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Daniela Lima fala sobre 3 anos de CNN Brasil, fake news e haters

Jornalista se abre pela 1ª vez sobre trajetória na tela e explica por que o canal lhe roubou o hobby da maquiagem

A jornalista Daniela Lima no cenário de seu noticiário, o CNN 360 - @danielalimajornalista no Instag

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São Paulo

Quando digo a Daniela Lima que nossa ideia é fazer um balanço de três anos de CNN Brasil por meio da figura que melhor representa o canal hoje, ela logo vai citando outros colegas de irrefutável competência. Convém argumentar, no entanto, que a jornalista é hoje, entre os profissionais mais relevantes ostentados pela CNN Brasil em seu lançamento, em março de 2020, a maior grife da casa, ao lado de William Waack, que restou à emissora após as demissões realizadas no fim do ano.

Como Waack já trazia na bagagem a fama alimentada ao longo de duas décadas de Globo, é natural que tenha restado a Daniela a representação do rosto mais vinculado à CNN Brasil hoje. É verdade que antes de pisar nos novos estúdios da marca na avenida Paulista, ela já havia frequentado por quase seis meses o icônico cenário do Roda Viva, na TV Cultura, posto que abandonou para abraçar o expediente em tempo integral da CNN, deixando sua cadeira para Vera Magalhães.

Mas foi mesmo na representante brasileira do canal gringo que Daniela se transformou em âncora de TV, após 9 anos na Folha --sete deles como repórter da editoria Poder, e dois como editora da coluna Painel. Antes disso, passou pelos jornais Correio Brasiliense e pela revista Veja.

Nessa conversa, Daniela Lima, 37, fala de onde vem tanta segurança para rebater mentiras em entrevistas ao vivo, algo que gente com muito mais tempo de TV que ela não faz, e como lida com a exposição que a TV lhe trouxe.

Confessa ser uma péssima leitora de teleprompter, recurso que permite ao apresentador ler tudo o que está dizendo em uma tela acoplada à câmera. Aprendeu que TV é obra realmente coletiva, e isso nada tem a ver com o clichê do tal trabalho em equipe, já que escrever, atividade central de seu expediente na mídia impressa, é realmente uma tarefa solitária.

Nascida em Brasília, a jornalista conta ainda que a TV lhe roubou o hobby da maquiagem, elemento que se tornou parte essencial do trabalho. "Isso de ter de virar a Barbie todo dia é difícil", fala, sobre a exigência que a parafernália televisiva faz de alguém que se coloca diante das câmeras.

A seguir, Daniela, que está em férias até 10 de abril, relata o que ainda lhe causa desconforto após três anos de CNN Brasil, expediente que a leva a lidar com haters nas redes sociais e a entender por que o jornalismo profissional incomoda tanta gente.

Que balanço você faz desses três anos de canal, no contexto de seus três anos como âncora?
Daniela Lima - A gente está vivendo 30 anos em 3, eu acho. Porque a CNN chegou num período muito pesado para o Brasil, a gente estreou junto com a pandemia, quando as pessoas estavam todas fechadas, num governo novo, que tinha uma relação muito atritada com a imprensa naquela ocasião. Era o governo Bolsonaro, e a gente chegou nesse turbilhão: tudo era novo pra todo mundo.

Então, esse tempo de acomodação que talvez seja natural numa empresa que está começando, qualquer que seja ela, a gente não teve. Foi tipo: ‘Chegou, tem que entrar pra jogar’. Desde então, tem sido assim. Eu vejo a CNN com um processo ainda de amadurecimento, inclusive institucional mesmo, apesar de a marca ser muito forte. É muito doido, em grandes eventos, o que acontece com a audiência. As pessoas de fato procuram a CNN.

