Tony Goes

Discretos como Natália vão longe, mas não vencem o "BBB"

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"É errado não querer problema aqui dentro? É errado não querer briga? Eu não quero ir embora. Eu não quero ir embora!"

A última festa do "BBB13" (Globo) ainda rolava quando Natália Casassola se recolheu para a área da piscina e desabafou. Sem ninguém por perto, mas diante das câmeras e de todo do Brasil.

Gritou, chorou, tirou o microfone e se atirou n'água. E ainda completou: "Eu amo o Big Brother!"

Depois de quase três meses confinada, a "amiga da casa" finalmente enfrentava seu primeiro paredão. E parecia adivinhar o que iria acontecer. Sua estratégia de neutralidade estava por um fio.

E se rompeu logo em seguida. Natália foi eliminada com cerca de dois terços dos votos. Saiu do "BBB13" em quarto lugar: uma colocação expressiva para quem, segundo as enquetes, era uma das menos queridas pelo público.


Ao ser entrevistada por Pedro Bial, a moça ainda abriu um berreiro. Agradeceu aos concorrentes, à produção, aos espectadores e disse que deve tudo ao "Big Brother". E deve mesmo.

A exibição da vulnerabilidade de Natália foi um dos raros momentos realmente tocantes dessa temporada do programa. Misturou o desapontamento por perder o grande prêmio pela segunda vez, o sentimento de rejeição pela audiência e --quem sabe-- o medo de voltar ao mundo aqui fora.

Participar de um "BBB" é uma experiência surrealista. O candidato tem suas intimidades expostas para todo o país, mas também fica isolado numa bolha onde problemas concretos não o atingem. A realidade fica fora do "reality".

Nada de contas a pagar, nada de trânsito caótico, nada do stress do dia a dia. Você só precisa "ser você mesmo" e interagir com os outros participantes. O que tampouco é fácil: todos os ex-jogadores dizem que, lá dentro, as emoções são intensificadas à velocidade cinco.

Natália repetiu seu jogo de 2008, quando conseguiu ser a vice-campeã. Tivesse estudado melhor o histórico do programa, teria percebido que os discretos como ela nunca chegam em primeiro lugar.

Recebem poucos votos da casa, escapam de quase todos os emparedamentos, conquistam fama de boas-praças. Mas jamais põem as mãos na grana maior.

Muitos até preferem a fama de ex-BBB e os contratos que daí advém, o que parece ser o caso de Natália. Ela garantiu para si mesma mais alguns aninhos de subcelebridade.

Mas fica a dica para os futuros confinados: quem quiser ficar rico e famoso para valer, precisa se arriscar mais.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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