Dentista suspeito de matar leão no Zimbábue é alvo da ira de anônimos e famosos na web
O dentista americano Walter James Palmer é alvo de ataques nas redes sociais desde que foi identificado como o responsável pela morte do leão Cecil, considerado ícone do Zimbábue.
O americano do Estado de Minnesota (EUA) é suspeito de ter pago US$ 50 mil (cerca de R$ 167 mil) para caçar o animal de 13 anos de idade, no Parque Nacional de Hwange. Ele já havia se envolvido em outras polêmicas ligadas à morte de animais.
Agora, o dentista enfrenta a indignação de internautas anônimos e famosos, entre eles Sharon Osbourne, mulher do roqueiro Ozzy Osbourne, e a modelo e atriz Cara Delevigne.
A página de seu consultório, River Bluff Dental, no site Yelp —que reúne resenhas de estabelecimentos comerciais feitas por internautas— sofreu uma série de ataques indignados e a página do estabelecimento no Facebook foi retirada do ar.
IRA DE INTERNAUTAS
"Walter precisa ser enviado de navio ao Zimbábue e colocado em um parque selvagem para que alguém possa caçá-lo ao longo de 40 horas e ver o quão durão e macho ele é", escreveu um internauta.
"Você me dá nojo. Eu espero que seu consultório dentário seja fechado e você seja boicotado para sempre. Cecil era amado por todos os seus visitantes, sua leoa e seus filhotes... e veja agora o que você fez, seu desalmado, covarde, assassino...", diz outro comentário.
Uma conta satírica com o nome do consultório do dentista também foi criada no Twitter.
Nela, são postadas imagens e comentários jocosos, como um tuíte em que a atriz Judy Garland, vivendo a personagem Dorothy do filme "O Mágico de Oz", enxuga as lágrimas do leão e diz: "Nós esperamos que nossa força siga intacta. Essa negatividade está tendo um peso sobre todos nós e sobre os nossos negócios".
A apresentadora e empresária Sharon Osbourne escreveu, em um tuíte, que "Walter Palmer é satã". "Não sei como alguém poderá procurar esse homem para um tratamento dentário depois disso. Ele é um matador. Cuidado!"
Já Cara Delevigne, estrela do filme "Cidades de Papel", afirmou na rede social que o dentista "é um arremedo de ser humano".
"Que diferença faz se o leão era famoso ou não? A caça por troféus é um passatempo doentio", disse o ex-boxeador Lennox Lewis.
A atriz Mia Farrow escreveu que os "animais não são troféus" e o cantor Ricky Martin pediu: "Justiça por Cecil".
CONSULTÓRIO FECHADO
O consultório onde Palmer trabalhava foi fechado de forma repentina nesta terça (28), noticiou a imprensa de Minnesota.
Alguns clientes com visitas marcadas relataram que chegaram ao local e não conseguiram entrar, nem falar com funcionários pelo telefone.
Desde então, a clínica começou a transformar-se num memorial para Cecil, com flores e animais selvagens de pelúcia, colocados diante das portas fechadas.
Segundo a organização Conservação do Zimbábue, que denunciou o dentista pela morte de Cecil, ele teria usado um animal morto para atrair o felino para fora do Parque Nacional Hwange e, então, acertá-lo com uma flecha.
O primeiro disparo, no entanto, não foi suficiente para matar o leão, que caminhou agonizante pelo parque durante 40 horas.
Quando o encontraram, os caçadores descobriram uma coleira com um GPS, utilizado para estudos científicos da Pesquisa de Leões de Hwange. Sem sucesso, eles tentaram tirar o equipamento antes de acabar com a vida do leão, para não deixar pistas.
O GPS localizou o exato ponto onde Cecil morreu. A organização encontrou apenas seu corpo, decapitado e sem pele. Os caçadores levaram a pele e a cabeça como troféu. A entidade afirma que a caça foi ilegal.
Um vídeo divulgado nesta quarta (29) pela Associated Press mostra Cecil antes de ser morto por Palmer.
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