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Cientistas localizam fragmentos de meteorito na Rússia

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Cientistas russos confirmaram que encontraram fragmentos do meteorito que caiu no país na madrugada da última sexta-feira (15) e deixou mais 1.200 feridos e cerca de US$ 33 milhões em estragos.

O fato também deu início a uma "corrida do meteorito" nos arredores da cidade industrial de Tcheliabinsk, 1.500 quilômetros a leste de Moscou, onde grupos de pessoas começaram a vasculhar o gelo e a neve.

Crédito: Reuters Cientista da Universidade Federal de Ural mostra fragmento do meteorito
Cientista da Universidade Federal de Ural mostra fragmento do meteorito

Um entusiasta espacial amador estimou que os pedaços de rocha espacial possam valer até 66 mil rublos (2.200 dólares) por grama -- mais de 40 vezes a atual cotação do ouro.

"O preço ainda é difícil de dizer... Quanto menos meteoritos forem recuperados, maior o seu preço", disse Dmitri Kachkalin, membro da Sociedade Russa de Admiradores Amadores dos Meteoritos.

Meteoritos são partes de um meteoro que caem na Terra.

Cientistas na Universidade Federal dos Urais foram os primeiros a anunciar uma descoberta significativa - 53 pedrinhas pretas achadas em torno do lago Tchebarkul, perto de Tcheliabinsk, que tiveram sua origem espacial confirmada em testes.

Os fragmentos tinham 0,5 a 1 centímetro de diâmetro, mas os cientistas disseram que pedaços maiores podem ter caído no lago, onde uma cratera com cerca de oito metros de diâmetro se abriu no gelo depois da explosão da sexta-feira.

"Acabamos de completar os testes e confirmamos que os pedaços de matéria encontrados por nossos especialistas ao redor do lago Tchebarkul são realmente meteoritos", disse Viktor Grokhovsky, cientista da Universidade Federal dos Urais e da Academia Russa de Ciências.

"Eles são classificados como condritos normais, ou meteoritos rochosos, com um conteúdo de ferro de cerca de 10%", disse ele à agência de notícias RIA.

Ele não disse se esses fragmentos revelaram algo a respeito das origens do meteoro, que a Nasa estimou ter tido 17 metros de diâmetro e 10 mil toneladas antes de entrar na atmosfera terrestre.

Mais de 20 mil pessoas participaram no fim de semana das operações de busca e limpeza em Tcheliabinsk e arredores. Muitas outras pessoas estão na região na esperança de achar um meteorito, depois de um fenômeno descrito por cientistas como algo que só acontece uma vez a cada século.

Numa aldeia próxima, os moradores andavam pelas ruas recolhendo pedras no meio da neve. Mas nem todos estavam interessados em vender a relíquia.

"Eu vou guardar. Por que vender? Eu não tinha vida de rica antes, então por que vou começar agora?", disse uma mulher à TV estatal Rossiya-24, segurando um pedregulho.

Na internet, há pessoas vendendo pedras que dizem ser meteoritos por a partir de mil rublos (33,18 dólares), mas é difícil confirmar sua autenticidade.

COINCIDÊNCIA

Apesar da coincidência de terem acontecido no mesmo dia, a queda do meteorito na Rússia e a passagem "de raspão" de um asteroide pela Terra não são eventos relacionados, segundo especialistas.

"É literalmente uma coincidência cósmica", afirmou Alan Fitzsimmons, do Centro de Pesquisa de Astrofísica da Queen's University, em Belfast (Irlanda do Norte), à BBC.

"O asteroide vai do sul para o norte; o meteoro não estava nessa trajetória, e a separação de tempo entre a passagem dos dois é significativa", afirmou Don Yeomans, da Nasa, chefe do departamento de Objetos Próximos da Terra.

O asteroide 2012 DA14 chegou à sua distância mínima da Terra às 17h25 de ontem no horário de Brasília, enquanto que o meteoro foi visto ainda de madrugada.


Na opinião de Daniela Lazzaro, chefe do projeto Impacton do Observatório Nacional, que monitora asteroides e outros objetos espaciais potencialmente perigosos, essas são evidência fortes de que esses eventos não foram relacionados.

Ela ressalta que fenômenos como esse são bastante comuns. "A maioria cai no mar ou em zonas desabitadas, e ninguém acaba se ferindo."

ONDA DE CHOQUE

Segundo a pesquisadora, é preciso destacar que as pessoas não foram feridas por fragmentos do objeto em si, mas pelas efeitos causados pela queda.

"É como se fosse a explosão de uma bomba. Os destroços, os vidros é que acabaram ferindo as pessoas. É muito difícil que tenha sobrado algum fragmento para ferir alguém", diz ela.

A entrada do meteoro na atmosfera foi capturada por diversas câmeras de vigilância que ficam nos painéis dos carros russos.

Os motoristas do país usam as câmeras nos veículos para obter provas para reclamar o seguro de acidentes, num país em que más estradas, tempo extremo e motoristas alcoolizados produzem altas taxas de acidentes.


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