Após a modelo australiana Stefania Ferrario lançar uma campanha contra o termo "plus size", a hashtag #DropThePlus (acabem com o 'plus') tomou conta das redes sociais. Mas nem tudo foi apoio. Logo, surgiu um outro movimento, contrário, pedindo a manutenção do termo.

A própria Stefania é considerada "plus size". Na legenda da foto que deu início à campanha virtual, ela disse: "Sou uma modelo e PONTO FINAL. Infelizmente, no mundo das modelos, se você é mais do que 'PP', você é considerada 'plus size', então frequentemente sou rotulada assim. Eu NÃO acho que isso é empoderador".

A modelo defende que a indústria da moda pare de usar o termo, já que não há uma definição clara sobre seu significado. Logo, muitas modelos e pessoas comuns entraram na campanha, postando fotos e tuítes com a hashtag.

A controvérsia começou praticamente em seguida, com pessoas defendendo que o termo não tem nada de pejorativo em si e que, portanto, pode ser empregado sem um sentido negativo.

"Basicamente, o #DropthePlus parece ser um medo das pessoas de serem gordas, já que todos nós sabemos que essa é a pior coisa do mundo", ironizou um usuário do Twitter. "Muito mais coisas teriam que mudar na indústria da moda para eliminar a diferença entre tamanhos pequenos e grandes", completou.

As pessoas que concordam com essa crítica têm usado uma outra hashtag para refutar a campanha: #KeepthePlus ("mantenha o 'plus'").

"A palavra 'plus size' é como um Voldemort [nome do rival de Harry Potter que não podia ser pronunciado] —o medo da palavra aumenta o medo da coisa em si", disse um tuíte, pedindo para "manter o 'plus'" e "abandonar o estigma".

"O 'DropthePlus' não é feito por pessoas gordas, é feito PARA pessoas gordas. É como se falassem 'meu deus, como que uma modelo magra pode ser chamada de gorda, uau'", disse outro internauta.

Recentemente, a modelo Laura Wells foi objeto de uma polêmica parecida. Ao participar de uma campanha da marca "The Upside" em que ela chamada de plus-size, em fevereiro desse ano, Wells causou indignação dos que não a consideravam "plus".

Ainda assim, ela defende o uso do termo e afirma se encaixar nele. Para dizer que era sim "plus size", ela postou uma foto de suas pernas, comparadas à de uma outra modelo com o mesmo biquíni.

"Precisamos parar de humilhar as pessoas pelos seus corpos e ficarmos felizes que tem modelos como eu ajudando a mudar o rumo da indústria", defendeu Wells.

Ela disse que campanhas como a que ela fez parte ajudam a acabar com o estigma sobre pessoas gordas. "Entendo os impactos negativos da palavra 'plus size' na sociedade, e falo disso sempre. Mas [a campanha da Upside] é algo que eu tive orgulho de fazer. É a primeira vez que uma marca voltada a pessoas comuns usou uma modelo 'plus size'".