Fabiula Nascimento conta como foi gravar filme debaixo d'água: 'Apneia'
Atriz está em 'Pluft, o Fantasminha', mas diz que seu melhor papel é o de mãe
Atriz está em 'Pluft, o Fantasminha', mas diz que seu melhor papel é o de mãe
"Estou vivendo o maior projeto da minha vida, a melhor protagonista que me deram". É assim que a atriz Fabiula Nascimento, 43, define a maternidade dos gêmeos Roque e Raul, fruto de seu relacionamento com Emílio Dantas, 39. Mesmo dedicada exclusivamente ao cuidado das crianças, ela poderá ser vista em breve nos cinemas em "Pluft, o Fantasminha".
A história é uma adaptação do livro de Maria Clara Machado, e estreia no dia 21 de julho. "Quando veio o convite do filme eu disse ‘sim’ na hora", relembra a atriz que no filme também interpreta uma mãe, Dona Fantasma. O longa-metragem começou a ser gravado em 2016, porém as cenas com os fantasmas só foram realizadas em 2017, já que exigiram maior preparação por acontecerem debaixo d’água.
"Foi um trabalho triplo, de mergulhar, fazer apneia, se concentrar", conta Fabiula. Para ela, a estreia do filme reforça a cultura e literatura brasileira. A atriz aponta ainda que as produções nacionais são tão boas quanto as "gringas" e cita projetos como os live actions "Turma da Mônica" e "O Menino Maluquinho", além da série "Cidade Invisível" (Netflix). "O povo brasileiro é muito poderoso como artista."
Apesar disso, a atriz destaca que os últimos anos trouxeram o "sucateamento da cultura e falta de incentivo". Fabiula conta que estava desesperançosa e desacreditada do futuro do país, especialmente após a pandemia de Covid-19, porém, seus filhos trouxeram os pensamentos positivos de volta. "[O nascimento deles] me fez pensar muito mais na vida do que na morte, mais no futuro do que em desesperança."
Os gêmeos nasceram em janeiro deste ano, e, desde então, Fabiula conta estar totalmente voltada e dedicada a eles e para a maternidade –que, segundo ela, foi a melhor possível. "Tenho uma rede de apoio aqui em casa, com a Rose que trabalha comigo há oito anos, e Emílio, que trabalha o tempo inteiro, mas quando está, fica muito presente."
A atriz ainda reforça que, apesar de sua experiência com amamentação e puerpério ter sido tranquila, sabe que não é assim com todas as mulheres. "Não é romantizar a maternidade, é romantizar a sociedade, que não dá estrutura para uma mãe cuidar de seu filho e voltar ao trabalho. A sociedade que te deixa exausta", completa.
No que resta de 2022, Fabiula pretende ficar entregue completamente aos seus filhos. A artista diz que tem projetos em mente para os anos de 2023 e 2024 e que, por enquanto, se dedica aos estudos, leituras e planejamento do que está por vir. "Este ano não estou nem conseguindo pensar, os meninos exigem bastante e estou tirando muita casquinha desses gatinhos."
Abaixo, Fabiula fala sobre os bastidores de "Pluft, o Fantasminha", maternidade e sua relação com a exposição nas redes. Leia trechos editados da conversa:
Gravar debaixo d’água deve ter exigido muita preparação e estrutura no set de filmagens. Como foi?
É apavorante ficar debaixo d’água com o controle da sua respiração, porque tirávamos o respirador para fazer a cena, mas tivemos muita preparação. Tínhamos um set de seis horas por dia. A piscina tinha uns seis metros de profundidade e a roupa era bastante pesada… Tínhamos oito quilos na base das roupas para que elas não ficassem flutuando.
Você comentou que o filme começou a ser gravado em 2016. Como é ver ele chegando aos cinemas anos depois?
É uma história atemporal, se não fosse pelas crianças –que estão quase adultos– nós nem notaríamos. E é tão legal ver as crianças fazendo o trabalho deles. É um registro da nossa obra e da nossa literatura brasileira.
Você já falou sobre a resistência do cinema no Brasil em suas redes, entre outras pautas relevantes. Porque a escolha de usar seus perfis para tratar destes assuntos?
Deixou de fazer sentido há muito tempo só mostrar felicidade nas redes sociais. Desde 2018, das eleições. Hoje temos 33 milhões de brasileiros passando fome, temos pessoas distorcendo a imagem do próprio corpo por comparações… Tem um caminho muito complicado, que me chocou. Com a pandemia, ficou ainda mais claro. A partir dali, comecei a usar minhas redes para ter outros conhecimentos, de áreas e artistas. Elas passaram a ser um lugar onde eu me manifesto e coloco minha opinião, porque me dá vontade. Prefiro que as pessoas me sigam sabendo quem eu sou. Mas a maternidade veio para me dizer que está tudo certo e me devolveu esperança.
Como é a experiência de ser mãe em dose dupla? Tem alguma história inusitada com os gêmeos?
Quando eles eram muito pequenininhos, pintamos uma unha do pé de cada um para não confundir. Eles eram muito iguaizinhos. Mas agora eles têm essas diferenças, nos olhares, um é mais robusto o outro é mais "compridinho". Não tem mais tanta confusão. Mas os amigos ainda ficam confusos em saber quem é o Roque e quem é o Raul.
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