Televisão

'Éramos Seis' termina com audiência em alta, Natal em família e volta de Alfredo ao Brasil

Alfredo descobre ser pai do filho de Inês, mas expectativa é que ele termine com Adelaide

São Paulo

Em seu quinto remake, "Éramos Seis" termina nesta sexta-feira (27) com a audiência em alta e mudanças significativas em relação ao livro homônimo de Maria José Dupré e suas outras versões para a televisão. Além do final feliz para Lola (Gloria Pires), que se casa com Afonso (Cássio Gabus Mendes), Alfredo (Nicolas Prattes) vai voltar para o Brasil, diz o diretor Carlos Araújo ao F5.

Depois da cerimônia de união entre Lola e Afonso, que será apresentada no capítulo desta quinta-feira (26), a novela terá um salto de dez anos. Nesse período, Alfredo realiza o sonho e se torna marinheiro nos Estados Unidos. Ele vai também atuar na Segunda Guerra Mundial.

Mas, depois disso, ele retorna ao Brasil e, segundo a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, ele vai descobrir que é o verdadeiro pai de León, filho que teve com Inês (Carol Macedo), mas que foi assumido por Lúcio (Jhona Burjack), com quem a enfermeira se casou. Alfredo vai ficar muito feliz com a novidade.

A expectativa, porém, é que o jovem termine a trama ao lado da feminista Adelaide (Joana de Verona). Para Nicolas Prattes, que estava escalado inicialmente para viver Carlos (papel que foi feito por Danilo Mesquita) e pediu para ser Alfredo porque gostaria de fazer um personagem diferente do que estava habituado, interpretar o jovem problema da família Lemos foi desafiador.

"No caso de Alfredo, eu tive pouco tempo para preparar e é um personagem muito intenso, que você pode esperar qualquer coisa dele. Eu tinha que estar muito seguro, então, foi muito desafiador nesse sentido. A sensação é de dever cumprido, uma sensação muito prazerosa e de muita alegria", afirma o ator.

Além do retorno de Alfredo e do casamento, os últimos capítulos trazem a exposição de Justina (Julia Stockler), que conseguiu se livrar dos traumas do passado e da relação conturbada com a mãe, Emília (Susana Vieira); Zeca (Eduardo Sterblitch) será eleito prefeito de Itapetininga; Lola vira avó –Isabel (Giullia Buscacio) e Felício (Paulo Rocha) tem uma filha chamada Cecília.

As cenas finais devem mostrar ainda uma celebração de Natal. Um dos poucos que não se dá muito bem no fim é Julinho (André Luiz Frambach). Embora consiga o que sempre quis, ficar rico, ele vai perceber que não valeu a pena se casar com quem não amava, Soraia (Rayssa Bratillieri), só por dinheiro.

Para a Globo, o resultado de "Éramos Seis" é muito positivo. Na semana do dia 16 a 21 de março, a novela bateu recorde de audiência –mas vale lembrar que, no período, começaram as restrições do governo para a população não sair de casa por causa do novo coronavírus.

No Painel Nacional de Televisão (PNT), a novela marcou 25 pontos de média na semana (cada ponto do Kantar Ibope equivale a 260.558 domicílios). Segundo a emissora, a última vez que uma novela das seis registrou média semanal superior foi em setembro de 2017, quando foram exibidos os últimos capítulos de "Novo Mundo" –trama que, aliás, será reprisada na faixa a partir do dia 30 de março.

Em São Paulo, "Éramos Seis" marcou na última semana 25 pontos (cada ponto equivale a 74.987 casa), e no Rio de Janeiro, 29 (cada ponto na região equivale a 47.454 domicílios).

Veja os finais de "Éramos Seis"

  1. Lola e Afonso se casam em Itapetininga. A cerimônia, porém, não conta com a a presença de Alfredo, que está fora do país, e de Julinho, que não aceita a nova união da mãe. Isabel é a única filha de Lola presente na celebração Zeca vira prefeito de Itapetininga.

  2. Isabel e Felício têm uma filha, Cecília, e Lola comemora o fato de ser avó.

  3. Julinho conquista o que tanto queria e consegue ficar rico. Apesar disso, ele se sente sozinho, pois não ama Soraia.

  4. Alfredo vira marinheiro nos Estados Unidos e luta na Segunda Guerra Mundial.

  5. Depois de dez anos longe do Brasil, Alfredo volta ao país e vai descobrir que o filho de Inês, León, é na verdade seu. O jovem ficará radiante de felicidade.

