Palestrante motivacional, Pedro Leonardo diz que Leandro deixou legado de otimismo
Seis anos após grave acidente, artista dá conselhos e canta em nova empreitada
Em junho de 1998, cerca de 25 mil pessoas acompanharam o velório do cantor Leandro no Hall Monumental da Assembleia Legislativa, em São Paulo. A morte prematura do músico, então com 36 anos, gerou comoção nacional. Quase vinte anos depois, o legado do sertanejo é agora um dos temas abordados em palestras motivacionais ministradas por seu seu sobrinho, o também cantor Pedro Leonardo Costa.
"Um dos exemplos que conto em minha apresentação é a batalha que meu tio Leandro travou contra o câncer", diz Pedro, filho de Leonardo, que fazia dupla com o irmão. "Nesse momento mostro a maior herança que ele deixou para nossa família: ser feliz e otimista independente da luta que enfrentamos."
A força do tio durante o tratamento de câncer um raríssimo, conhecido por tumor de Askins (que estava localizado junto ao seu pulmão direito), não é o único motivo que faz Pedro falar —e cantar— para o público que o assiste na palestra "Novos Tempos", um mix de palavras de incentivos e música sertaneja.
Há seis anos, em abril de 2012, Pedro sofreu um grave acidente de carro nas proximidades da cidade de Itumbiara (GO) após um show —na época, ele fazia dupla com o primo, Thiago, filho de Leandro. Pedro dirigia sozinho em direção à cidade de Goiânia quando seu carro capotou. "Estávamos em uma das melhores fases de nossas vidas quando vi meu sonho ser interrompido."
Pedro ficou em coma e sofreu três paradas cardíacas que deixaram sequelas ainda hoje visíveis. "Eu fiquei com algumas limitações na voz, fala, coordenação e equilíbrio. Mas nunca esqueci letras e melodias de músicas, fato que ajudou em minha reabilitação. Durante todo o tratamento, meu maior sonho era voltar aos palcos. Ao mesmo tempo, as pessoas queriam saber como foi minha luta, desafios, se pensei em desistir, quem me apoiou e etc."
Segundo o artista, criar o roteiro da palestra e conseguir falar com o público sobre sua superação o fizeram relembrar a história de toda a sua família, incluindo a infância do pai e do tio, que antes da fama trabalharam na roça, na lavoura de tomates.
"Sob o meu ponto de vista, conto [na palestra] alguns causos do meu tio e do meu pai, dois meninos do interior do Goiás que, sem investimento ou influências, chegaram ao topo do sucesso. Narro como foi a luta do meu tio contra o câncer e toda motivação que meu pai teve para superar e se reinventar em sua carreira."
Hoje, aos 30 anos, Pedro, que é casado com a arquiteta Thaís Gebelin, com quem tem duas filhas —Maria Sophia, de seis anos, e Maria Vitória, de quatro meses—, garante levar a vida com bom humor e leveza. "Segundo meu pai, lá em casa, sem nenhum tipo de acidente, todo mundo tem pelo menos 10% de sequela", brinca. "Precisamos parar de reclamar das coisas. Temos que acordar de bem com a vida e procurar enfrentar nossas batalhas com alegria e felicidade."
Comentários
Ver todos os comentários