Com avanço da Covid, filme 'Lucicreide Vai pra Marte' tem estreia cancelada
Pré-estreia foi mantida apenas onde medidas não foram endurecidas
A estreia do filme “Lucicreide Vai pra Marte” foi cancelada nesta quarta-feira (3) devido às novas medidas de endurecimento da quarentena no país para conter disseminação da Covid-19. Nova data para a estreia do longa depende de determinação das autoridades sanitárias.
A produção manteve a pré-estreia do filme, de quinta-feira (4) até 10 de março, nos cinemas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília, Recife, Natal, Aracaju, São Luís e em algumas salas da Bahia e Espírito Santo.
Em São Paulo, principal praça exibidora do Brasil, os cinemas fecham a partir da 0h do próximo sábado (6) devido ao endurecimento da quarentena no estado. A medida valerá até o dia 19 de março para tentar barrar a evolução da curva de infecções, óbitos e internações devido ao novo coronavírus.
No filme, após ser abandonada pelo marido e ter de lidar com os cinco filhos que falam ao mesmo tempo, não a obedecem e ainda defendem a avó –sua sogra que vai morar na sua casa após ser despejada– Lucicreide se une, por engano, a um grupo de candidatos para uma viagem sem volta para Marte.
Antes, porém, ela vai ter de passar por uma série de testes na Nasa, a agência espacial norte-americana. Para conseguir a vaga e viajar ao planeta, Lucicreide também tem de enfrentar Luana, uma vilã bem atrapalhada vivida por Adriana Birolli, e a comandante Lee, interpretada por Lucy Ramos, que não vai muito com a cara da faxineira. O elenco ainda é composto por Cacau Hygino (Padre João), Ceronha Pontes (Rosa), Bianca Joy (Débora), Renato Chocair (Arnaldo) e Isio Ghelman (Watson).
Parte das gravações de fato aconteceu na sede da agência especial americana –segundo divulgado, é a primeira produção desde o filme "Armaggedon" (1998) a rodar no local. Primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes (que atualmente é ministro da Ciência e Tecnologia) faz uma participação na obra, assim como o influenciador digital Carlinhos Maia.
INSPIRAÇÃO
Uma mistura de mulheres reais e outros tipos da ficção foram a inspiração para Fabiana Karla criar Lucicreide, quando ainda era uma adolescente. Do universo da comédia, uma de suas referências foi o coronel Ludugero, representado pelo humorista Luiz Jacinto da Silva (1929-1970), e que fez muito sucesso nas rádios de Caruaru nos anos 1960.
A atriz afirma que foi seu pai que a apresentou ao personagem. "O coronel Ludugero falava muito parecido com a Lucicreide. Quando eu era criança, isso me chamava muito a atenção", diz. Outra influência foi Soró Sereno, interpretado pelo ator Arnaud Rodrigues (1942-2010) na novela "Pão Pão, Beijo Beijo" (Globo, 1983). "Eu gostava tanto dele, todo mundo queria um Soró em casa, e eu também."
Aos tipos da ficção, Fabiana Karla uniu ainda às memórias das suas tias e de mulheres pernambucanas reais. "Lucicreide é um mix de emoções. Ela é arreliada, tem um afobamento, mas ela tem ternura também, tem essa coisa do afago, de estar sempre por ali, prestes a ajudar", afirma.
Embora diga considerar o humor uma arma potente para qualquer situação –seja como uma ferramenta que pode "colocar o dedo na ferida" de uma forma mais amena ou como "um pancadão"– neste momento em que o Brasil vive um agravamento da crise do coronavírus, ela aponta que a comédia vem como um alento.
"Lucicreide Vai pra Marte" é, de fato, um filme de entretenimento leve e para toda a família. "A Lucicreide é a minha homenagem mais sincera a todas as mulheres nordestinas", diz Karla, que participa de uma live com Lucy Ramos no Instagram da Globo Filmes, uma das coprodutoras do filme, nesta quinta (4), às 18h.
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