Celebridades

Gabi Lopes diz se inspirar em Natalie Portman e que O Aprendiz lhe deu força: 'Faltava foco'

Influencer, modelo e empresária quer produzir seu próprios filmes

Atriz, influenciadora e empresária saiu fortalecida do reality O Aprendiz

Atriz, influenciadora e empresária saiu fortalecida do reality O Aprendiz Adalto Jr/Divulgação

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São Paulo

 

Participante do reality show O Aprendiz (Band), a atriz e influenciadora digital Gabi Lopes, 24, conta que saiu do programa pronta para profissionalizar ainda mais todas as suas carreiras, que não são poucas. Ela ficou confinada durante as gravações, que já acabaram –falta cerca de um mês para descobir quem será o vencedor.

Lopes passou por séries em canais infantis como Nickelodeon até participar da temporada de "Malhação - Sonhos" (2014-2015, Globo) e se transformar em uma "it girl com milhares de seguidores nas redes sociais. Em pouco tempo, ela criou sua própria produtora de filmes, uma loja virtual e mantém um brechó de roupas.

Com mais de 30 videoclipes e uma dezena de filmes, Gabi Lopes ganhou, recentemente, dois prêmios como atriz pelo curta-metragem “View” e, em agosto, estará nos cinemas na comédia “A Mulher do Meu Marido”, com Luana Piovani, Paulo Tiefenthaler e Maria Clara Gueiros.

A menina que saiu de uma família simples, em Osasco (Grande SP), aprendeu a se virar cedo. Aos oito anos já atuava, fazia dublagem, trabalhou como modelo e tudo o mais que a chamavam. Teve muitos conflitos em sua adolescência por ficar mais conhecida como influenciadora digital do que como atriz. 

Vencido esse trauma, ela quer produzir seu próprios filmes até chegar a um ponto em que possa fazer o que mais gosta, entre tantas tarefas. Despojada, vestida com moleton e tênis, a atriz inquieta recebeu a Folha para um bate-papo em sua casa/escritório em meio a seleção de roupas para o brechó, correspondências e com o pezinho batendo de ansiedade, já pensando no próximo compromisso. 

O que fez você ir além da carreira de atriz?
Tudo surgiu a partir da necessidade. Na verdade, acho que isso é empreender, é identificar e criar oportunidades. Por exemplo, eu adoro doar roupa, mas às vezes tem roupa muito nova, com etiqueta e penso em vender. Então, abri um brechó em que as pessoas vão comprar roupas de R$ 20 a R$ 70. Com esse dinheiro, eu faço ações sociais. Na faculdade, eu já vendia pulseiras de miçanga, né? E ganhava uns R$ 200 ou R$ 300 por mês.
Sempre me virei porque minha família sempre me cobrou muito. Somos de origem humilde, de Osasco. Então sempre ouvi: ‘Ah, esse negócio de atriz vai acabar quando você ficar feia.’ E eles sempre me perguntavam meu plano B: ‘Então, você é atriz e influenciadora, mas se alguém apagar o seu perfil, o que vai fazer?’ Isso também fez surgir essa nova Gabi. E, claro, 25 anos né? A conta chega, tava na hora de se virar!

Quando você descobriu seu lado empreendedora?
Tudo começou em "Malhação - Sonhos". Para mim, não era suficiente estar só no elenco, eu precisava organizar festas da novela também. Quando teve a comemoração dos cem capítulos, fui eu que produzi a festa. Depois a gente criou a Sunset Dreams só para o pessoal da novela. Sempre tive essa inquietude mesmo. Começaram a lembrar sempre do meu nome nessas ocasiões. ‘Hei, o Alok vai fazer aniversário, não quer ajudar com os seus contatos?’, diziam. Aí, bora eu organizar tudo. Quando eu vi, eu estava produzindo um monte de coisas. Por isso, digo que todos os meus negócios surgiram de oportunidades.

Fale sobre as empresas que você mantém hoje
Brincamos aqui que neste ano eu consegui montar a empresa que é a representação do meu alter ego, a produtora BSIDE, que é uma agência de estratégias e experiências focadas em eventos e especiais. Sempre organizei festas sozinha, mas agora eu tenho uma equipe!
Tem, ainda, a produtora de filmes que nasceu do meu lado atriz de receber muitos ‘nãos’. A Young Lab tem três anos. A minha inspiração foi a [atriz] Natalie Portman, que pautou a carreira dela nisso. Após receber muitos não, ela abriu a sua própria produtora. Ainda está no início, mas já fiz curta com R$ 12 mil, o "Vende-se Ilusões", que partiu da minha experiência de ter sonhos lúcidos. Quando eu sonho que tomei um tiro, eu sinto o tiro. Pesquisando sobre isso, cheguei a uma história de uma menina que gosta de ficar nessa segunda dimensão. A ideia deve originar uma série.
Agora, estou me preparando para lançar o Gabi Shop, que é uma loja online, que "vende coisinhas", tipo bolsa em formato de milk-shake. Com tudo isso, penso em me profissionalizar cada vez mais. Fazer a formação do meu patrimônio para eu poder investir. 

