O que é socialmente aceito apenas no Carnaval, mas que merecia valer no ano inteiro? Tem gente que gostaria de usar glitter pelo corpo enquanto outros desejariam poder vestir fantasias mais que em quatro dias de folia, por exemplo. 

Não é o que parece passar pela cabeça da atriz e cantora Cleo, 36, que queria mesmo é ver menos hipocrisia durante o restante do ano. "Acho que no Carnaval as pessoas entram mais em contato com os seus desejos, não só o sexual, mas todos: de sair e se divertir, de não se importar com julgamentos. Estar mais livre e aberto para o que acontece ao redor. Consequentemente as pessoas ficam menos hipócritas e isso seria bom ter o resto do ano", disse a artista ao F5. 

Cercada de holofotes desde que nasceu —ela é filha da atriz Gloria Pires com o cantor Fábio Júnior—, Cleo nunca teve papas na língua ou medo de polêmicas. Fala sobre sexo sem pudores, exalta quilos extras sem apologia a magreza, veste (ou nem veste) o que bem quiser —como fez no Carnaval do ano passado quando surgiu na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, com os seios à mostra cobertos apenas por um par de adesivos. 

"Nós vivemos um momento de quebra de padrões muito importante e sei que nós, mulheres, somos muito cobradas, principalmente quem está no holofote. Eu estou em uma fase muito tranquila e queria compartilhar que, por mais que eu tenha ganhado peso, isso não mudou quem eu sou e muito menos me define como pessoa", afirmou a atriz sobre os dez quilos que engordou recentemente.  

"E sei que tem muita mulher que me segue que precisa desse toque, não é a estética que vai te fazer mais ou menos feliz, mas sim se aceitar e entender que não existe um padrão, isso nos foi imposto pela sociedade", completa. 

Mesmo constantemente lembrada como um ícone sexual de sua geração e por levantar bandeiras de liberdade e igualdade de gênero, Cleo afirma rejeitar estereótipos. "É muito natural para mim. Não forço nada. Ser sensual ou estar sempre associada a isso não é atestado de caráter, é apenas uma das várias facetas que eu tenho. Mas não gosto de rótulos."