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Tatiana Tiburcio diz que sonha viver mulher 'rica, riquíssima': 'Tenho vontade de desafios'

Atriz, que vive a Jussara de 'Terra e Paixão' e agora sofre com filho morto pela violência policial em 'Amar É para os Fortes', fala sobre a falta de oportunidades para diversificar a carreira

Tatiana Tiburcio em cena da primeira temporada da série 'Amar É Para os Fortes' - Amazon Studios/Divulgação
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São Paulo

Tatiana Tiburcio está cansada de sofrer. Pelo menos na ficção.

Atualmente, ela está no ar como a batalhadora e protetora Jussara, mãe da mocinha Aline (Barbara Reis) de "Terra e Paixão" (Globo). E, a partir desta sexta-feira (17), ela também poderá ser vista como a inconformada Rita, que perde o filho de 11 anos em uma operação realizada na favela em que ela mora em pleno Dia das Mães na série "Amar É para os Fortes" (Prime Video).

Mesmo que a falta de trabalho não seja um problema atualmente, Tatiana lamenta a pouca diversificação de papéis para atores negros. Ela afirma que sonha em fazer uma perua como Teresa Cristina, personagem de Christiane Torloni em "Fina Estampa" (Globo, 2011-2012).

"[Quero fazer] uma mulher bem rica, má, perversa. De preferência muito rica, riquíssima", afirma em entrevista ao F5. "Temos muito menos oportunidades que atores brancos e, como atriz, tenho vontade de desafios."

Para ela, sua personagem na série criada por Marcelo D2, Malu Miranda, Antonia Pellegrino e Camila Agustini, mesmo também sofrida, difere de outras que vê por aí por causa da profundidade da trama. "Nessa série tem uma família estruturada, com os seus dilemas sendo discutidos dentro de uma humanidade, com pessoas que têm raiz", explica.

Sua queixa, no entanto, é endossada por colegas do elenco na obra, que tem maioria de negros na frente das câmeras. Mariana Nunes, Breno Ferreira e Maicon Rodrigues foram unânimes em bater nessa tecla. Nunes, que está no ar como Judite em "Todas As Flores" (Globo), diz que sua luta em romper esses estereótipos nas artes é diária.

"Atrizes brancas têm muito mais oportunidades que eu e a Tati. Uma vez eu estava conversando com um roteirista e ele falou: 'A gente gosta de um drama, né?'. Aí eu pensei: 'Será que eu gosto de um drama ou será que eu fiz bem feito uma vez e só me enxergam nesse lugar?'", questiona.

Em "Amar É Para os Fortes", Tatiana atua ao lado do filho, João Tiburcio. Ele interpreta Sushi, menino cuja morte leva sua personagem a um caminho em busca de justiça e redenção. Assim como Rita na série, ela conta que começou a ter conversas com o menino sobre racismo quando ele ainda era muito pequeno.

"Ele tinha cinco anos e, um dia, estávamos esperando um carro de aplicativo na rua e ele me perguntou se podia correr um pouco. Ele foi todo empolgado e, de repente, deu uma parada brusca e voltou andando devagar. E falou assim: 'Eu vi um menino igual a mim correndo e dois policiais atrás, eu resolvi parar para eles não me confundirem'. Então, [essas conversas] são tristes, mas necessárias."

Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com dois meses de assinatura digital grátis.

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