Tony Goes

Má vontade com Ben Affleck vem de longa data

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Não é de hoje que Ben Affleck enfrenta a ira dos fãs e o desprezo de boa parte da mídia. Apesar de ter alcançado o sucesso bem cedo e acumular muitos prêmios na estante, o sujeito nunca teve vida fácil.

A má vontade para com seu nome começou em 1998, quando ele dividiu com seu "brother" Matt Damon o Oscar de melhor roteiro original por "Gênio Indomável". Affleck tinha apenas 25 anos de idade e uma filmografia pequena, recheada de filmes independentes.

De uma hora para a outra, virou o queridinho de Hollywood. Começou a ser escalado para todos os papéis de protagonista bonitão. Namorou beldades como Gwyneth Paltrow e Jennifer Lopez. E passou a ser espinafrado nas revistas e sites de fofoca.

O curioso é que muitos outros astros tiveram trajetórias parecidas, sem nunca serem atacados do jeito que Affleck foi (e voltou a ser agora). Brad Pitt, por exemplo, também estourou quase que de cara, ganhou ótimos papéis e namorou muitas beldades (inclusive Gwyneth Paltrow).

A diferença é que Pitt não ganhou o Oscar de melhor roteiro. Talvez esteja aí a origem dos problemas. Até hoje tem gente que duvida que Affleck tenha mesmo colaborado no script de "Gênio Indomável". Dizem que tudo não passou de uma jogada de marketing do estúdio.

Mas esta fama de protegido não colou em seu amigão Matt Damon, que hoje é uma estrela de estatura parecida. Damon esteve em muitos êxitos e fracassos de bilheteria ao longo desses anos todos, mas nem de longe suscita as mesmas paixões que o colega.


Outra explicação para tanta "perseguição" ao futuro Batman é seu namoro com Jennifer Lopez. Dez anos atrás, os dois estavam em todas as manchetes, esfregando na cara da humanidade como eram lindos, ricos e famosos.

O resultado foi que houve praticamente uma torcida planetária para que "Gigli", o filme que rodaram juntos, desse com os burros n'água. E deu. Não só foi um fiasco comercial, como ainda entrou para a lista dos piores de todos os tempos.

A antipatia que grudou em Affleck seguiu-o à última edição do Oscar. "Argo", dirigido por ele, emplacou uma indicação a melhor filme. Mas ele ficou de fora da lista dos indicados a melhor diretor.

A gritaria foi tão grande que a maré de desprezo se inverteu. "Argo" ganhou todos os prêmios do ano, inclusive o Oscar. E Affleck foi reconhecido internacionalmente como um diretor para lá de competente.

Mas agora o fluxo virou novamente. Bastou o anúncio de que ele será o próximo ator a encarnar o Batman no cinema para que a internet explodisse em chamas.

O filme, que ainda nem tem nome, deve juntar o homem-morcego com o Super-Homem, e só estreia daqui a dois anos. Mas a campanha contra Affleck nas redes sociais já está a todo vapor.

Existe até um Tumblr "provando" que qualquer ator --até mesmo Glenn Close-- ficaria melhor do que ele como Batman. Sem falar na petição que um engraçadinho abriu no site da Casa Branca, pedindo que o presidente Obama interviesse na escolha do elenco.

Tudo isto acaba funcionando como publicidade gratuita para o filme. E Ben Affleck, a esta altura do campeonato, não precisa mais provar nada para ninguém. Deve esta rindo muito no trajeto até o banco.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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