Celebridades

Dr. Rey vai de surpresa à casa de Bolsonaro pedir para ser ministro, mas não é recebido

Cirurgião disse que pode ser embaixador porque fala inglês

O cirurgião Dr. Robert Rey fala com jornalistas na saída de visita à casa do presidente eleito, Jair Bolsonaro - Filipe Cordon/Folhapress
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Lucas Vettorazzo
Rio de Janeiro

O cirurgião plástico e celebridade de televisão Dr. Rey se ofereceu nesta sexta-feira (9) para ser ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PSL). 

Rey esteve nesta manhã na porta do condomínio do presidente eleito, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, mas não foi recebido pelo capitão da reserva, que estava no momento da visita em reunião com o embaixador da Argentina. Bolsonaro também recebeu nesta manhã o embaixador da Alemanha no Brasil.

Dr. Rey chegou a se candidatar a uma vaga de deputado federal por São Paulo pelo PSC em 2014, mas não conseguiu se eleger. Neste ano, chegou a cogitar disputar a Presidência da República pelo PRB.

Ele contou que conheceu Bolsonaro quando os dois eram filiados ao PSC. Na chegada ao local, disse ser de direita, assim como o presidente eleito.

Filho de pai americano com mãe brasileira, Rey emigrou para os Estados Unidos aos 12 anos de idade. Ele ficou famoso por um programa de televisão de cirurgias plásticas nos EUA, exibido no Brasil pela RedeTV, motivo pelo qual ficou conhecido como Dr. Hollywood. 

Nesta sexta, antes de tentar uma reunião com o presidente eleito, Rey defendeu a extinção do SUS (Sistema Único de Saúde) e a criação no Brasil de modelo semelhante ao existente nos EUA, com a população sendo atendida na rede privada por meio de seguro de saúde. 

Segundo Rey, o sistema brasileiro é "terrível" e um "crime contra a humanidade". "Quero trazer para o Brasil um sistema de saúde mais americano, porque o sistema de saúde brasileiro é terrível, é um crime contra a humanidade", disse. 

Ele explicou que o modelo que ele pretende é que todos os brasileiros ganhem um "vale" para utilizar no sistema de saúde privado. Ele criticou a demora para atendimento no sistema atual do país. 

"Com aquele vale terão 10 ou 12 companhias de seguro que vão competir [pelos clientes]. Que nem nos Estados Unidos. Todo brasileiro terá seguro privado. O que acontece no SUS é um crime. Eventualmente, eu queria fechar o sistema brasileiro. Esperar dois anos para um mamograma nos seios é um crime contra a humanidade."

Rey disse que além da formação como médico, também tem diploma de economia em Harvard. Com essas credenciais, disse poder ocupar cargos diversos, a depender da disponibilidade. 

"Seria legal ter no governo alguém da mídia, como eu, ou conhecido internacionalmente. A ideia é criar um governo bem internacional. Espero que eu seja considerado para ministro da saúde, ou com algum cargo lá dentro, ou embaixador brasileiro no exterior porque eu sou muito conhecido lá fora", disse. 

O cirurgião celebridade, contudo, não chegou a se reunir com o presidente eleito. Ele mesmo havia dito antes de entrar no condomínio que a conversa não estava agendada e que corria o risco de levar uma "porta na cara". 

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