Em 'A Fera do Mar', garotinha desafia ciclo de agressões e vira heroína
Vencedor do Oscar, diretor Chris Williams cria universo em que monstros e caçadores disputam os mares
Vencedor do Oscar, diretor Chris Williams cria universo em que monstros e caçadores disputam os mares
A fauna marinha ganha um toque de fantasia na animação "A Fera do Mar", que estreia nesta quinta-feira (8) na Netflix. No filme, criaturas assustadoras não dão trégua para os humanos: afundam navios, aterrorizam tripulações e engolem —literalmente— quem tenta detê-las.
Mas a garotinha Maisie Brumble não tem medo desses monstros, que ela só conhece por livro. A órfã sonha em seguir os passos dos pais, que eram caçadores, e embarca clandestinamente no navio do Capitão Corvo na intenção de ajudar Jacob Holland, um dos maiores heróis de seu tempo, a derrotá-los.
Na trama, é ela quem primeiro percebe que, talvez, essas criaturas não sejam tão terríveis assim. E faz de tudo para que os demais percebam isso. "O filme fala principalmente de quebrar um ciclo de agressão e vingança", explica o diretor Chris Williams. "Como aprender a perdoar e seguir em frente depois de odiar o outro? Se eu tivesse que resumir tudo em um só tema, seria esse."
"Todos os personagens têm uma relação com essa ideia", afirma. "Jacob Holland e o Capitão Corvo participavam desse ciclo de agressão e violência, bem como os monstros marinhos. Isso realmente faz parte das experiências grandiosas que eles tiveram ao longo da vida, então é preciso uma personagem como a Maisie Brumble para ajudá-los a mudar esse jeito arraigado de pensar."
Williams, que recebeu um Oscar de animação por "Operação Big Hero" (2014) e também esteve à frente de sucessos como "Moana - Um Mar de Aventuras" (2016) e "Bolt - Supercão" (2008), dirigiu, produziu e roteirizou o filme para a Netflix. Ele diz que tentou criar um universo próprio em que a trama pudesse se desenvolver.
"Uma das coisas que mais me empolgou foi tentar fazer algo que desse a sensação de amplitude, pois adoro filmes que oferecem a sensação de que há um mundo além da cena que você está assistindo", conta. "Quando você tem a experiência de ver produções como 'Senhor dos Anéis', 'Game of Thrones' ou 'Blade Runner', acaba percebendo que os realizadores entenderam o mundo por trás da narrativa que estavam contando e que havia toda uma história que levava àquele momento."
A trama se passa em um passado imaginário —segundo ele por volta do século 18— quando os caçadores que cruzam os mares em navios com estética pirata estão em baixa. Considerados obsoletos, eles estão prestes a ser substituídos por navios mais modernos, então querem provar que ainda conseguem capturar as feras subaquáticas mais temidas. "Não foi só uma questão de criar imagens, e sim de criar um mundo amplo", defende Williams. "Esse foi o nosso principal foco ao elaborar o design do filme."
Para criar barcos realistas, ele contou com uma ampla pesquisa sobre as embarcações daquele período. "Nós sabíamos que o filme seria ambientado em um mundo fantástico, mas bem parecido com o nosso", diz. "Então nós queríamos entender aquela época, especificamente o mundo dos grandes navios a vela."
"Foi importante colocar a mão na massa, conhecer e entender o funcionamento dos navios para não dar a impressão de que estávamos tirando ideias do além", afirma. "Nós precisamos compreender tudo para trabalhar melhor. Tivemos a sorte de ir ao USS Midway Museum, porta-aviões transformado em museu que fica em San Diego. Fizemos esse esforço para entender como tudo funciona, porque parecia muito abstrato, mas era só uma questão de prática."
Trabalhando com animação há cerca de um quarto de século, o diretor diz que sempre amou esse universo. "Quando era criança, eu adorava escrever e desenhar histórias", lembra. "E quando era bem novo, comecei a fazer filmes em stop motion com meu pai em que dinossauros lutavam entre si, caubóis enfrentavam dinossauros e homens-galinha enfrentavam homens-peru."
Porém, a atividade nem sempre foi vista com bons olhos pela família. "Minha mãe se preocupava com essa obsessão pelo cinema porque eu era uma criança que passava muito tempo no quarto escrevendo e desenhando", conta. "Então ela me estimulou a estudar animação a sério."
Para ele, o melhor de hoje dirigir suas próprias animações é poder fazer isso de forma colaborativa, com equipes grandes criando juntas e dividindo momentos de glória e de dor. "Assim, você forma conexões muito profundas com seus colegas de trabalho", afirma. "Talvez seja por isso que amo tanto essa forma de arte. Nunca é um show solitário."
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