Bichos

Reforma no RioZoo acaba com as grades e força a aproximação de chimpanzés

Ariscos, Pipo, Yoko e Paulinho não tinham contato até agora

Pipo e Yoko, chimpanzés do RioZoo, já convivendo no mesmo ambiente
Pipo e Yoko, chimpanzés do RioZoo, já convivendo no mesmo ambiente - Divulgação
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Leonardo Sanchez
São Paulo

Uma nova amizade está se formando no RioZoo, o zoológico do Rio de Janeiro. Em reforma, o local está sendo transformado em um bioparque, trocando grades por barreiras naturais e aumentando a interação entre os animais. Justamente por isso, um grupo de três chimpanzés está aprendendo a conviver. 

Há muitos anos moram ali Pipo, Yoko e Paulinho, primatas de 45, 40 e 36 anos, respectivamente. Apesar de velhos habitantes do zoológico, eles nunca interagiram devido à sua natureza arisca e um tanto antissocial. Agora, graças ao novo projeto de bioparque, os chimpanzés precisarão conviver em sociedade.

Desde fevereiro, um grupo de biólogos —que inclui uma especialista da espécie vinda dos Estados Unidos— tenta forçar uma amizade entre o trio. “Com a nova concepção do zoológico, pra melhorar a vida dos animais, a gente decidiu que não dá para eles viverem sozinhos”, explica a bióloga Anna Cecília Leite, 28.

“Pipo, Yoko e Paulinho nunca viveram juntos e essa aproximação é bem complicada, porque eles são animais muito políticos. Precisamos evitar brigas e até mesmo óbitos”, diz. 

De acordo com Leite, a aproximação dos bichos está sendo feita por etapas e acontece nos bastidores do RioZoo, longe dos visitantes. No primeiro mês, o trio se conheceu por meio de câmeras. Em seguida, os dois machos foram colocados juntos, para interagir. Na fase atual, cada um deles conhecerá a fêmea Yoko separadamente, para que no futuro os chimpanzés possam frequentar o mesmo ambiente.

“Para juntar os três é preciso que eles tenham uma relação de confiança muito bem definida. Eles são como a gente, se eles não confiam no parceiro, não deixam ele se aproximar”, diz a bióloga.

Yoko será a conexão entre os dois primatas machos: cada dia ela fica com um deles e, segundo Leite, sua personalidade apaziguadora e mais maleável será a chave para que o trio possa formar “uma grande família”.

Quando as reformas, que devem durar cerca de dois anos, terminarem, o RioZoo estará dividido em biosferas de grupos de animais, como aves, primatas e répteis, e terá uma atração que pretende recriar uma savana africana.

O investimento no projeto é de R$ 65 milhões, bancados pelo grupo Cataratas, que administra o parque desde 2016. A primeira etapa das obras começou em junho e deve ser concluída em dezembro.
 

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