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Livro infantil com piadas machistas é criticado por advogadas e educadoras

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Um livro infantil chamado "Piadas sobre Meninas" (Editora V&R, 2009), com piadas machistas "para os meninos lerem", está sendo criticado nas redes sociais por ativistas dos direitos das mulheres.

As "piadas" são, por exemplo: "Como se chama uma menina com meio cérebro? Superdotada!", ou "Como o neurônio de uma menina morre? Sozinho" (veja mais abaixo).

A educadora musical Ludmila de Carvalho foi uma das primeiras a divulgar o caso em sua conta do Facebook. "O Brasil acaba de confirmar a quinta colocação de violência contra a mulher e neste cenário discrepante, editar esse conteúdo é de uma estupidez de bater palmas, de dar troféu estupidez a essa editora", comentou em um post com as fotos do livro.

Outras mulheres compartilharam as fotos e manifestaram críticas em relação ao conteúdo, tido como prejudicial para crianças.


Procurada, a editora V&R disse que não comercializa, publica ou distribuiu o livro desde 2010. "Lamentamos sinceramente que esses livros tenham sido publicados no passado. A V&R Editoras reforça seu compromisso ético de publicar conteúdos que não estimulem qualquer tipo de ação discriminatória", disse em comunicado.

Ainda assim, muitos internautas dizem ter encontrado o livro recentemente em livrarias.

Para a advogada Isabela Guimarães Del Monde, do Tini, Guimarães e Souza Advogados, a editora pode ser responsabilizada judicialmente pelo conteúdo do livro, assim como os seus autores.

"Liberdade de expressão não é liberdade de causar dano e embora o dano, nesse caso, possa não ser facilmente identificável concretamente, há sem dúvida alguma danos a direitos humanos", afirmou Monde, que é especializada em direitos autorais, privacidade e publicidade.

Segundo ela, a publicação representa dano aos direitos de uma coletividade de pessoas e a editora, que é baseada em São Paulo, poderia ser acionada judicialmente pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.

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