Com portuguesa eleita, Miss Universo terá duas mulheres trans na disputa pela 1ª vez
Marina Machete se junta à holandesa Rikkie Valerie Kollé no páreo deste ano; antes, só a modelo espanhola Ángela Ponce havia participado do concurso de beleza, em 2018
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A modelo transgênero e aeromoça Marina Machete, 28, foi coroada na noite de quinta-feira (5) como a nova Miss Portugal. Ela é a primeira mulher trans a vencer o título do país europeu e a terceira da história a disputar o Miss Universo.
"Orgulho em ser a primeira mulher trans a competir pelo título de Miss Universo Portugal", publicou Marina em seu perfil nas redes sociais antes da final do concurso. "Durante vários anos não me foi possível participar e hoje me orgulho de fazer parte deste incrível grupo de finalistas", completou ela, que desde a adolescência é engajada com projetos sociais.
Marina disputou o Miss Portugal com outras 15 meninas, em evento realizado em Borba, no distrito de Évora. Na competição, representou a vila de Palmela, em Setúbal, localidade onde nasceu e cresceu. Além de conquistar a coroa, foi apontada pelos jurados como a miss mais confiante.
A miss sucede no trono a modelo Telma Madeira, titular de 2022, que em janeiro passado ficou entre as 16 semifinalistas do Miss Universo, realizado em Nova Orleans (EUA). Agora, tem a chance de lutar para colocar Portugal pela primeira vez no grupo de finalistas do concurso, ou até mesmo vencer a coroa, algo que nunca aconteceu em 71 edições.
Por enquanto, Marina e a holandesa Rikkie Valerie Kollé, 22, eleita em julho, serão as duas mulheres transgêneros que concorrem ao mundial deste ano. Antes delas, a única miss trans a se classificar para o Miss Universo foi a espanhola Ángela Ponce, em 2018.
Desde 2012 é permitido que mulheres transgêneros participem do concurso, em todas as suas estâncias: mundial, nacional, estadual e municipal.
NOVO MOMENTO
A final do Miss Universo 2023 está marcada para o dia 18 de novembro, em El Salvador. Com a maior pluralidade de candidatas nas últimas décadas, este já é considerada a edição mais diversa da história, pois, ao que tudo indica, deve ser marcado por uma série de "primeiras vezes".
Além de Marina e Rikkie, é a primeira vez que mulheres mães e casadas podem participar (até agora, as misses Guatemala, Michelle Cohn e Colômbia, Camila Avella). Isso só foi possível após a decisão histórica do Miss Universo de mudar as regras da competição, criada em 1952. Em agosto passado, a organização mundial comunicou que, a partir de 2023, começaria a aceitar mulheres que sejam ou foram casadas, assim como grávidas ou que tenham filhos.
Também está no quadro a modelo plus size Jane Dipika Garrett, 23, eleita Miss Nepal em setembro. Soma-se a isso tudo o fato de que esta é a primeira edição do Miss Universo comandada pela empresária tailandesa Anne Jakrajutatip, mulher transgênero que comprou o concurso em 2022. O Brasil será defendido pela gaúcha Maria Eduarda Brechane, 19, eleita em julho, e quem se despede do posto é a americana R'Bonney Gabriel, 29.
Vale lembrar, em setembro passado a organização do Miss Universo anunciou em sua conta oficial nas redes sociais (@missuniverse) o fim dos limites de idade para participar do concurso. Até o momento, o Miss Universo aceita candidatas que tenham entre 18 e 28 anos.
Segundo a nota oficial, a novidade se aplica a todos os concursos associados à franquia, e se iniciam em 2024. Ou seja, a partir do ano que vem, mulheres que tenham mais de 30, 40, 50 anos ou mais, também poderão se candidatar em suas seletivas nacionais e chegar ao palco mundial.