'Gaydar' não existe e reforça preconceito, diz cientista
O famoso "radar gay", ou "gaydar", em inglês, não passa de uma "forma perigosa de estereotipagem" —é o que diz um novo estudo publicado pela universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA.
A suposta habilidade de perceber se uma pessoa é gay ou hétero apenas observando sua aparência ganhou uma aura científica em 2008, quando um estudo concluiu que voluntários podiam adivinhar a orientação sexual de outras pessoas apenas observando fotos.
O novo estudo desafia o chamado "mito do gaydar", dizendo que ele não é exato e que seria na verdade uma forma perigosa de estereotipagem.
"Camuflar o preconceito de 'gaydar' o torna mais socialmente aceitável", disse o professor William Cox, coordenador do estudo, ao "Daily Mail".
ESTUDO DUVIDOSO
Cox e sua equipe questionaram a validade do estudo anterior, citando diferenças na resolução das fotos das pessoas gays e héteros.
As fotos dos gays e lésbicas, de acordo com o estudo dele, estavam em melhor definição do que as de héteros. O estudo foi repetido com fotos com a mesma qualidade, e os voluntários não conseguiram acertar quem era gay e quem era hétero.
Em outra parte do estudo, Cox e sua equipe manipularam o entendimento de três grupos de voluntários sobre o conceito de "gaydar". O primeiro grupo ouviu que o "gaydar" é real, o segundo ouviu que é preconceito e o terceiro não recebeu nenhuma informação.
O grupo que foi levado a acreditar que "gaydar" é uma coisa real, estereotipou muito mais que os outros dois grupos, assumindo impressões como "ele é gay porque gosta de fazer compras".
"Se você diz às pessoas que eles têm 'gaydar', você legitima o uso de estereótipos", diz Cox. "Reconhecer a forma como um preconceito é ativado pode nos ajudar a superá-lo", diz.
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