'Só Se For Por Amor': Filipe Bragança diz que há machismo em toda relação
Ator vive músico que se ressente com sucesso da namorada em série da Netflix
Ator vive músico que se ressente com sucesso da namorada em série da Netflix
"Eu gostaria de ser amigo do Tadeu, acho que, acima de tudo, ele é um cara muito sangue bom", diz Filipe Bragança, 21, sobre seu personagem em "Só Se For Por Amor". A série, que conta a história de um casal que tenta a sorte no mercado musical de Goiânia, estreia nesta quarta-feira (21) na Netflix.
Tadeu sonha em construir uma vida de músico ao lado da amada Deusa (Lucy Alves). Os dois se apresentam juntos em uma banda, mas a relação começa a desandar quando ela é convidada por um grande empresário para se lançar em carreira solo, e ele acaba não lidando muito bem com a situação.
Para o ator, no entanto, isso não se resume simplesmente a um homem que não consegue ver a própria mulher se dando melhor do que ele profissionalmente. "O machismo estrutural existe em qualquer relação, infelizmente, mas acho que a complexidade da relação de Tadeu e Deusa é muito maior do que só isso", afirma.
"São dois músicos que se amam e trabalham juntos, então, a partir do momento em que a Deusa é escolhida para ser essa próxima grande estrela numa carreira solo, isso vai afetar a relação dos dois enquanto parceiros e namorados", avalia. "Mas principalmente como artistas."
Bragança conta que o personagem vive diversos sentimentos quando confrontado com essa situação. "É óbvio que existe em algum lugar dentro do Tadeu uma inveja, porque ele gostaria de estar ali, não só fazendo sucesso, mas fazendo isso junto com a Deusa", admite. "Eu sou artista e sei que essa sensação existe, é natural. Não é algo necessariamente violento, é simplesmente humano."
Apesar disso, Tadeu fica genuinamente feliz pela namorada. "Ele ama a Deusa e, portanto, se ela está feliz e se tornando essa estrela, ele está feliz por ela", afirma o ator. "Mas acho que o conflito principal é muito além de ele estar feliz com o sucesso dela ou não. São várias camadas e, conforme os episódios passam, esse conflito que é tão complexo vai se tornando mais claro e os personagens também com isso vão crescendo e se tornando mais ricos."
O ator se diz bastante contente com a cumplicidade alcançada com Lucy Alves, 36, em cena. "A gente não se conhecia, nos conhecemos nesse projeto", conta ele, revelando que os dois tiveram cerca de dois meses de ensaios antes das gravações. "Fiquei muitíssimo feliz porque assisti parte da série e eu acredito muito no casal. A nossa química existe de fato, a gente se divertia muito fazendo esse casal."
Os ensaios, aliás, não foram apenas para estabelecer as relações entre os membros do elenco, mas também para que as músicas tocadas na série estivessem perfeitas. "Fomos aos poucos decidindo quais seriam as músicas e criando os arranjos", diz. Na trilha, há novos hits, mas também releituras de clássicos do sertanejo e do pop, entre outros ritmos.
A música foi um grande desafio, mas mitigado pelo fato de que Bragança toca violão e piano desde criança. "Meu pai é bailarino, então tem uma relação necessária com a música, e minha mãe é atriz, então tudo foi caminhando para esse lado", comenta. "Sempre fui afinadinho, mas comecei a fazer aula de canto aos 12 anos para tentar aprimorar ainda mais essa ferramenta tão valiosa que é a voz."
Não é a primeira vez que ele usa esse dote em cena. Em 2017, ele ganhou o prêmio de ator revelação no Prêmio Bibi Ferreira pelo papel de Marius na montagem brasileira de "Les Misérables". Em sua estreia na TV, como o Duda da versão mais recente de "Chiquititas" no SBT, ele também chegou a fazer alguns números. "Mas era muito simples, meu personagem não cantava tanto quanto alguns outros", lembra.
Apesar de ter começado a carreira profissional em São Paulo, o ator é goiano, assim como seu personagem. Ele lamenta que, por causa da pandemia, a série tenha sido gravada na capital paulista, em vez de na cidade onde a trama se passa. "Apesar de não termos filmado em Goiânia, a essência da cidade está lá, com a música, com símbolos e com a presença de atores goianos", avalia. "Acho que faz muita diferença e que a atmosfera da cidade está lá."
O ator, que ainda tem família em Goiânia, diz que não consegue ir até lá tanto quanto gostaria, mas que tem muito carinho pela cidade. "Enquanto goiano, acho que o Centro-Oeste tem que ser valorizado porque é uma região muito rica em música, em culinária, em cultura", afirma. "Espero que séries assim inspirem mais pessoas a conhecer mais sobre esses lugares e essas pessoas. O Brasil é isso, essa grande mistura, né?"
Sobre a série "Rensga Hits" (Globoplay), que também trata do universo da música em Goiânia, ele diz que há espaço para que várias tramas abordem a temática. "Não vejo como concorrência, acho que só enriquece o nosso audiovisual", avalia. "'Só Se For Por Amor' tem a sua personalidade e vem para agregar a esse movimento de produções sobre esse universo. Acho que são séries inclusive muito diferentes por vários motivos e fico feliz de ver outros atores e atrizes trabalhando também."
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