Respeito nas redes: tem, mas acabou
Tadeu Schmidt e Michelle Barros são atacados na web, mas será que é justo?
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Tadeu Schmidt, Michelle Barros, ambos atacados nas redes.
Quase 70% de todos os habitantes do planeta Terra estão conectados à internet, o que significa que, se você postar qualquer coisa numa rede aberta, seis bilhões de pessoas terão acesso ao seu conteúdo. Qualquer uma delas poderá comentar o que você publicou ou até ofender você de forma direta, sem a menor cerimônia.
"Mas por que pessoas que nem me conhecem me ofenderiam?", perguntaria você. A resposta seria a de sempre: porque elas podem.
E porque podem, elas fazem.
Veja o caso da jornalista Michelle Barros, que estreou como apresentadora de um novo programa matinal no SBT, o Chega Mais, ao lado de Regina Volpato e Paulo Mathias. O programa nem bem começou e Michelle já foi atacada nas redes sociais. Por que? Porque alguns fãs de Regina Volpato acharam que Michelle falou demais, ocupou mais tempo de tela que Regina. Michelle tentou argumentar, responder e chegou a se mostrar disposta a falar menos. Mesmo assim, ficou abalada.
Mesmo que ela tenha falado mais, qual é o problema? É um programa coletivo, diário, novo, cada um ainda vai encontrar seu espaço, seu caminho. Não tem nenhum sentido cobrar dela uma divisão exata de tempo de tela.
E aqui, vale ressaltar, que não houve nenhum atrito entre as apresentadoras, apenas entre os fã-clubes.
Outro apresentador que virou alvo de uma onda de hate nas redes sociais foi Tadeu Schmidt. O motivo foi o discurso dele tentando conter a briga entre Leidy e Davi. Para muitos perfis no Twitter, a bronca de Tadeu em Leidy foi classificada como desnecessária e fora do tom. De fato, ele não precisava ter exposto Leidy daquele jeito. Além disso, muitos interpretaram o recado como uma forma de proteger Davi de uma punição. Teve até quem pedisse a saída do apresentador do reality.
Claro que todo mundo tem direito a opinar, comentar e contrariar qualquer postagem, de qualquer pessoa famosa ou anônima. Todos temos voz nas redes. O vídeo postado por Wanessa, por exemplo, totalmente ensaiado, com cada palavra medida e escolhida para falar de racismo estrutural, recebeu muitas críticas pertinentes. Mesmo dizendo que ela quer aprender a ser uma antirracista, ficou parecendo que ela queria mesmo era salvar sua imagem e carreira.
O problema, na verdade, não está na discussão, na contrariedade. Ao contrário. O debate é bom, é saudável. O que é ruim e perigoso é a ofensa gratuita, o ataque coletivo e covarde a tudo e a todos.
Esse ódio generalizado abala todas as pessoas que sofrem ataques. Mas ela faz mais que isso: ela esgarça o tecido social como um todo, destrói a civilidade. No momento, cada um de nós está vivendo sua pior versão. E a única saída, para todos nós, é resgatar o respeito que devemos ter sempre uns pelos outros.