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Sexo: Não existe esquisito no que é gostoso e consentido, diz Titi Müller

Apresentadora fala sem rodeios sobre suas preferências quando o assunto é prazer (e amor)

Titi Müller: 'Já tive namorados caretas, mas eles ficaram em outra era' - Babi Malvar/Divulgação
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São Paulo

Sexo é um assunto sobre o qual Titi Müller, 38, gosta de falar. E de fazer. Seja sozinha, com homens ou mulheres. Ela gosta. Ponto. A apresentadora é também uma entusiasta dos brinquedos sexuais, que considera bons aliados na busca pelo autoconhecimento —estão incluídos aí vibradores, minivibradores, sugadores e todo tipo de sex toy.

"Acho que toda mulher deve se conhecer profundamente", defende a apresentadora. "É um recurso para a gente se descobrir e se explorar, sozinho ou a dois", diz ela ao F5.

Faz sentido que marcas ligadas a este filão queiram se associar a Titi, uma eficaz garota-propaganda, que, para usar um termo que anda na moda, "tem lugar de fala" no universo dos apetrechos eróticos e da vida sexual livre e descomplicada. Foi o que detectou a marca de roupas íntimas Loungerie ao contratá-la para lançar a Loveplay, sua primeira linha de vibradores.

A apresentadora e ex-VJ da MTV tem expertise: ela não só consome esse tipo de produto há anos, como também o distribui entre as pessoas que quer bem (parentes e namorados incluídos). Em uma viagem ao Japão, por exemplo, trouxe de presente um minivibrador para cada amiga, entre as mais chegadas. "Tinha de ursinho, espiga de milho, pokebola, hello kitty", diverte-se.

Titi é bissexual, mas prefere guardar mistério sobre seu atual status de relacionamento, e garante que só dá chance para gente de mente aberta. "Não tenho mais paciência para me envolver com pessoas que têm tabus em relação à sexualidade. Não existe esquisito no que é gostoso e consentido", diz.

Ela revela ter sempre conversas francas com seus parceiros. Na experiência dela, homens bissexuais costumam ser mais abertos —o que também não é regra. "Eu sou a minha régua de o quanto o cara é moralista e conservador. Já tive namorados caretas, mas eles ficaram em outra era", diz.

RELAÇÃO ABERTA OU FECHADA?

No quesito monogamia ou não monogamia, para Titi tudo pode funcionar, desde que na base do respeito, do diálogo e de manter o contrato (verbal) da relação sempre atualizado.

"Meu esquema é renovar esse contrato a cada seis meses. Conversar de forma muito aberta sobre quais são as demandas do relacionamento naquele momento. Claro que seis meses é um prazo relativo, mas tudo tem que ser revisto à medida que o relacionamento vai evoluindo", afirma. O segredo para abrir uma relação, diz, é "muita intimidade e muita confiança".

Mãe de Benjamin, 4, e divorciada há dois anos, ela confirma a teoria de que a maternidade limita um pouco as oportunidades de sair e conhecer gente nova. "Ninguém consegue curtir da mesma forma com filho pequeno. A gente tem que fazer ginástica para manter nossa vida sexual e social ativa".

É nessa hora que —touché!— os toys entram em ação. Os brinquedinhos a pilha, revela, já são parte da sua rotina de sono. Ficam sempre ali, pertinho da cama, na mesinha de cabeceira. Adepta do esquema luz apagada e imaginação, Titi rejeita recursos como pornô e onlyfans.

"Pornô é uma coisa que me broxa. É uma indústria que, na maioria das vezes, coloca a mulher num lugar de muita vulnerabilidade. Onlyfans nem sei o que é, é um aplicativo?"

PERIGO DO PATRIARCADO

Para Titi, a masturbação é uma ferramenta poderosa para as mulheres —acompanhada ou não de toys. "Em uma cultura que nos desestimula a conhecer nosso corpo, uma mulher que sabe o que gosta e o que não gosta é um perigo para o patriarcado", diz.

"A gente desconhece até mesmo a anatomia da nossa vulva. Não temos o costume de olhar, tem essa coisa de achar feio. Até as nossas partes íntimas são reféns da pressão estética", protesta. "Não à toa existem procedimentos para 'rejuvenescer' a vulva, como se fosse possível. Eu acho isso uó."

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