Peru vence mundial de miss para mulheres trans; brasileira Jessy Lira fica no Top 12
Catalina Marsano é a Miss International Queen 2024; concurso foi na Tailândia
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A peruana Catalina Marsano, 28, venceu neste sábado (24) o título de Miss International Queen 2024. O concurso, que aconteceu na Tailândia, é considerado o maior mundial de miss em atividade atualmente, exclusivo para mulheres transgêneros.
Quem defendeu o Brasil foi a modelo paulista Jessy Lira, 29, que fez bonito e voltou a classificar o país no grupo de 12 semifinalistas, após dois anos. Em segundo e terceiro lugares ficaram, respectivamente, as misses Tailândia, Saruda Panyakham, e Vietnã, Nguyen Turong San.
As candidatas chegaram à Tailândia em meados de agosto e, dede então, participaram das etapas preliminares e agenda do concurso. No concurso, as misses desfilam em traje de gala, traje típico e as finalistas respondem a perguntas do júri no palco. A final foi exibida ao vivo em TV local e pelo canal do concurso no YouTube, para todo o mundo.
Ao final da cerimônia, que tem um formato similar aos tradicionais certames de miss do setor, quem passou a coroa foi a holandesa Solange Dekker, 28, vencedora de 2023.
Esta foi a 18ª edição do Miss International Queen (MIQ) e um grupo de 22 misses disputou não apenas o título de beleza, mas também o posto de embaixadora da "Royal Charity AIDS Foundation of Thailand" -- fundação tailandesa em prol do combate à AIDS, que recebe anualmente a doação dos lucros do evento.
Segundo a organização, a missão do MIQ é conscientizar e promover a igualdade entre homens e mulheres LGBTQIA+ e transgêneros, em todos os sentidos. Vale registrar que a disputa sempre é realizada na cidade tailandesa de Pattaya, conhecida por suas belas praias.
MAIOR CONCURSO TRANS
Uma das competições nichadas mais conhecidas do universo dos concursos de beleza, o Miss International Queen surgiu em 2004 na Tailândia, país famoso por sua tolerância e aceitação a pessoas transgênero. A cultura trans é tão presente na sociedade tailandesa que a cirurgia de redesignação sexual é uma das especialidades da medicina do país, o que atrai pacientes do mundo todo.
A única brasileira que reinou no trono mundial foi a paulista Marcela Ohio em 2013. Além disso, o Brasil bateu quatro vezes na trave na luta pela coroa: ficou em segundo lugar com a pernambucana Aleika Barros (2007), com a carioca Jéssika Simões (2012), com a mineira Valeska Dominik (2015) e, mais recente, com a carioca Náthalie de Oliveira (2017).
Com 20 anos de existência, o evento é considerado o maior concurso de beleza para mulheres transgênero no mundo. Apesar de sua periodicidade anual, ele não foi realizado em três ocasiões, por motivos distintos: em 2021, devido à restrições impostas pela pandemia de Covid-19; em 2017, em respeito à morte do rei tailandês Bhumibol Adulyadej; e, em 2008, por conta de conflitos políticos armados no país asiático.
Uma curiosidade é que, em 2010, quem defendeu o Brasil foi a estilista Michelly X, responsável por desenhar e produzir figurinos para famosos como Xuxa, Anitta, Ivete Sangalo, Pabllo Vittar e Gloria Groove. Em 2020, ela também assinou o traje típico da gaúcha Julia Gama no Miss Universo daquele ano, quando a representante brasileira ficou em segundo lugar, perdendo apenas para a mexicana Andrea Meza.