Cate Blanchett desponta como favorita ao próximo Oscar
Pode uma atriz ter ganhado o Oscar e ainda assim ter argumentos para se considerar injustiçada? Se esta atriz for Cate Blanchett, pode. E olha que, além do troféu de melhor coadjuvante de 2004 por "O Aviador", ela ainda soma outras quatro indicações ao prêmio da Academia.
A quinta virá inevitavelmente em janeiro do ano que vem por "Blue Jasmine", de Woody Allen, que entrou em cartaz semana passada no Brasil.
Cate está simplesmente soberba como a socialite arruinada que procura refúgio na casa da irmã pobre, a quem desprezava há pouco tempo. Elegância, fragilidade e loucura se misturam naquela que talvez seja a melhor performance feminina de 2013.
Os sites especializados já a apontam como a favorita, apesar da competição estar especialmente acirrada. Além de Sandra Bullock por "Gravidade", ela também terá que enfrentar pesos-pesados como Meryl Streep, Judi Dench e Emma Thompson, todas também já "oscarizadas" anteriormente.
Na verdade, o que me espanta no caso de Cate é ela ainda não ter dois Oscars. Desde que despontou para a fama internacional no final dos anos 90, ela trabalha sem parar. Tem nada menos do que 15 projetos diferentes engatilhados para os próximos dois anos, em diferentes estágios de produção.
Talvez seja porque nunca foi tão difícil para uma atriz séria se consagrar no cinema como é hoje em dia. Com muito menos idade do que os 44 anos que Cate Blanchett tem atualmente, Meryl Streep já era dona de dois Oscars e da fama de "melhor atriz do mundo" que colou nela para sempre.
Cate e Meryl têm carreiras semelhantes, apesar de a primeira ser australiana e a segunda, americana. Ambas começaram no teatro, e nunca o abandonaram totalmente. São versáteis: fazem tudo direitinho, da comédia rasgada ao drama com sotaques exóticos.
Mas a obsessão atual pela juventude tem deixado na penumbra as atrizes com mais bagagem. Sabe qual é a idade média das últimas vencedoras do Oscar? 29 anos. Incrível pensar que garotinhas como Natalie Portman ou Reese Whitherspoon já tenham seus homenzinhos dourados, enquanto que veteranas como Glenn Close ou Annette Bening ainda não.
Esse quadro injusto deve ter uma pequena correção em março próximo, quando Cate Blanchett provavelmente faturará seu segundo prêmio da Academia. Costumo me incomodar com essa concentração de louros nas mãos de poucos atores, mas, no caso dela, vou estar na torcida.
Cate Blanchett é a melhor atriz de todos os tempos desta semana.
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