Bichos

Como acostumar seu gato a um novo felino dentro de casa sem traumas

Veja dicas para apresentar ao seu felino o novo membro da família

Érica Capistrano, 56, entre os gatos Nina (à esq.) e Yang
Érica Capistrano, 56, entre os gatos Nina (à esq.) e Yang - Robson Ventura/ Folhapress
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Descrição de chapéu Agora
Lara Pires
São Paulo

Os gatos em geral são territorialistas e costumam disputar o espaço em que moram. É o que explica a veterinária July DiSegni. Com os gatos domésticos, o comportamento é o mesmo. Então, quem já tem um animal em casa, mas quer ter mais um deve seguir algumas orientações, porque o bicho pode estra­nhar a presença do outro e mudar seu comportamento, tornando-se arredio e até mesmo agressivo.

"Eles sentem que tem alguém inva­dindo o espaço deles e, dentro de casa, têm de aprender a dividir o território. Não é fácil para eles", explica July. Caso o animal já seja adulto, é mais fácil apresentá-lo a um filhote do que a ou­tro gato crescido, pois o filhote se adap­ta mais facilmente ao ambiente, e o ou­tro sabe que pode dominá-lo melhor.

"O primeiro passo é verificar que ne­nhum dos gatos tem doença que possa ser transmitida ao outro. Só depois dis­so, a adaptação começará. Mas deverá ser feita aos poucos”, orienta July. O gato novo deve ser mantido sepa­rado do residente, em algum cômodo da casa, com caixinha de areia, comida e água, diz. "O outro animal deve ter acesso aos demais espaços normal­mente. Assim, um pode ir sentindo o cheiro do outro para se acostumar com ele e começar a aceitar a presença."

Érica Capistrano, 56, empresá­ria, passou pelo processo de adaptação de seus gatos Nina e Yang. Nina foi a primeira a chegar na casa, com apenas um mês de vida. Depois de um ano, sur­giu o gato preto Yang, resgatado da rua com cerca de um ano de vida. “Meu receio era eles brigarem e se fe­rirem”, conta Érica.

"No começo, um ti­nha medo do outro, mas coloquei o Yang em um quarto separado durante dez dias. Todos os dias, eu abria a porta e deixava os dois conviverem um pouco. Aí, com o tempo, foram se acostumando”, explica Érica. "Nina tem ciúme do Yang. Por isso, preciso sempre me lem­brar de fazer carinho nos dois, para ne­nhum ficar triste. Mesmo após a adap­tação, o Yang ainda a atormenta, pula
em cima. Mas já o vi fazendo carinho."

A veterinária July orienta a dar petis­cos e brinquedos sempre que um gato estiver junto do outro. “Assim, eles vão associar a presença do novo compa­nheiro a coisas positivas”, explica. “Quando comem na presença um do outro, é bom sinal”, afirma. Brigar ou gritar com os gatos não é aconselhável. E, mesmo que eles fi­quem irritados e se estapeiem, só inter­fira se a briga for séria. “Tem gatos que vão se amar, e outros que vão se tolerar. Não dá para saber qual será o compor­ tamento, é preciso paciência”, diz July.


PASSO A PASSO PARA UNIR OS GATOS

Cheque a Saúde Leve o novo animal ao veterinário antes de qualquer aproximação para evitar que ele transmita verme ou doença ao outro. Certifique-se também de que o gato residente esteja em boas condições de saúde

Dê espaço
Nos primeiros dias, o novo gato deverá ficar em um espaço exclusivo para ele, com alimentação e caixa de areia. O gato residente deverá ter livre acesso à casa, exceto ao quarto em que está o novo gatinho

Compartilhe cheiros
Leve a cama ou o cobertor de um gato para o outro. É importante que eles sintam o cheiro e entendam, aos poucos, a presença de outro animal

Tenha paciência
Observe atentamente o comportamento do residente. Veja se está agressivo, inquieto ou curioso. É importante respeitá-lo e não impor a presença do novo gato ao antigo de maneira brusca

Considere  a idade
O novo gato, se for filhote, aceitará com mais facilidade a presença do outro. Se for adulto, a aproximação precisará ser ainda mais cautelosa

Interfira pouco
Os gatos devem ser colocados no mesmo ambiente de forma gradativa. Caso haja brigas leves, não os recrimine. Só interfira caso exista a real possibilidade de algum deles se machucar

Ofereça recompensas
Alimentos úmidos ou petiscos devem ser oferecidos quando um estiver na presença do outro; isso os ajudará a relacionar a presença do outro a algo positivo

Fonte: Juli DiSegni, veterinária

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