Ana Paula do vôlei diz que desconhece acusação de homofobia e é atacada por ser conservadora
'Não é fácil remar contra a corrente e trazer algumas verdades embasadas em fatos'
A ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel, 48, disse que não sabe do que se trata a acusação do assessor de imprensa Alexandre Alvim, 33, de que ela teria feito uma ofensa homofóbica contra ele. Em entrevista nesta quarta-feira (24) ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan, a ex-atleta afirmou que é atacada toda semana no Brasil por ser conservadora e "remar contra a corrente".
"Eu fui acordada com essa história também [a acusação de Alexandre Alvim], estou procurando saber o que é. A novidade é que não tem novidade. Foi um ataque semana passada de racista, semana retrasada de transfóbica, essa semana de homofóbica, na semana da Reforma da Previdência eu era fascista por apoiar as medidas do Paulo Guedes [ministro da Economia]. É vida que segue, não é fácil ser conservador no Brasil, remar contra a corrente, não fazer parte do grupo do 'beautiful people', e às vezes trazer algumas verdades embasadas em fatos e documentos, e em estatísticas. É mais um dia na minha vida", afirmou.
Alexandre Alvim registrou no domingo (21) um boletim de ocorrência contra Ana Paula Henkel. Ele acusa a ex-atleta, que hoje mora nos Estados Unidos, de homofobia. Alvim afirma que eles não se conhecem pessoalmente, e que a ofensa aconteceu pela internet 18 dias após ele ter criticado uma publicação da ex-jogadora nas redes sociais, em que ela questiona a onda de protestos contra o racismo nos EUA.
Segundo Alvim, na madrugada de domingo, a ex-jogadora mandou uma mensagem direta para ele no Instagram, dizendo que ele é muito brega e bicha. Ela estaria respondendo a um Stories em que ele postou a música "Black Parade", da cantora Beyoncé e que fala da luta antirracista. De acordo com print encaminhado por Alvim ao F5, Ana Paula teria escrito para ele: "A bicha se acha linda. Você é muito brega. Puta que pariu! Hahahahaha se olha no espelho. Você é muito brega bicha."
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o caso foi registrado como injúria na Delegacia Eletrônica e encaminhado para a Delegacia de Atibaia, no interior paulista, onde mora Alvim. "A vítima foi orientada quanto ao prazo para representação do crime", disse a SSP.
Alvim diz acreditar que a ex-jogadora se posicionou contra ele por causa de uma crítica que o assessor fez de uma postagem dela, do dia 3 de junho. Na ocasião, Ana Paula provocou polêmica ao publicar no Twitter: “12% negros, 62% dos roubos, 56% dos assassinatos. Faça as contas”. Ela fez a publicação após retuitar um vídeo em que uma americana negra contesta o movimento antirracista que se espalhou pelos EUA após a morte de George Floyd.
De acordo com Alvim, ele mandou uma mensagem direta para ela no Instagram na ocasião, dizendo que a ex-jogadora fez uma comparação preconceituosa, racista e distorceu números. "Citei a ironia que era a geração dela sempre perder e ter apanhado fora da quadra para uma seleção preta [de Cuba], e que na posição dela, tínhamos as duas maiores centrais da história, pretas e icônicas do vôlei: Regla Torres e Magaly Carvajal”, afirmou. Ele faz referência à briga que ocorreu após a vitória de Cuba sobre o Brasil, na semifinal das Olimpíadas de Atlanta, em 1996, quando Ana Paula afirma ter sido agredida nos vestiários.
Segundo o assessor, a ex-jogadora apagou a mensagem dele. Mas, 18 dias depois do ocorrido, ela teria mandando a mensagem chamando ele de bicha e brega. "Muita gente me criticou por expor a situação por ela ser uma conservadora, dizendo que estou dando mais espaço para ela, mas acho que a comunidade LGBTQ+ já ficou calada muito tempo, chegou a hora de expor quando a gente é ofendido, por isso decidi fazer o B.O. e também por uma questão de proteção", afirmou Alvim.
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