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Cinema e Séries
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Exigências de Kanye West decepcionaram o diretor de seu documentário

A partir de quarta (16), 'jeen-yuhs: A Kanye Trilogy' estará disponível na Netflix

Kanye West
Kanye West - Jean-Baptiste Lacroix -9.fev.2020/AFP
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Andrew Marszal
Los Angeles
AFP

Decepcionado, mas não surpreso. Assim se sentiu o diretor do novo documentário sobre Kanye West com a demanda de última hora do rapper para reeditar a produção que levou anos de trabalho.

Clarence "Coodie" Simmons começou a filmar seu então amigo Kanye West em 2001, curioso para saber até onde o ambicioso jovem músico de Chicago poderia chegar. O resultado foram 320 horas de filmagens narrando sua ascensão ao estrelato, condensadas nas sete horas de "jeen-yuhs: A Kanye Trilogy", que estará disponível na Netflix nesta quarta-feira (16).

No entanto, após anos de trabalho, West foi ao Instagram no mês passado para exigir que ele gerenciasse "a edição final e a aprovação" do projeto, para que pudesse "estar no comando da própria imagem".

"Eu disse a Kanye que ele tinha que confiar 100% neste filme (...) Ele me disse que confiaria", disse Simmons à AFP em entrevista. "Então, quando vi o Instagram dele, fiquei um pouco decepcionado."

Na semana passada, West, que agora atende pelo nome de Ye, continuou a fazer novas demandas, incluindo que o astro do rap Drake assumisse a narração. A Netflix não comentou publicamente os fatos.

Enquanto trabalhava no projeto, Simmons deu passos significativos para garantir que West ficasse feliz com a produção. Em 2005, por exemplo, desistiu de lançar o filme como planejado porque o rapper disse que "não estava pronto para o mundo ver seu verdadeiro eu", disse o diretor.

Afastado, Simmons teria pouco acesso a West pela próxima década. Mas em uma aparente reconciliação, West foi a uma exibição do documentário na sexta-feira (11) e abraçou Simmons. "As pessoas tentam nos cancelar e nos distanciamos ou paramos de nos falar, paramos de nos comunicar", disse o rapper ao público.

O documentário aborda a saúde mental de West, incluindo o transtorno bipolar pelo qual foi hospitalizado em 2016, e que recebeu nova atenção em 2020, quando tentou concorrer à presidência dos Estados Unidos.

Refilmando uma reunião há dois anos em que West desabafou com investidores imobiliários que ele havia tomado medicação para transtorno bipolar para que pudesse ter "uma conversa normal e traduzir coisas estrangeiras para o inglês", Simmons ficou tão chocado com o comportamento de seu amigo que desligou a câmera.

"Foi a primeira vez que filmei Kanye assim. Senti que tinha que largar a câmera e ouvi-lo. Estar lá para ele como irmão, e não como diretor", disse Simmons, ex-comediante e personalidade da televisão.

"Aconteceu algumas vezes, quando pensei 'Ok, vou prestar atenção.'" A polêmica sobre os pedidos de West para o documentário "jeen-yuhs" gerou mais publicidade até o lançamento do documentário.

Simmons e o codiretor Chike Ozah esperam que mostrar West em seus momentos mais vulneráveis ajudará o mundo a ver uma figura conhecida por suas explosões egoístas e arrogância sob um ângulo diferente.

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