O que você mudou depois de O Aprendiz? 
Vi que tinham muitas coisas que eu fazia errado. Faltava foco. Por exemplo, o site que eu tenho agora está em formato de blog porque a ideia era publicar duas notas por dia. Mas quem executaria tudo isso? Tem de ter alguém para cuidar de texto, de foto, de vídeo e da divulgação desse conteúdo. Não deu, é humanamente impossível. Por isso, decidi mudá-lo [ele vai virar uma loja virtual]. Foi isso que o Aprendiz me ensinou. Fazer as coisas direito e parar de criar metas inatingíveis. 

Como é se ver na TV como você mesma? E, aí,  você vai ganhar O Aprendiz?
Olha, minha multa é bem legal se eu contar o final do programa, mas é doido se ver na TV. Eu me cobro muito e penso: ‘não acredito que eu fiz isso’. Mas é bom passar por isso. Estou fazendo novos cursos e já sou melhor do que aquela menina que vejo na TV.

Hoje você faz apenas o que gosta?
Por incrível que possa parecer, minha carreira como influenciadora é a que gera mais renda, porque dela eu faço palestras, fotos e promoções. Quando era criança eu fiz dublagem, vitrine viva, figuração, tudo o que a agência me chamava. Passei pela Nickelodeon, trabalhei com o Dudu Surita, fiz "Malhação" e tudo isso acaba somando na personalidade que criamos. Mas foi só na época do Colírios da [revista] Capricho que passaram a me reconhecer na rua, e isso porque eu tinha um Twitter.
Chegava chorando para a minha mãe, porque eu era adolescente e queria negar essa parte: "Mãe, as pessoas querem a minha foto porque sou influenciadora, ninguém sabe que eu sou atriz." Mas, hoje, as coisas estão bem casadas. Sou atriz, influenciadora, entre outras coisas. 

Como liderar pessoas sendo tão jovem? Como você gere o seu tempo?
Fiz curso de gestão de pessoas e comecei a entender que não existe liderar. O que precisamos aprender é a lidar com seres humanos, que são pessoas que têm dores, sentimentos, elas se atrasam e você se atrasa. São muitas coisas que vêm antes até do trabalho em si. 
A reciprocidade e e generosidade são importantes. É preciso criar ambiente de trabalho seguro. Devo ter alguma coisa em virgem no meu mapa [astral] que me deixa metódica. Pode ver que por aqui [aponta para o escritório] tem até uma lousa com toda a agenda da semana, tudo bem detalhado sobre cada passo.  É muita coisa para fazer, mas se tem uma gestão de tempo, dá certo. 

Você ganhou dois prêmios de melhor atriz com curta-metragem ‘View’. Pode contar mais sobre ele? 
"View” está passando por uma rodada de festivais e já levou 12 louros em Toronto, Grécia, Estados Unidos, vários outros países. Desses prêmios, dois foram meus de melhor atriz. O curta veio da ideia de um amigo que ligou contanto a história sobre uma youtuber presa num cativeiro, sequestrada, que precisa conseguir o resgate com a ajuda de seguidores. Todas as atrizes estavam recusando [o papel] porque era pesado demais. Era um projeto minúsculo, mas vi que a história tinha nudez, sequestro, quase morte e não posso dar mais spoilers. Mas, então, pensei: "vou fazer isso aí". Sendo bem honesta, achei que era um filme que ia ficar na gaveta do meu amigo e acabou bastante premiado. 

Quais são seus próximos lançamentos?
Não é da minha produtora, mas estou num filme que será bem legal com a Luana Piovani chamado "A Mulher do Meu Marido". O pai está traindo a mãe, e vivo o papel da filha que acaba ficando no meio dessa história. Foi legal fazer o filme, porque a minha personagem tinha esse olhar sério com todo o mundo rindo em volta. É um filmão, meu personagem tem bastantes cenas. Sou apaixonada por cinema e séries. Fiz "Julie e os Fantasmas" [Nick], na "Mira do Crime" [Fox/Record] e ia até fazer "Kondzila" [Netflix], mas tinha muito sexo e pulei fora.

Você consegue dizer do que mais gosta entre tudo isso?
Faxinar. Ver tudo arrumadinho é um prazer indescritível

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