Celebridades

Erick Jacquin seleciona anão e padeira que viajou 700 km para o seu novo restaurante

Chef promoveu entrevistas de emprego e fila dobrou quarteirão na rua da Consolação

Seleção para novos funcionários do restaurante do Erick Jacquin - Divulgação
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São Paulo

O chef de cozinha e jurado do MasterChef (Band) Erick Jacquin, 54, promoveu nesta quinta-feira (19) um processo seletivo para montar a equipe do restaurante que ele pretende abrir em meados do mês que vem, o Président. Depois que colocou um aviso no Instagram sobre a rodada de entrevistas, as filas dobraram quarteirão na rua da Consolação (centro), local do novo empreendimento.

Houve gente que largou tudo e foi correndo para tentar agarrar a chance. Pessoas que saíram de outra cidade para tentar a sorte e até quem tenha dormido na porta do estabelecimento para ter a certeza de ser o primeiro da fila.

Ao todo, foram cerca de 300 entrevistas feitas frente a frente com o chef e seu sócio, Orlando Leone, das 11h até a noite de quinta (19). Os cargos são os mais variados: de cozinheiros até garçons, gente de limpeza e recepcionistas. Alguns candidatos já saíram da sala contratados, enquanto outros aguardavam para ter um posicionamento de encarar uma próxima fase.

A padeira Leticia Zandomenichi Pereira, 27, saiu de Londrina, no Paraná, na noite anterior, para poder participar da seleção. A moça pegou um ônibus às 23h45 de quarta (18) e chegou na rodoviária da Barra Funda por volta de 7h. Uma hora antes do início das entrevistas ela já estava na fila, à espera de Jacquin recebê-la. A entrevista dela começou às 15h.

“Durou cerca de cinco minutos. Contei a ele que sou padeira e que lido com panificação desde criança, já que na cidadezinha onde nasci [Miraselva (PR)], de 2.000 habitantes, só existia a padaria dos meus avós. O Jacquin se levantou, me estendeu a mão e disse: ‘finalmente uma padeira. Está contratada’. Será a oportunidade da minha vida”, festeja a paranaense, que morava há cinco meses em Londrina e agora já avisou o marido que ele terá de pedir transferência para a capital paulista. 

Outra história curiosa foi a do mineiro criado em São Paulo Joaquim Antônio Costa, 55. Mesmo antes de iniciar a montagem da equipe, Erick Jacquin já tinha dito que queria contar com um anão dentre seus funcionários, e Costa foi aprovado na primeira fase de seleção.

Uma associação de nanismo de São Paulo anunciou a vaga e solicitou que candidatos, mesmo sem experiência, fossem até o local na região central para passar por uma entrevista. “Eu acabei me interessando e cheguei às 11h na porta. A fila estava quilométrica e virava o quarteirão”, diz Joaquim.

No momento em que ele foi chamado, sentou frente a frente com o chef de cozinha e explicou tudo o que já fez. Apesar de não ter vivenciado a rotina de um restaurante, já trabalhou em banco, metalúrgica e em cervejaria atendendo o público. Costa se diz confiante em uma contratação.

“Ele quer que eu seja uma espécie de assessor dele no salão e atenda os clientes. Seria para trabalhar na parte noturna, junto com os clientes e dando suporte”, revela. Se for contratado, terá de passar por um treinamento.

Além de ambos, o finalista da edição de 2018 do MasterChef, William Peters, marcou presença na seleção e tentou uma vaga na equipe. Candidatos como ele ainda passariam por uma segunda etapa.

É o caso da paulistana Priscilla França Zaquetti, 30. Ela é tão fanática por gastronomia e pelo chef Jacquin que saiu de casa, na zona norte, na noite da última quarta (18) e dormiu (ou tentou) na porta do Président para ser a primeira da fila. “Fiz amizade com os taxistas e seguranças da rua que me deram um suporte. Fiquei encostada em uma plataforma de um andaime para poder tentar descansar, mas não preguei o olho. Queria muito essa vaga e na hora da entrevista eu deixei claro que esse é o maior sonho da minha vida”, explica.

Sem experiência, Priscilla já trabalhou com telemarketing e em escritórios na parte administrativa. Há dois anos, porém, que ela não consegue trabalho e vive de bicos. “Meu sonho é ser uma cozinheira. Mas quero começar do zero e ir aprendendo com uma pessoa renomada e em quem me espelho. Deixei claro que posso cumprir qualquer função e que gostaria que ele fizesse parte do novo e mais sonhado capítulo da minha história. O quero como meu mentor”, almeja a jovem.


JACQUIN FALA DA INICIATIVA

O chef Erick Jacquin conta o que viu durante as seleções. “Muita gente, de todas as idades, classes sociais, gente com experiência ou sem nenhuma. Muitas pessoas competentes foram já contratadas e outras foram pré-selecionadas. Em mais três ou quatro dias a equipe estará fechada”, conta. A equipe deve ter em torno de 30 funcionários.

O chef revela que quer montar um time eclético e que se surpreendeu com o tanto de gente na fila. “Foram mais de 250 pessoas. Não imaginava tanta gente, não. Foram pacientes e tiveram carinho. Muitas histórias de vida legais”, conclui. Durante a espera os candidatos receberam mais de 200 garrafinhas de água na fila.

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