Zapping - Cristina Padiglione

Lucas Mendes desmente Janaina Paschoal sobre Manhattan Connection

Deputada atribui fim do programa na TV Cultura às críticas que ela fez a Doria no ar

Janaina Paschoal no Manhattan Connection, com Lucas Mendes e Caio Blinder, em sua última edição pela TV Cultura - Reprodução

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Após a TV Cultura anunciar o fim do Manhattan Connection em sua programação, na sexta-feira (24), como esta coluna antecipou, a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) foi ao Twitter para dizer que "podem dar a desculpa que quiserem!" "Mas a verdade é que vão encerrar o Manhatann Connection porque eu critiquei o Governador e os jornalistas, corretamente, não editaram o programa! Minha solidariedade a toda a equipe! Analisem bem quem ameaça a Democracia no Brasil! Absurdo!"

Mantenedora da TV Cultura, a Fundação Padre Anchieta é financiada em pelo menos 60% por recursos do governo do Estado de São Paulo. Daí a acusação da deputada.

Procurado pela coluna, o âncora e cofundador do Manhattan Connection, Lucas Mendes, desmente a parlamentar: "A audiência gostou da Janaina, mas não tem nenhum fundamento culpar o governador. Nada a ver com ele, acho que antes ele ajudou e se dependesse dele ajudaria agora".

Segundo Mendes, o fim do programa na emissora após nove meses ocorreu pelos mesmos motivos que se discutiu sua chegada ao canal público: divergências financeiras.

"A Cultura tem o dinheiro para pagar pelos programas atrasados, e teria para manter o programa, mas o contrato é via produtora Blend."

Quando estreou na Cultura, em janeiro, Mendes e Diogo Mainardi, que então pertencia ao time de apresentadores do Manhattan Connection, disseram que o programa seria inteiramente custeado pela iniciativa privada, por meio de patrocínios, sem usufruir dos cofres públicos.

Mainardi deixou o Manhattan em maio, por pressão do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, após xingar no ar o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

Desde julho, no entanto, a Cultura assumiu as contas do programa, relatou Mendes à coluna. "O programa corria bem, faltava acertar com a Blend, que apresentou um número que não se referia só a nós, da bancada. Eu não estava presente na reunião, não sabemos qual é o contrato da Blend com a Cultura, qual é o tamanho da dívida. A nossa é pequena."

Em nota distribuída neste domingo (26), a Cultura reagiu às acusações de Janaina Paschoal: "A TV Cultura esclarece que são absolutamente infundadas as recentes declarações da deputada Janaina Paschoal, que veio a público dizer que a emissora não irá mais exibir o Manhattan Connection devido à sua participação no programa da última quarta-feira (22/9)."

A emissora alega que "as tratativas para o encerramento do contrato, de comum acordo com a Blend Negócios Divulgação e Editoração Ltda., empresa responsável pela produção e licenciamento dos direitos do Manhattan Connection, foram anteriores à data de gravação e exibição da última edição do programa".

O trecho em que a deputada Janaina critica o governador João Doria segue não só na íntegra do programa disponibilizado no canal do Manhattan e TV Cultura no YouTube, como tem uma edição destacada apenas de sua crítica à vacinação para adolescentes contra a Covid e ao próprio Doria a respeito do assunto.

Além disso, ao anunciar o fim do programa, a emissora avisou que essa última edição, que conta com Janaina e a jornalista Mariliz Pereira Jorge, colunista da Folha, será reprisada neste domingo (26), na despedida do Manhattan da grade de programação, não restando qualquer indício de que a emissora queira calar o programa.

Durante a edição, exibida na quarta (22), Janaina criticou o governador e a imprensa, que segundo ela, omite possíveis, embora raríssimas, consequências da vacinação contra a Covid em adolescentes, que devem ser divulgadas, mesmo sendo mínimos os riscos de miocardite. "No Brasil, a gente não pode falar isso".

A deputada ignora que o assunto, ao contrário do que ela diz, vem sendo discutido na imprensa, com responsabilidade e informações científicas que comprovam a eficiência da vacinação no grupo de 12 a 17 anos, assim como nas demais faixas etárias.