Porque tem isso: é a emissora que dá o fim do mundo nos filmes. Você liga e você vê: bom, tá acabando o mundo, e isso acontece também aqui. Mas tem sido um período muito desafiante. E eu acho que a gente tem uma vitória, que é de ter conseguido se tornar relevante. As pessoas sabem que o canal traz notícia e as pessoas acompanham o canal porque tem marcas já muito claras.

É um canal mais ágil, o que eu acho um super feito para alguém que está há três anos só no mercado. Os nossos concorrentes todos têm décadas nas costas.


De fato, a GloboNews, embora mantenha larga liderança, nunca havia encontrado na Record News e na Band News a repercussão que vem enfrentando com a CNN Brasil.
Daniela
- Eu tenho o meu minuto a minuto que é o Youtube. Eu estou lá no computador, estou com o meu WhatsApp aberto, eu tenho o espelho [roteiro] do jornal aberto, e eu tenho o Youtube aberto na minha frente. Eu consigo acompanhar se o assunto está rendendo ou não, eu tenho alguma métrica. Na eleição, a gente chegou a ter mais de 900 mil pessoas no YouTtube, acompanhando, ao vivo, simultaneamente. É muita coisa. Se você propõe esse dado para os parâmetros dos dados do Kantar Ibope, você vai entender o que a gente está falando.

Fora que agora a gente está no Prime Video, a gente está no Kwai. O dado oficial da TV é muito importante, e lá a gente também está brigando, a gente é competitivo, mas tem essas outras fontes que tornam o canal muito mais acessado do que aquele número. Eu estava analisando essa semana, antes de sair de férias, um dia regular que não teve nada de especial. A gente fechou o dia, o jornal termina as 6. Quando eu vou olhar, às 10 da noite, a gente estava com 230 mil visualizações, só no YouTube.

As pessoas quando chegam em casa também vão assistir ao 360, à CNN, elas querem saber o que saiu ali, essa é uma métrica para mim muito importante.

Como foi o treino para essa transposição da experiência impressa para a TV?
Daniela -
Como foi tudo muito no susto, não é que a gente teve um tempo de maturação para pilotar e tudo, o estúdio ficou pronto junto com a emissora. O tempo de preparação foi na tela, foi ao vivo.
Eu tive a sorte de estrear com um cara muito maravilhoso que é o Reinaldo Gottino, né? Porque foi ele quem deu o que eu poderia agregar. Ele falou: ‘você é a pessoa da informação, vamos dar informação, eu levanto, você corta’. Ele falava muito isso. Ele é generoso demais.

O Roda [Viva] foi uma experiência muito honrosa, mas o Roda tem um formato consagrado, é até um pecado querer mexer naquilo. Mas ali, o ao vivo, do ‘aconteceu, você se vira’, quem me deu foi esse cara. Foi o professor que eu tive. Antes dele, a Monalisa [Perrone], que também é um avião no ao vivo.
Eu fui pegando isso, esse termômetro, no dia a dia com ele. Ele tem uma veia muito forte, generoso, de não deixar a bola cair.

Reinaldo Gottino com a jornalista Daniela Lima em foto publicada por ele em 2020 - Instagram/gottino

As coisas nem sempre são como você achou que iam sair, o entrevistado tem uma reação inesperada, e aí eu ficava: 'Nossa, como será que isso aconteceu?’. Vinha o intervalo e ele falava: 'Bora, bora, vamos’. Eu consegui beber muito dessa fonte e tive a possibilidade de descobrir o que eu conseguiria fazer, de explorar melhor o que eu sabia fazer e de deixar de lado o que eu não conseguia fazer. Eu sou uma péssima leitora de TP [teleprompter] até hoje, porque eu uso pouquíssimo, eu me guio melhor pelo espelho [roteiro do jornal].

E a CNN me deu essa liberdade. Em nenhum momento a emissora tentou colocar numa caixinha, eles entenderam que dava para criar um jeito de fazer, ou pelo menos dar o espaço para que eu pudesse fazer da maneira que eu me sentisse mais à vontade.

