Kyra Gracie, mulher de Malvino Salvador, abre escola de jiu-jitsu no Rio para ficar mais em família
Atleta diz que sua prioridade é cuidar das filhas e do marido
A pentacampeã mundial de jiu-jitsu, que leva no sangue e no nome o legado da família Gracie, abrirá em abril uma academia de jiu-jitsu na Barra da Tijuca, no Rio, podendo se dedicar mais a família.
Kyra Gracie, 32, lutadora e também comentarista esportiva da Globo, é casada com o ator Malvino Salvador, 42, e tem duas filhas pequenas, Ayra e Kyara. "Malvino adora treinar comigo, as meninas também, então esta nova empreitada será mais um tempo que teremos juntos, porém no tatame."
Entrevistada pelo F5 nas gravações da terceira temporada da série "Laboratório da Luta", do canal Combate, diz que sua prioridade é cuidar das filhas e do marido. "Me viro em várias pra dar conta dos compromissos e da agenda movimentada, mas meu foco sempre será cuidar das meninas e do Malvino", afirma.
"Já coloco este compromisso na rotina, e para mim é o mais importante. Não existe focar só no trabalho. Para eu estar bem, tenho de estar 100% com a minha família. Buscar as filhas na escola e acompanhar na natação fazem parte do meu dia."
Kyra diz que nunca foi de acompanhar novela, mas se surpreendeu com a dedicação e preparação dos artistas depois de se relacionar com Malvino. Hoje diz admirar a profissão, mas que antes de conhecê-lo tinha o seu pé atrás com atores. Em entrevista ao canal Combate, afirma ter ficado horrorizada quando uma van cheia de mulheres assediou Malvino na rua e que tem um certo ciúmes quando vê alguma cena mais picante do ator nas novelas. "Prefiro não assistir", declarou.
A nova escola de lutas com o brasão dos Gracie terá ensino do jiu-jitsu focado em defesa pessoal feminina e o ensino da modalidade para famílias e crianças. Com o aumento da violência contra mulher e as denúncias de assédio, ajudar a preparar mulheres em diferentes circunstâncias será parte do novo projeto de Kyra.
MACHISMO
Gracie relembra quando iniciou na luta: "Uma mulher não era comum no esporte e em lutas marciais". Segundo ela, seu sonho foi sempre ser faixa preta e professora de jiu-jitsu, mas teve que lidar com o preconceito dentro e fora da família. "A sociedade era machista naquela época, estamos falando de vinte anos atrás. Achavam que as mulheres na família não deviam lutar, eu não era incentivada dentro da própria casa."
Já na escola, era considerada uma menina "estranha" por fazer a modalidade. "Eu sempre levava comigo a marmita e o quimono, e as pessoas me olhavam com diferença. Na adolescência eu não era convidada para as festinhas, pois me achavam esquisita."
Segundo a pentacampeã, o lado bom de tudo que passou foi influenciar mulheres na prática do jiu-jitsu e no esporte em geral, abrindo portas para o aumento de mulheres no cenário das lutas.
"Ser uma mulher dentro da TV, e uma das poucas comentaristas, também foi outra etapa de machismo a superar. Ouvi de tudo um pouco, do tipo: o que que essa mulher está falando de luta?"
"Minha história foi sempre marcada por muitas questões justamente por ser mulher. Cresci ouvindo que nunca teriam uma aula de jiu-jitsu com uma mulher. Então a minha resposta a eles foi exatamente os meus resultados e o meu trabalho".
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