um problema real para mim", disse a atriz.

Depois do filme, ela passou anos fazendo comerciais para empresas como T-Mobile, L'eggs e Hitachi, para se manter empregada e em Los Angeles. Um comercial para a Hertz Rent-a-Car com O.J. Simpson? Claro! Seis anos de anúncios da Activia, vendendo um iogurte probiótico que ajuda as pessoas a fazer cocô? Por que não? Há tem que tenha zombado disso, mas os comerciais permitiram que Curtis ficasse onde queria. Agora, no entanto, suas considerações mudaram.

"Minhas duas filhas já são adultas, e saíram de casa —ambas têm suas vidas, ambas estão casadas", ela disse. "E eu meio que olhei para Chris e disse que, OK, agora posso ir. Agora posso fazer meu trabalho".

Até agora, esse trabalho envolveu criar uma produtora, a Comet Pictures, que está desenvolvendo um filme sobre o incêndio de 2018 em Paradise, Califórnia, e uma série baseada nos romances de Patricia Cornwell protagonizados pela investigadora Kay Scarpetta; outra parte do trabalho é a organização assistencial My Hand in Yours, que vende produtos de artesanato e doa seus lucros para o Hospital Infantil de Los Angeles; e há também todo um elenco de projetos cinematográficos que a tiram completamente de sua zona de conforto, entre os quais "Entre Facas e Segredos", que foi filmado em Boston; os novos filmes "Halloween", que foram rodados em Wilmington, Carolina do Norte; Charleston, Carolina do Sul; e Savannah, Geórgia; e "Borderlands", um filme de ficção científica no qual ela contracena com Cate Blanchett, filmado em Budapeste.

"Agora estou em uma nova e bela onda de trabalho, e isso é transformador", disse Curtis.

Mas não diga isso a Runi. Ao sair, cometi o erro de dizer "vou ter saudades" para o cachorro, como a dona deve ter feito muitas vezes. "Nem ouse", disse Curtis, completamente ciente dos riscos da situação. "Ele vai chorar."

Tradução de Paulo Migliacci

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