Tony Goes

Tradutora da equipe de "Salve Jorge" na Turquia daria uma boa personagem

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Alessandra Madureira Takmaz é uma brasileira como tantas outras: bonita, simpática, despachada. Até o momento em que começa a falar turco.

Fala muito bem, e nem era para menos. Ela mora desde 2006 em Istambul, onde presta serviços de tradução e assessoria para o crescente intercâmbio de negócios e turismo entre a Turquia e o Brasil.

Foi Alessandra quem assessorou a equipe da novela "Salve Jorge", em meados do ano passado. Acompanhou os 40 dias de gravação entre Istambul e a Capadócia, fazendo a ponte entre os técnicos e atores brasileiros e os talentos locais.

Claro que eu quero saber de alguma fofoca saborosa. Quem foi que deu mais trabalho? Quem pulou a cerca? Quem teve ataques de estrelismo?

Mas Alessandra é uma profissional consumada. Conta que o maior perrengue que passou foi com o acidente sofrido por Rodrigo Lombardi, que caiu de um triciclo motorizado na Capadócia. Nada grave, e já devidamente registrado pela imprensa brasileira.

Eu insisto. Quero conhecer histórias escabrosas, que aliás não faltam. Só que nenhuma delas é protagonizada por alguém da Globo.


Entre muitos outros trabalhos, Alessandra também atua como intérprete dos prisioneiros brasileiros na Turquia. Só em Istambul são 31, todos presos por tráfico de drogas.

Nenhum é peixe grande. São todos zé manés que toparam trazer alguma coisa proibida para a Turquia, em troca de merrecas --alguns iam ganhar apenas mil dólares. Deram azar, foram pegos no aeroporto e agora amargam um mínimo de oito anos atrás das grades.

Tem o caso do travesti brasileiro que tentou se matar, depois de saber que fora condenado a dez anos. E é Alessandra quem tem que dar a notícia aos infelizes. O consolo é que as cadeias turcas já não têm nada a ver com o inferno retratado no filme "O Expresso da Meia-Noite", de 1979.

O pessoal da Globo gostou tanto do trabalho de Alessandra que a convidou para a festa de lançamento da novela, no Rio de Janeiro. Hoje ela acompanha "Salve Jorge" de longe, pelo canal internacional da emissora.

E até que poderia se transformar em personagem da trama. Será que, quando finalmente a quadrilha de Lívia Marini for desbaratada, e as meninas brasileiras libertadas da boate, elas não vão precisar de uma boa tradutora e intérprete?

Ah, não. Lembrei que, na Turquia de Glória Perez, todo mundo fala português.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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