Mas o fato de o canal ser novo abre essa brecha, não acha? Não havia padrão a seguir, porque tudo estava começando. A televisão brasileira, de modo geral, demorou a oferecer essa prerrogativa de os âncoras contestarem entrevistados ao vivo, até por ter herdado do rádio a força dos locutores em detrimento dos jornalistas.
Daniela -
Penso sim, mas o período que a gente nasceu era tão desafiante, que você não rebater, não tratar a verdade como algo inegociável seria irresponsabilidade. Então, por exemplo, quando você tem entrevistado xis dizendo que a cloroquina e o remédio para verme vão resolver, não tem como ouvir calado. Teve época que chegou a morrer 4 mil pessoas por dia. Era impossível deixar isso parado no
ar.

Sim, lembrando que o canal foi associado ao bolsonarismo no seu início e chegou a abrigar Alexandre Garcia, que defendia a cloroquina como remédio para a Covid, corroborando o então governo. Nesse cenário, parecia até questão de sobrevivência se distanciar desses pensamentos,
não? Daniela -
Não sei se você vai lembrar, mas na festa de lançamento da CNN eu te disse: 'A gente vai te surpreender'. Porque na época tinha esses rumores meio folclóricos. Eu posso falar do meu processo. Foram seis meses de conversa até eu topar. Eu falei para eles: ‘Olha, gente, se não for isso [ter liberdade editorial], eu sou um problema chato de carregar’. E a emissora sempre me deu todas essas garantias e essas garantias eu exercitei no ar, o que eu acho que é a maior prova de que todos esses rumores se diluíram com o que a gente apresentou no ar.

E eu tenho muita preocupação com essa coisa de ‘fulano não deve ser ouvido’. Porque o fulano, no caso, é deputado que teve mais de 1 milhão de votos, a gente está falando de ministros de estado e do presidente da República.

Muita gente questionava a transmissão ao vivo de algum evento do presidente da República, mas, gente, é o presidente da República! As poucos, a emissora foi burilando, porque esse também é um exercício que a gente tem que peneirar. Ok, ele é o presidente e não tem o que fazer. Mas é necessário ter um comentarista que aborde os assuntos de uma ótica tão anticiência, tão ideologizada, que se distancie dos fatos? Acho que a emissora foi entendendo que não.

Mas, de novo, eu atribuo essas questões todas a um processo de amadurecimento, de aprendizado. A CNN que foi ontem para as casas da pessoas e está indo hoje é uma CNN em processo constante de melhora, de atualização, é um software, ele foi lançado, tem que ver o que funciona melhor.
É difícil crescer aos olhos dos outros, mas a gente está fazendo isso.

Foi difícil alcançar essa certeza de estar certa nas contestações ao vivo?
Daniela -
O vídeo mais visto da CNN até hoje é o vídeo daquela entrevista com a Regina Duarte [em que a atriz é contestada por Maitê Proença ao vivo no mesmo momento, questionando seu papel na Secretaria de Cultura do governo Bolsonaro]. Aquilo ali, a emissora não tinha três meses e eu lembro na época que causou um burburinho enorme, as pessoas me escreveram, dizendo: ‘Nossa, você foi indelicada, ela é uma senhora’. Eu fui rever. Eu falei: ‘Gente, grosseira eu não fui’.

O episódio do dia 8 de janeiro eu achei importante porque a gente estava diante de um crime em flagrante, a coisa estava acontecendo e a gente estava acompanhando ao vivo.

Em alguns momentos, o silêncio é imperdoável, e eu julguei que aquele era um desses momentos e a emissora entendeu assim também.

O episódio dessa entrevista com a Regina, quando ela lamentava o rumo da conversa e dizia pensar que estivesse "tudo combinado", acabou arrefecendo a percepção de que a CNN Brasil fosse bolsonorista?
Daniela -
Eu nunca vi um sincericídio tão grande. Porque isso também é uma prova de que a gente estava conduzindo de uma forma correta. Ela tropeça nas próprias palavras. Acho que a gente entregou jornalismo ali, colocado em pratos limpos. Não tinha como tratar ali a ditadura de forma saudosista. Acho que [reagir a isso] não é segurança, porque não é sem receio que a gente faz. É senso de dever público.

Não é agradável. As pessoas acham que hoje em dia, com a internet, existe essa palavra, 'lacrar'. Não, não é legal, não é agradável, não é algo que se busca, mas é algo que você precisa fazer, porque esse é o nosso trabalho: colocar o fato sempre em primeiro lugar. Você pode ter análise, opinião, mas não pode negar os fatos ao vivo.

Boris Casoy, quando deixou a 'Folha' e foi para o SBT, achava que não haveria diferença entre o jornalismo impresso e o jornalismo na TV, já que os princípios eram os mesmos, mas achou que algo seria de fato diferente no primeiro dia de trabalho, quando cruzou com o palhaço Bozo no banheiro. O que te fez perceber que TV e mídia impressa podem ser tão diferentes, mesmo tratando dos mesmos interesses pela notícia que contempla os interesses públicos?
Daniela -
(risos) Maravilhosa essa história, não conhecia. Tem muitas diferenças. Ao mesmo tempo, a missão final é a mesma, mas isso de virar a Barbie todo dia é difícil. Eu sempre fui uma pessoa que tinha na maquiagem um hobby, e a televisão me tirou esse prazer, porque virou uma parte do trabalho. Quando eu ia para a rua para fazer reportagem para a Folha, essa coisa de vestir o personagem era o crachá e o bloquinho na mão. Hoje esse processo é essa montagem, que de fato é uma montagem (risos). E eu peguei o hábito de fazer a minha própria maquiagem porque a gente começou na pandemia.

Toda essa indumentária que está envolvida na televisão é um processo. Hoje sou uma pessoa muito menos vaidosa do que eu era antes. E a televisão é um processo muito mais coletivo também, são muitas pessoas envolvidas no negócio, e todas elas estão a fim de fazer a coisa dar certo, e nisso eu tenho muita sorte. O time do meu jornal, todos, a gente brinca que eles entram para matar e para morrer junto comigo, do meu editor-chefe ao meu editor de tarja ou diretor de TV.

Eu peço para ele as coisas mais malucas, no ar, e o cara é muito bom, ele faz. Essa coisa do engajamento de todo mundo é lindo de ver, difícil de conquistar, e eu tive muita sorte porque isso veio de maneira natural, todo mundo muito a fim de levar um produto bom para o ar. E muito diferente, o processo de escrever é solitário, é difícil escrever conversando com as pessoas.

Eu, no Painel [coluna da Folha], tinha inclusive o hábito de usar fone grande, fone fechado, para poder escrever. A televisão é escuta e troca o tempo inteiro, isso me deu uma dimensão muito mais generosa do desafio que é fazer jornalismo nessa escala, pra tanta gente, de buscar a palavra, a gente tem essa coisa de papo de jornal, de escrever ‘périplo’, por exemplo – ‘fulano de tal vai fazer um périplo pelo Congresso Nacional para tentar obter voto’. Aí as pessoas viram pra mim e falam: ‘Filha, que palavra é essa?’ 'Um giro' funciona melhor, as pessoas entendem melhor.

Isso tudo é um aprendizado constante.

Como tem lidado com a exposição na TV?
Daniela
- Isso pra mim é a coisa mais difícil, porque o papel me protegia. Como a gente começou com a pandemia e eu levei a pandemia muito a sério, como quase todo mundo, demorou para eu voltar a circular. Eu voltei a viajar no final do ano passado, então eu demorei a experimentar isso: ‘eu conheço você, você trabalha na CNN’ e ainda é um negócio muito novo para mim. Eu convivo muito mais com as boas pessoas que vêm falar com doçura, alegria de encontrar, mas já passei o contrário também.

Nas últimas férias, eu estava em Salvador, eu tinha acabado de sair de uma igreja, no Pelourinho, igreja barroca, aquela coisa maravilhosa, linda, veio um cara: ‘Gente, tá aqui a Daniela Lima da CNN, o que você está achando da PEC tal’. E foi engraçado que o grande promotor desse vídeo tenha sido um ex-BBB que agora esteja foragido da Justiça porque participou dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro. Mas eu tento lidar com tranquilidade.

A questão do linchamento virtual, para mim, no início, me pegava muito, porque eu sou muito crítica com o meu trabalho, eu revejo meu jornal todo dia, para entender por que eu falei tanto aqui, podia ter sido menor, não precisava ter feito tal intervenção ali. Eu faço esse exercício todo dia, então eu me sentia de certa forma culpada.

Demorou muito, e foi muita terapia para entender que hater é isso. As pessoas que querem distorcer, que querem deturpar, elas vão dar um jeito. Tem muito pouco a ver comigo ou com o que eu fiz, efetivamente, e muito mais a ver com o que nós fazemos no macro. A gente está vivendo uma época em que buscar os fatos e a verdade é encarado como tomada de posição, é muito doido isso.

Antes a gente analisava, as pessoas podiam dizer: ‘Eu gosto de maçã’ ou ‘Eu não gosto de maçã’, mas agora, dizer que ‘maçã é maçã e não pera’ – ‘olha lá, tô falando, por que ela tá dizendo que maçã é maçã e não pera? Por que eu não posso dizer que é pera? Cadê a minha liberdade?’ Demorou um pouco eu entender. Trata-se disso: de atacar. Hoje é comigo, amanhã é com a Miriam Leitão, depois com a Vera [Magalhães], é rotativo.

Na maioria das vezes são mulheres, porque os ataques têm muita carga de misoginia envolvida, mas no fim mesmo, a vítima é o jornalismo. Porque o que essas pessoas que torcem, distorcem, editam e truncam querem fazer? É dizer: ‘Não assista’, ‘Não leia’, ‘Não busque’, ‘Não pesquise’, ‘Fica no zap’. Se eu disser pra você que não me incomoda em nada, eu vou mentir, e eu não vou mentir. Mas eu aprendi que eu sou o meio, o fim é atacar o jornalismo de modo geral, eu sou a pedra no meio do caminho e tudo bem, não me incomodo mais de ser pedra.

Antigamente, um erro ou imprecisão no jornal impresso significava sofrimento bem maior para o jornalista do que qualquer tropeço ao vivo na TV, porque o erro impresso durava mais tempo, ao passo em que a TV levava o equívoco rapidamente embora após a sua exibição. Hoje, com as redes sociais, as declarações são editadas, compartilhadas e reproduzidas em incontáveis vezes, com rapidez enorme. Você sente o efeito disso?
Daniela -
Total. Na televisão, hoje, a gente experimenta uma espécie de looping. Não acaba, fica pra sempre. É como se eu nunca tivesse a tranquilidade de entregar o jornal [impresso], é nonstop, é o que faz o processo. É saudável encontrar o momento de desligar. Tem um momento em que, por mais absurdo que seja, por mais malvado que seja, por mais odioso que seja, não adianta responder. Isso só vai amplificar e é justamente a isso que as pessoas buscam. Precisa ter uma certa tranquilidade de espírito, de ciência, de ‘eu sei o que tô fazendo’ no melhor que eu posso fazer, da maneira mais honesta possível.

Eu sinto que hoje, justificadamente e felizmente, todos nós entendemos que o cuore da emissora está no chão de fábrica, na galera que carrega junto com a gente, esse pessoal que está por trás das câmeras (até hoje eu penso em mim como jornalista de impresso) e sempre achei que fosse cascata esse negócio de trabalho em equipe de que tanto falavam em TV.