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Sucesso de filme e estreia de "Vai que Cola" marcam ascensão de Paulo Gustavo

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Existem artistas conhecidos, e existem os "household names". Numa tradução para lá de livre, estes últimos são aqueles que a sua mãe conhece pelo nome. Não são apenas "aquela moça da novela" ou "o namorado da Cleo Pires".

É difícil para qualquer ator atingir este patamar de celebridade. Para um humorista, então, os obstáculos são ainda maiores. O cara tem que se destacar em meio a um oceano de caras novas que, graças à internet, aumenta todos os dias.

Bruno Mazzeo alcançou o status de "household name" há cerca de um ano, com o sucesso de seu filme "E Aí, Comeu?".

Pouco tempo depois foi a vez de Fábio Porchat que, graças ao estouro do "Porta dos Fundos", hoje parece estrelar todos os comerciais de todos os produtos em todos os intervalos.

Agora estamos assistindo à consagração de Paulo Gustavo. O curioso é que, ainda menos que os colegas citados, ele não precisou da TV aberta para ficar realmente famoso.

Crédito: Daniel Marenco/Folhapress O ator Paulo Gustavo no cenário do programa "Vai que cola", exibido no canal Multishow
O ator Paulo Gustavo no cenário do programa "Vai que cola", exibido no canal Multishow

Mazzeo teve sua carreira impulsionada pelo cinema e Porchat, pelo YouTube. Mas ambos são figuras frequentes na tela da Globo, o que sem dúvida contribuiu para deixá-los mais conhecidos. Mas Paulo Gustavo fez apenas algumas participações especiais na maior emissora do país.

Sua fama começou a ser construída no teatro, com o monólogo "Minha Mãe é uma Peça". Em cartaz desde 2005, o espetáculo lançou a personagem que se tornou a assinatura do ator: dona Hermínia, inspirada em sua própria genitora.

Depois, seguindo os passos de Mazzeo, ele se tornou um dos "rostos" do canal pago Multishow. Seu programa "220 Volts", no ar desde 2011, é uma das maiores audiências da casa.

O próximo passo seria a TV aberta, mas os tempos mudaram. Paulo Gustavo pôde se dar ao luxo de ir direto para o cinema. E arrebentou: Com pouco mais de duas semanas em cartaz, a versão para a telona de "Minha Mãe é uma Peça" já acumula mais de 2 milhões de espectadores.

É justamente neste momento de maior evidência que ele estreia um novo programa na TV paga. "Vai que Cola", assumidamente inspirado no formato de "Sai de Baixo", é gravado num auditório com plateia e reúne alguns veteranos dos humorísticos do Multishow.

A maior novidade (talvez a única) é o horário de exibição: de segunda a sexta, às 22:30. Serão dois meses de episódios inéditos, seguidos por uma eternidade de reprises.

Tanto o filme como o seriado apresentam um tipo de humor acessível, sem maiores elucubrações. Não há bordões, nem apelações. Não inovam, mas agradam.

Nos dois produtos, o foco é em Paulo Gustavo --especialmente no filme, onde ele é o protagonista absoluto. Sua energia maníaca, quando bem dosada, arranca gargalhadas e conquista a cumplicidade do público.

Com talento mais do que confirmado, Paulo Gustavo agora é uma estrela. Precisa administrar a carreira direitinho: Não pode se expor demais nem se comportar feito uma diva. Afinal, tornar-se um "household name" é difícil --mas deixar de sê-lo são dois palitos.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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