Após polêmica, Liam Neeson afirma não ser racista e que precisa ter debate sobre condição de raça
Ator disse a jornal que já teve desejo de matar um homem negro
O ator Liam Neeson insistiu, nesta terça-feira (5), em que "não é racista", depois de ter dito que uma vez se dispôs a atacar um homem negro, após a confissão de uma amiga de que tinha sido estuprada.
"Não sou racista", disse Neeson a um programa de notícias da ABC, embora tenha admitido que há cerca de 40 anos sentiu uma "necessidade primária de atacar" depois de ouvir uma amiga próxima dizer que tinha sido estuprada por um homem negro.
"Fui deliberadamente a zonas negras da cidade procurando ser atacado", disse o ator, de 66 anos, que atuou na "Lista de Schindler", recordando que várias vezes foi a esses lugares com um porrete, na esperança de que uma pessoa negra puxasse briga.
"Estou envergonhado de dizer isso, fiz isso talvez por uma semana, esperando que um negro bastardo saísse de um bar e me atacasse por alguma coisa, sabe? Assim eu poderia... matá-lo", disse ao jornal The Independent no início desta semana. "Foi horrível, horrível quando penso no que fiz. E nunca admiti isso", acrescentou.
No fim das contas não ocorreu nenhum fato violento e Neeson acrescentou: "Eu me impactou e me feriu... procurei ajuda, fui ver um sacerdote".
Ao insistir em que não é racista, o ator disse que sua reação ressalta a necessidade de um debate mais amplo na sociedade sobre a condição de raça. "Se ela tivesse dito um irlandês, um escocês, um britânico ou um lituano, eu teria tido - sei que teria tido - a mesma reação. Estava tentando ter honra, defender minha amiga querida de uma forma terrivelmente medieval", disse o ator, que é da Irlanda do Norte.
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