Qual Arthur está no BBB? O ator, o jogador ou o aluno da Maíra Cardi?
Ator mostra favoritismo no reality ao acumular fãs, haters e polêmicas
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Meu amigo Chico Barney escreveu um texto dizendo que Arthur não ganha o BBB, porque ele não vai conseguir manter o favoritismo até o final da edição. Já outro amigo, o Muka, questionou exatamente o oposto em uma transmissão ao vivo, se existe alguma chance de reverter o favoritismo do Arthur já que, por ora, tudo aponta para que Arthur será o vencedor do programa.
Todas essas visões são coisas de momento. Não há como prever ou afirmar, porque o resultado depende de muitas variáveis imponderáveis, como novas alianças e estratégias que serão traçadas, de quem serão os novos alvos ou opositores de Arthur na casa, do comportamento e das reações de cada um até a final.
O que se sabe com certeza é que Arthur está dominando todas as pautas, dentro e fora do BBB 22, seja pela paixão, pelo ódio, pelo seu comportamento manipulador ou pela sua amizade com os brothers de "padaria". Arthur gerou incontáveis matérias sobre termos usados no feminismo, como manterrupting ou gaslighting, como resposta aos comentários de redes sociais sobre seu comportamento com Laís, eliminada com 91,25% dos votos.
Mas, afinal, quem é esse Arthur que vemos na tela e que mobiliza tanta gente? É o ator, que escolheu um papel para participar do BBB 22 e está representando um personagem, como se fosse uma novela? É um jogador que assistiu edições passadas antes de ser confinado na casa, que se preparou para provas de resistência como bom ex-nadador e atleta? Ou quem está lá é o parceiro e aluno da coach Maíra Cardi, com quem desenhou suas estratégias para conquistar o público e chegar à final?
Se quem estiver ali for o ator, concordo com o Barney, o personagem perderia força a partir de agora, com a saída de Jade e de Laís. A força de um mocinho vem de seu antagonista e sem ninguém para enfrentar ele fica sem rumo. Cantar com a macholândia não vai garantir vitória.
Se for o jogador, ele vai ter que redesenhar seus planos, fazendo novas apostas, lidando com o fato de ter sido escolhido como o mais arrogante da casa, decidindo se vai batalhar para tirar Slow ou Linna nas próximas tacadas.
A terceira possibilidade é que o Arthur que vemos é metade de um time, formado por ele e por sua parceira, a coach Maíra Cardi. Às vezes me passa pela cabeça que tudo sobre os dois é uma grande armação, um plano de marketing, uma experiência social que eles estão fazendo com a mídia e o público. Tudo parece orquestrado em função de um único resultado: popularidade, likes, views, que geram lucro.
Pode ser só loucura da minha cabeça, mas é como se eles tivessem combinado entre eles uma forma de manipular todo mundo. Os dois teriam acertado os ponteiros, criado uma trama particular do casal e, um dentro da casa e outro fora, tentariam fazer o máximo possível para ficarem no centro das atenções num grande show multiplataforma que beneficiaria a ambos.
Essa história de ele não poder comer pão, de ela controlar a dieta dele, é pura produção de conteúdo de entretenimento. As traições, a história de que ela teria pedido para não publicarem os vídeos do passado em que ela fala mal dele, tudo parece ser material de divulgação do casal. Porque, se é mesmo verdade que ele a traiu tantas vezes e ela perdoou, no BBB ele está sendo 100% fiel ao método Maíra Cardi.
Se for, está dando muito certo para eles. Não sei se os resultados para você são iguais aos meus, mas digitando Arthur Aguiar no maior buscador da Internet o número de resultados é três vezes maior que o número de resultados por Pelé. Tudo bem que Pelé não está em alta, mas, gente? O atleta do século, o maior jogador da história do Brasil tem menos resultados de busca do que um ator/cantor que participa do BBB?
Há também uma 4ª hipótese. Que esse cara que tem tantos fãs, tantos haters, que gera fatos, notícias a boatos que envolvem até histórias de suborno (um colunista teria recebido uma oferta de R$ 50 mil para falar mal de Arthur) seja apenas isso, um cara que entrou no BBB. E que está sendo exatamente do jeito que ele é. Que tudo seja verdade.
São muitas possiblidades e cada pessoa escolhe acreditar na alternativa que melhor lhe convém.
O que eu penso é que o Big Brother começou como um experimento de comportamento humano vivendo em coletividade dentro de restrições. Virou um jogo com prêmio para incentivar as discussões. Mudou para uma luta de classes entre ricos e pobres, anônimos e famosos, forçados a conviver e a promover os patrocinadores para gerar muito lucro para a emissora. Evoluiu para um grande show multiplataforma que envolve participantes, apoiadores, familiares, agregados e todas as respectivas redes sociais numa espécie de carnaval de sentimentos.
Mas, no imaginário desse país tão injusto, tão sofrido, tão mal gerido, talvez o BBB não seja nem jogo, nem show, nem entretenimento aleatório, mas uma rara oportunidade coletiva de observar, julgar e premiar as pessoas de melhor caráter, as que mais merecem, as que batalham na vida para conquistar um lugar ao sol, as que nos emocionam pela sua história, as que resistem e superam todos os desafios dessa vida, da miséria ao preconceito. E se for isso mesmo, Lina, Nat e Jessi deveriam ser as finalistas. Porque cada uma luta, do seu jeito, pelo prêmio mais importante do mundo: respeito.
Quem viver, verá.