Tony Goes

Fama de alienada de Jennifer Lopez ganha reforço considerável

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Fazia algum tempo que um escândalo do gênero não alcançava as manchetes dos sites de entretenimento. Parecia que as estrelas do pop internacional tinham aprendido a lição: shows particulares para ditadores são péssimos para a própria imagem, por maiores que sejam os cachês.

Mas Jennifer Lopez perdeu esta aula. No sábado passado (29), lá estava ela no Turcomenistão, comandando a festa de aniversário do tirano Gurbanguly Berdymukhamedov. J. Lo cantou, rebolou e ainda puxou o coro do "Parabéns a Você" para o líder de um dos países mais repressivos do mundo.

Recém-separado, Roberto Justus declara que seu único vício é mulher
Saia de Selena Gomez abre durante show nos Estados Unidos; veja
Antonia Fontenelle diz ter posado nua para "meninos e meninas"

Ela jura que foi tudo na maior inocência. Se soubesse que o malvado de nome impronunciável é um dos campeões mundiais na violação de direitos humanos, jamais teria se apresentado nesta ex-república soviética, riquíssima em petróleo e gás natural.

Claro que a desculpa não cola. O Turcomenistão é suficientemente remoto para que muita gente nunca tenha ouvido falar dele, mas basta uma rápida pesquisa na internet para descobrir que não se trata exatamente de uma democracia.


A cantora ainda alega em sua defesa que seu show foi patrocinado por uma empresa chinesa, mas agora é tarde. Jennifer Lopez acaba de entrar para a ilustre lista de estrelas que topam tudo por dinheiro.

Beyoncé e Mariah Carey fizeram shows de réveillon, em anos diferentes, para os filhos do finado ditador líbio Muammar Khadaffi na ilha caribenha de St. Barts. Nelly Furtado cantou para Khadaffi em Veneza. Lionel Ritchie foi até Trípoli para se apresentar durante as comemorações de aniversário de um ataque aéreo americano à capital da Líbia --uma situação de dar nó na cabeça de qualquer um.

Quase todos dizem que foram contratados por promotores que não explicaram direitinho os detalhes da apresentação. Muitos, depois de descobertos pela mídia, juraram doar os caches para a caridade.

A exceção é Sting, que cantou no Uzbequistão, outra ditadura da Ásia Central, sabendo perfeitamente onde estava se metendo. O artista britânico disse que achava mais produtivo ir até lá e "trocar ideias" do que recusar o convite. Foi acusado de ganhar dinheiro manchado de sangue, mas manteve a reputação de paladino da justiça.

Artistas não são santos. Muitos têm mesmo elevados ideais, mas todos precisam ganhar dinheiro. Durante o regime do apartheid, até mesmo estrelas negras como Dionne Warwick e Tina Turner faziam shows nos cassinos de Sun City, apesar do boicote internacional à África do Sul.

Mas uma coisa é cantar para o público, ainda que "selecionado". Outra, bem diferente, é fazer um show "privé" para um ditador sanguinário. Antigamente era mais fácil manter essas travessuras em segredo.

Jennifer Lopez nunca foi conhecida pelo ativismo social. Mas agora sua fama de arrivista e alienada ganhou um reforço considerável. Se seu saldo no banco estiver positivo, talvez ela não esteja nem aí.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias