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Celebridades

Diva Depressão celebra crescimento e diz que aprendeu a pegar mais leve

Canal prepara 3ª temporada do reality Corrida das Blogueiras

Dois homens brancos de camiseta preta e branca listrada

Filipe Oliveira e Eduardo Camargo, donos do canal Diva Depressão Divulgação/Diva Depressão

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São Paulo

Apesar de o humor ácido ser uma das maiores marcas do canal Diva Depressão, a conquista dos três milhões de inscritos chegou, em meio a pandemia, após muita evolução, aprendizado e mudanças para Eduardo Camargo, 32, e Filipe Oliveira, 33, ou, como passaram a ser conhecidos na Internet, Edu e Fih.

O casal conclui a competição Batalha de Challenges nesta terça-feira (6) e agora se prepara para a terceira temporada de seu reality show Corrida das Blogueiras, que, segundo Edu, deve começar a ser filmado entre os meses de setembro e outubro, para assegurar que os competidores estejam vacinados contra a Covid-19. “Tem tudo para ser um projeto bem grande mesmo”, afirma.

O criador de conteúdo conta que, do começo do canal, em 2013, até agora eles precisaram se desconstruir e repensar a maneira de falar e comentar sobre roupas, eventos e famosos. “Assisti um pouco do documentário da Karol Conká, 35, e uma das chamadas dizia: ‘um documentário que já nasceu cancelado’, e o nosso canal tem um pouco disso também”, compara.

Ele diz que não sente vergonha em admitir que se arrepende de muitas coisas que falou no passado e que aceita que os vídeos fazem parte da história do canal e, apesar de tudo sempre ter sido uma brincadeira, os dois sentiram uma necessidade pessoal de “pegar um pouco mais leve” e também produzir vídeos diferentes.

“Não me arrependo da gente ter mudado um pouco a forma de falar e ter feitos novos conteúdos”, afirma ele. “Não falamos só de famosos, falamos de decoração, de festa, fazemos conteúdo sobre memes que estouram na Internet e também enaltecemos celebridades. Então zoamos, mas brincamos ao mesmo tempo”, diz o youtuber ao F5.

Edu comenta que alguns dos vídeos sobre figuras públicas acabam chegando até os famosos, e que a necessidade de mudança também veio de algumas vezes que eles sabem que ofenderam e machucaram pessoas. “Lá no começo, não fazíamos ideia que os vídeos iriam chegar nessas pessoas, e isso passou a acontecer ao longo dos meses e anos”, relembra.

“Começaram a reparar em nós e mesmo sem ser a intenção de ofender, acabou acontecendo com algumas pessoas”, afirma. Edu também diz que considera que o crescimento do canal aconteceu de forma rápida, tanto por trazerem um conteúdo diferente quanto por ser um conteúdo produzido por dois LGBTs.

E os dois sabiam que não seria possível trabalhar apenas com a Internet se não alcançassem grandes números e até mesmo patrocínios das “donas marcas”, como costumam brincar em seus vídeos. “Para conquistarmos espaços precisávamos continuar crescendo. Nosso caso é bem diferente de outros canais”, diz.

Atualmente, Edu conta que recebem muito apoio dos fãs e de patrocinadores. Ele afirma que conseguiram chegar em um patamar em que é possível escolher marcas que fazem mais sentido para eles e que, principalmente, apoiam o trabalho do canal do ano inteiro, e não apenas em junho, o Mês do Orgulho LGBTQIA+.

“Isso traduz muito a representatividade, que é o que tanto falamos e que ainda precisa melhorar muito, nós sabemos”, diz o youtuber. Ele comenta que muitos projetos do canal, como o próprio reality e a Batalha de Challenges só acontecem devido ao apoio de grandes marcas que estão com eles ao longo do ano.

“Dizemos não para muitas marcas, isso é uma coisa que acontece com frequência, quando entendemos que a proposta não é muito bacana, ou quando vemos que a marca só quer realmente estar ali naquele mês”, explica ele. Porém, Edu também diz que entende influenciadores que assinam com determinadas marcas porque “precisamos pagar nossas contas e tudo vai do discurso e diálogo.”

Além da representatividade LGBT, o casal sempre demonstra seu posicionamento, segundo Edu, por uma necessidade própria. O criador de conteúdo comenta que eles sempre tentam dosar para não tratar assuntos como política, e até mesmo a pandemia, de uma forma que fuja do intuito do canal que é divertir, mas que não poderia deixar de falar sobre.

“Queríamos inserir isso nos nossos conteúdos e vídeos, então temos o Jornal da Diva, onde damos as notícias do mês e não tem como fugir das coisas ruins”, explica ele que diz ser uma forma leve de trazer informações sérias. “Começamos a sentir muita necessidade de se posicionar e de realmente falar. Quando não falamos nada no canal, falamos no Instagram ou no Twitter.”

Ele diz que nos conteúdos sempre tomam muito cuidado com a forma de levar as notícias e de se posicionar, porque muitas pessoas procuram o canal para relaxar e se divertir e eles dosam para que “as pessoas não entrarem ali e se sentirem piores do que já estão.”

Edu afirma que a chave também foi entender que não é necessário abordar todos os assuntos sérios, mas sim o que faz sentido para eles e para o público, mas que “enquanto pessoas LGBTs e muito esclarecidas enquanto nossa posição política e social, precisamos falar.”

Junto à necessidade de se posicionar, o youtuber conta que na pandemia também tiveram que adaptar projetos e conseguiram criar quadros novos. Quadros como Gastronodiva e Amiga, Deixa de Ser Trouxa passaram a ser feitos em casa trazendo convidados de forma remota.

Ele comenta que trazer convidados de forma remota deu a oportunidade de trazer pessoas que sempre quiseram para seus vídeos e que isso pode ser mantido para depois da pandemia. “A Xuxa é uma coisa que não acreditamos até agora que aconteceu”, relembra o youtuber.

Edu comenta que também pretende manter as gravações do podcast Filhos da Grávida de Taubaté, agora exclusivo do Spotify, de forma remota. O projeto é feito em conjunto com Maíra Medeiros, dona do canal Nunca Te Pedi Nada. “Essa distância facilitou o nosso fluxo de trabalho”, completa.

Além disso, quadros como Desvendado o Meme e A Fazenda Depressão surgiram durante o período do isolamento social. “Nós sabíamos que para fazer [A Fazenda Depressão] teríamos que estar 100% em casa”, explica, “então ano passado foi um momento que sentimos que dava para fazer".

O youtuber ressalta que, apesar do grande ritmo de trabalho, 2020 foi um ano difícil para o canal por motivos de saúde mental. “O Fih teve um baque grande por conta disso tudo que está acontecendo”, relembra. “Nós ficávamos nesse meio-termo de precisarmos desacelerar, mas também é o único trabalho que temos.”

No entanto, ele afirma que receberam muito apoio e força dos seus seguidores e que com isso conseguiram respirar fundo e seguir para manter o ritmo de produção e chegar até os 3 milhões. “Não tínhamos nem coragem de imaginar isso. Tudo o que está acontecendo hoje é muito além do que já imaginávamos”, reflete.

Ele diz que, com o passar dos anos e com o crescimento, também tiveram que aprender a lidar com comentários negativos e com os haters, “felizmente ou infelizmente”, brinca. “Mas colocamos numa balança, são cinco comentários ruins para 300 mil muito positivos, então não dá para focarmos só no que é ruim”, conclui.

Os próximos passos de Diva Depressão serão concentrados em realizar a terceira temporada do Corrida das Blogueiras e continuar trabalhando para conquistar novos espaços, milhões de inscritos e evolução, sem deixar de lado “a identidade do humor ácido, que não queremos perder."

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