  6. O grande mistério é como Alfredo vai terminar. A expectativa é que ele fique com Adelaide.

ERROS E ACERTOS

Para a autora Angela Chaves, embora o livro "Éramos Seis" seja de 1943 e o enredo se passe entre as décadas de 1920 e 1940, "uma boa história tem sempre seu lugar, atravessa gerações". "A saga da família Abilio de Lemos, de seus familiares e amigos, nos toca por sua simplicidade, beleza e realismo", diz.

Doutor em ciências da comunicação pela USP (Universidade de São Paulo), Claudino Mayer, concorda que a novela aborda temas universais como as relações familiares e, por isso, conquistou um público cativo do horário das seis. Na visão dele, porém, a trama teve um ritmo lento e poderia ter feito mudanças mais cedo na trama para conversar com o público de hoje.

"Esse é um horário que pede romance, o público gosta de torcer por casais. A história entre Lola e Afonso poderia ter começado mais cedo para cativar um outro público", diz Mayer.

Para ele, também faltaram mais ganchos entre o fim de um capítulo e começo de outro, o que daria mais agilidade e despertaria o interesse para a trama. Na visão de Mayer, a personagem da tia Emília (Susana Vieira) foi outro ponto que frustrou o telespectador, já que ela não se destacou no folhetim, como era esperado.

Por outro lado, o núcleo de Itapetininga, com o casal Zeca e Olga (Maria Eduarda de Carvalho) foi um dos pontos altos da história. "Proporcionaram momentos de descontração, que é algo que esse horário pede", diz Mayer.

Para o especialista, o grande destaque é a atuação de Gloria Pires, que imprimiu uma Lola muito realista, em que as pessoas conseguem se identificar com a personagem. Ele cita a cena em que ela perde o filho mais velho, Carlos, atingido por uma bala perdida em uma manifestação, como uma das mais emocionantes da trama.

Gloria Pires disse que ficou muito satisfeita com a repercussão positiva do drama e contou que é espectadora de "Éramos Seis". "Assisto a novela como se não soubesse o que irá acontecer. E me emociono, morro de rir, me envolvo", afirmou. Depois do fim das gravações, na última terça (16), Pires contou que acordou com "um vazio".

O que foi bem e o que foi mal na trama

  1. A atuação de Gloria Pires como Lola, especialmente na cena da morte do seu primogênito, Carlos, que emocionou o público.

  2. As cenas de Revolução Constitucionalista de 1932, que conseguiu mostrar o drama da guerra, sem perder a delicadeza que caracteriza a novela.

  3. Eduardo Sterblitch como Zeca, o ator surpreendeu e conseguiu dar a medida certa para o personagem, que é atrapalhado e lúdico, mas sem deixá-lo caricato.

  4. O romance de Clotilde e Almeida. Simone Spoladore e Ricardo Pereira conseguiram demonstrar toda a paixão e as dificuldades que o casal enfrentou ao longo da trama para poder ficar junto.

  5. As participações especiais de atores que participaram de outras versões, como Othon Bastos como o padre Venâncio, Luciana Braga como Zulmira, Marcos Caruso como o prefeito de Itapetininga, e Wagner Santisteban como um amigo de Alfredo.

  6. O encontro das três Lolas: Nicette Bruno, Irene Ravache e Gloria Pires.

  7. O encontro de Othon Bastos e Irene Ravache, que fizeram Júlio e Lola na versão de 1994. A cena foi emocionante.

  8. As mudanças proporcionadas no final pela autora Ângela Chaves, com destaque para o final feliz de Lola ao lado de Afonso, e o desenvolvimento de uma história para Durvalina. A empregada da família Lemos reencontrou o filho Marcelo e se tornou uma estrela de rádio.

  9. O ritmo poderia ter sido mais ágil. Embora seja uma novela de época, ela precisa dialogar com o momento atual, o que demorou para acontecer.

  10. A tia Emília, personagem de Susana Vieira, não atendeu a expectativa e foi uma personagem com poucos momentos de destaque.


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