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Dr. Rey diz que pode deixar cidadania se não ganhar cargo de Bolsonaro: 'O Brasil não me quis'

Cirurgião e celebridade de TV afirma ter recebido convite para ingressar na Marinha americana

O cirurgião plástico Dr. Rey
O cirurgião plástico Dr. Rey - Folhapress
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Amanda Nogueira
São Paulo

O cirurgião das celebridades Robert Rey, 57, conhecido como Dr. Rey, diz ter recebido um convite para servir à Marinha americana e que cogita aceitar o cargo caso não seja recrutado como Ministro da Saúde ou embaixador do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Para isso, ele precisaria abrir mão da cidadania brasileira.

"Como o Brasil não me quis, vou servir à nação que me adotou", disse o cirurgião plástico, que se divide entre o consultório em Beverly Hills, tema de um reality show, e o Brasil. 

"Irei com uma lágrima no olho, porque meu coração ficou no Brasil." Apesar de achar que esse será o seu destino, Rey afirma que a decisão ainda não foi tomada. 

Na sexta (9), o médico foi à casa de Bolsonaro, no Rio, para discutir uma possível participação no governo, mas não foi recebido pelo presidente eleito, que estava em reunião com os embaixadores de Alemanha e Argentina. 

O médico se diz humilhado pela repercussão do caso pela imprensa e afirma que a reunião estava agendada, mas foi remarcada. 

"Estou numa idade que você sente a necessidade de servir. Em dez anos eu estou morto. Eu não quero me aposentar jogando baralho em Las Vegas, quero me aposentar dando minha vida às minhas nações", diz.

Filho de pai americano com mãe brasileira, Rey emigrou para os Estados Unidos aos 12 anos. Ele ficou famoso pelo programa de televisão de cirurgias plásticas Dr 90210 nos EUA, exibido no Brasil pela RedeTV como Dr. Hollywood. 

Ele se lembra de sua frustrada candidatura a deputado federal por São Paulo pelo PSC, em 2014, então o mesmo partido do atual presidente eleito. “Perdi para um palhaço, um modelo pornô e um funkeiro", disse. 

Neste ano, Rey estudou disputar a Presidência da República pelo PRB, mas desistiu por pressão de sua ex-mulher. "A esposa disse que eu não podia mais me candidatar, porque estavam ameaçando minha família. O gringo não entende essas coisas."

O médico confessa ainda ter alfinetado Bolsonaro quando questionou o baixo número de projetos aprovados pelo então deputado, em entrevista ao programa do humorista Danilo Gentili (SBT), em 2017. Ele minimiza, contudo, como uma brincadeira comum entre adversários políticos. 

“Uma vez que ficou óbvio que ele seria o líder do movimento da direita, todos [pré-candidatos] entramos em linha e o apoiamos.”

Sobre sua visita a Bolsonaro na semana passada, ele garante que o encontro estava marcado. "Não foi só eu, havia outros deputados que não conseguiram fazer a reunião com ele porque o embaixador da Alemanha e da Argentina estavam lá, então somente remarcamos para outro horário, mas a mídia, a 'fake news', não todos, enlouqueceram e falaram que ele não quis me ver.”

Segundo Rey, um novo encontro entre ele e Bolsonaro deve acontecer em janeiro. Até lá, no entanto, ele precisa decidir se abandona a cidadania brasileira. 

“Estou muito cansado da humilhação que eu recebi do Brasil. Eu só queria trabalhar de graça, servindo nosso Brasil.”

“Prefiro a minha nação, mas se a minha nação não me quer, eu vou servir à nação que me adotou. E a marinha de guerra americana precisa de cirurgiões, começam com cargos altos, de capitão. Eu pedi para ir ao combate, quero ser parte do [grupo de elite] Navy Seals no deserto do Iraque.”

Rey acredita ter currículo adequado para cargos do governo. “Eu sou formado em ciência política, economia e cirurgia em Harvard. Não é só ministro da Saúde, mas eu poderia ser chamado para ser embaixador", diz.

Se for chamado a assumir a pasta, ele pretende implementar o que chama de plano roxo, que substituiria o SUS (Sistema Único de Saúde). O modelo seria semelhante ao existente nos EUA, com a população sendo atendida na rede privada por meio de vales. “A pessoa de 18 anos de idade, saudável, ganha um vale menor; uma pessoa da terceira idade, como eu, ou com uma doença crônica, ganha um vale muito maior.”

Ele acredita que Bolsonaro fará um ótimo trabalho e que o juiz Sergio Moro, futuro Ministro da Justiça, será eleito em seguida. “Vão ser dois mandatos, por oito anos, e depois entra o [Sergio] Moro por mais oito anos, então não vai ter lugar no Brasil pra mim, se não me recrutam como ministro ou embaixador.” 

“São 220 países, por que não Rey, embaixador da Suíça? Rey, embaixador dos Estados Unidos? Se o Brasil não tem um lugar pra mim em nenhuma parte do governo, então eu vou deixar o Brasil.”

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