Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

De faixa a coroa
Descrição de chapéu
Silvio Santos

Concursos de Miss Brasil seguem vivos graças a Silvio Santos

Apresentador transformou os concursos de beleza em grandes espetáculos nacionais e deixou legado

Silvio Santos ao lado da gaúcha Deise Nunes, vencedora do Miss Brasil em 1986

Silvio Santos ao lado da gaúcha Deise Nunes, vencedora do Miss Brasil em 1986 João Batista da Silva/SBT/Divulgação

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Londres (Reino Unido)

Há cerca de 15 anos, desde comecei minha jornada no universo das misses, o nome de Silvio Santos ganhou outro atributo. Além do famoso e rico animador de programas de auditório do SBT, que provocava risadas e ajudava a deixar o domingo das pessoas menos cinza, ele também passou a ser o eterno "apresentador do Miss Brasil".

Silvio começou a "flertar" com o concurso em 1979, quando transmitiu a edição do Miss Universo daquele ano. Mas o SBT assumiu de fato a incumbência de promoção e realização do Miss Brasil apenas a partir de julho de 1980, como herança da falência da TV Tupi, que realizava a seletiva de nossas misses até aquele momento.

Ele, claro, imprimiu sua personalidade única e a linha criativa editorial da sua emissora ao programa, que trouxe um resultado muito positivo em sua primeira celebração, em 1981. A partir dali, a cerimônia não só foi incorporada à programação do SBT, como também ganhou uma nova roupagem, tornando-se novamente um espetáculo de apelo popular, com grande visibilidade.

A alta audiência da coroação de 81, que chegou a ter mais de 40 pontos, ganhou a atenção e o coração de Silvio. Nos anos seguintes, o resultado de seu trabalho de popularizar o concurso superou expectativas de tal forma, que marcou para sempre a memória das pessoas ao longo da década de 80, que o acompanhavam na TV.

Silvio Santos apresenta o concurso Miss Brasil - João Batista da Silva/SBT/Divulgação

A primeira titular do período que chamamos carinhosamente no mundo miss de "Era Silvio Santos", foi a gaúcha Adriana Alves de Oliveira, eleita em 27 de junho de 1981. Menos de um mês depois, no dia 20 de julho, ela conquistou o quarto lugar na final do Miss Universo daquele ano, tornando-se um dos nomes mais respeitados desse setor no país e um rosto super conhecido pelo público.

Silvio foi, sem dúvida, o responsável por impulsionar a carreira de diversas misses que se tornaram não só ícones da beleza, mas também personagens fixas do imaginário popular, ocupando seu espaço no estrelato brasileiro. Além de Adriana, alguns deles são o da gaúcha Deise Nunes, a primeira mulher negra a ser coroada Miss Brasil (1986), o da pernambucana Suzy Rêgo (vice Miss Brasil 1984), da paulista Solange Frazão (vice-Miss Brasil 1982) e da cearense Flávia Cavalcante (Miss Brasil 1989).

Com sua visão de empresário, ele compreendeu a importância desses concursos como uma plataforma para mulheres jovens e talentosas de todo o Brasil, oferecendo-lhes uma oportunidade única de projeção nacional e internacional. Silvio reestruturou o evento para que não fosse apenas um desfile de beleza, mas também uma celebração das culturas regionais, das histórias de vida das participantes e de suas ambições. A humanização das misses foi um dos legados mais significativos de Silvio para esse setor.

O apresentador transformou o Miss Brasil em um evento não só glamoroso, mas também respeitável, elevando o nível de profissionalismo e o entretenimento com que o concurso era conduzido.

Sem dúvida, seu trabalho com as misses é um dos grandes marcos de sua carreira e sempre será uma contribuição crucial para a história do Miss Brasil. Em 1989, porém, ele elegeu sua última miss e, com a queda constante de audiência, ano a ano, abriu mão dos direitos de realização.

Com a partida de Silvio, o setor dos concursos de miss no país se despede de um de seus maiores defensores. No entanto, vai perdurar o seu legado de que, se for trabalhado com empenho, o concurso pode voltar a ter a estrutura e grandeza que teve nos anos 80. A certeza de que o Miss Brasil pode sempre renascer, prosperar e ter a visibilidade que quiser vai perdurar e permanece em vigor, guiando as novas gerações de organizadores e participantes.

Se depender desta coluna e das centenas de fãs e blogueiros de concursos de miss no país, em todas as redes sociais, a tradição dos concursos de Miss Brasil continuará viva, adaptada aos novos tempos, mas sempre marcada pela influência de Silvio.

Pode descansar em paz, Silvio! Saiba que há muita gente do bem cuidando das misses no Brasil. Seu legado não será esquecido, e sua contribuição continuará a ser celebrada por todos aqueles que reconhecem a importância e a beleza do Miss Brasil como uma tradição nacional.

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem