Debandada de estrelas da Globo vira bom negócio para a concorrência
Famosos sem contrato agora alimentam HBO, Netflix, TV Cultura, Amazon e outras plataformas
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A redução da longa lista de contratados exclusivos da Globo, operação que vem se desenhando há pelo menos cinco anos, com ênfase para os últimos dois, começa a fazer bom efeito ao mercado de TV e cinema brasileiro.
Nesta semana, quando outubro chega ao fim, Grazi Massafera estende uma fila que já conta com Bruno Gagliasso, Antonio Fagundes, Lázaro Ramos, Ingrid Guimarães, Camila Queiroz, Bruna Marquezine, Marco Pigossi, Letícia Spiller, Leandro Hassum e tantos outros, todos espalhados por vários canais e plataformas.
Profissionais cuja fama e experiência foram alimentadas pela vitrine de audiência da emissora hoje se dividem entre telas que vão bem além da trivial concorrência de antigamente, então restrita à TV linear, para abastecer a indústria do streaming.
E a grande maioria não tem mais compromisso fixo com esta ou aquela marca. Após passar meses na Espanha para gravar seu primeiro trabalho para a Netflix, a série "Santo", Bruno Gagliasso completa o trabalho em Salvador. Mas durante o período em que ficou na Europa, gravou também participação em uma nova série da Amazon Prime Video.
Já Camila Queiroz, estrela de "Verdades Secretas", ostenta a campanha do GloboPlay pela primeira novela feita para o streaming, no caso, a segunda temporada do título de Walcyr Carrasco, ao mesmo tempo em que anuncia reality show na Netflix, ao lado do marido, Klébber Toledo.
Sem vínculo de longo prazo com nenhuma outra empresa, Antonio Fagundes fará D. João 6 º na TV Cultura, pelas mãos de outra ex-grife exclusiva da Globo, o diretor Luiz Fernando Carvalho, que terá seu D. Pedro em Daniel Oliveira, nome até outro dia restrito às produções da Globo. O diretor trabalha em uma série a ser exibida no bicentenário da Independência, em setembro do ano que vem.
Diretora das séries "Diário de Um Confinado" e "Segunda Chamada", Joana Jabace cuidará de novas produções nacionais para os canais da WarnerMedia, que engloba HBO Max, a convite de Mônica Albuquerque, ex-chefona do departamento de Desenvolvimento Artístico da Globo.
Albuquerque deixou a Globo no início do ano e tem feito boas aquisições a partir do elenco dispensado pela família Marinho ou mesmo insatisfeito com os novos rumos da empresa.
Jabace trocou o acordo exclusivo com a Globo por outro contrato exclusivo com a WarnerMedia, modelo também adotado por Ingrid Guimarães e Lázaro Ramos com a Amazon Prime Video, que promete levar outras grifes da Globo ao seu território, nos mesmos moldes.
Assim como na WarnerMedia, a Amazon também contratou alguém que ocupava cargo de confiança na Globo e conhece os meandros da empresa da família Marinho: João Mesquita, chefe na gigante de vendas e streaming, era diretor-geral do GloboPlay.
Ingrid e Lázaro, segundo a coluna apurou, encontraram na Amazon a chance de realizar produções que não conseguiram levar adiante na Globo. Vários profissionais que trabalham em mais de uma frente, escrevendo, atuando e dirigindo, como é o caso dos dois, têm se queixado da falta de fluxo na Globo para tocar projetos autorais.
É nessa brecha que a concorrência tem atacado. Embora a Globo esteja de fato disposta a enxugar sua lista de talentos exclusivos, desonerando a folha de pagamentos, há aqueles que estão deixando a casa por vontade própria, como foi o caso de Lázaro. Sua saída demandou longo processo de conversas.
E a fila de grifes disponíveis ou dispostas a trocar de canal só aumenta. No caso de Grazi, são fortes as cotações para que ela seja Dona Beija em nova versão da novela protagonizada em 1986 por Maitê Proença, talvez em produção para a Netflix.