Filme sobre Gauguin explora pouco a real história do pintor
Com Vincent Cassel no elenco, longa francês está em cartaz
O artista francês Paul Gauguin (1848-1903) é reconhecido como um dos principais pintores do pós-impressionismo, e parte de sua história agora é retratada no filme “Gauguin: Viagem ao Taiti”, que estreia nesta quinta (23) nos cinemas, com (de '"A Bela e a Fera") no papel principal.
Contemporâneo e colega dos também pintores Edgar Degas (1934-1917) e Vincent Van Gogh (1853-1890), Gauguin surge neste longa, porém, sob um só aspecto de sua trajetória, sem que sua formação artística naquele momento seja explorada.
Nesse sentido, interessados por sua vida podem sair frustrados do cinema. Filmes biográficos sobre pintores quase sempre causam curiosidade. Algumas produções, como “Pollock” (2000), “Frida” (2002) e “Moça com Brinco de Pérola” (2003) —este último, inspirado no quadro de mesmo nome do artista Johannes Vermeer (1632-1675)— fazem o público entender o artista por trás de obras famosas.
No caso do novo longa em cartaz, porém, pouco se extrai da história de Gauguin. Ele se debruça sobre o ano 1891, quando o artista sai de Paris e busca uma aventura no Taiti, ilha da Polinésia Francesa, à procura de sua verdadeira criatividade.
Segundo a biografia do artista, isso funcionou. Foi lá que ele conheceu Tehura, musa inspiradora retratada em diversos quadros.
A crítica de cinema internacional, porém, ficou perplexa com o fato de o filme ignorar que Tehura tinha 13 anos quando se casou com ele, então com 43 anos. No filme, ela é retratada adulta.
Na época, Gauguin tinha sífilis e contaminou diversas mulheres. Para viajar ao Taiti, ainda abandonou a mulher e cinco filhos.
A produção francesa é dirigida por Edouard Deluc. Vincent Cassel, o protagonista, hoje vive no Brasil e integrou o elenco de “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues.
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