Tony Goes

Eliminação de Aline deixa o "BBB13" mais sem graça

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Vamos imaginar que a Disney fosse relançar o clássico "Branca de Neve e os Sete Anões", o primeiro desenho animado em longa-metragem da história, em formato de "reality show".

Eliminada do "BBB13" Aline abaixa calça e fica de calcinha no programa de Ana Maria Braga
Com 77%, Aline é a primeira eliminada do "BBB13"; relembre as pérolas da carioca
No "BBB13", Dhomini chama Anamara de "mulher macho"

Logo na primeira semana, dois personagens iriam para o paredão: a Rainha Má e o anão Soneca. Adivinha quem seria eliminado pelo público? A Rainha Má, é óbvio, com mais de 95% dos votos.

E o que aconteceria daí para a frente? Nada. Absolutamente nada. Nada de maçã envenenada, nada de sono eterno, nada de beijo de amor, nada de felizes para sempre. Sem um vilão, a história simplesmente não rola.

Este é o perigo que ronda todos os "reality shows" onde o telespectador é convidado a dar sua douta opinião. Os participantes polêmicos, sem papas na língua, são sempre os primeiros a sair da competição. Sobram as populares "samambaias": candidatos que não fedem nem cheiram. Ficam lá dentro só fazendo fotossíntese e transformando o ambiente num jardim botânico.

Foi o que aconteceu numa das edições da "Fazenda", onde só chegaram à reta final alguns modelos de que ninguém se lembra mais. E é o que periga acontecer nesse "BBB13", que conseguiu a façanha de perder dois de seus concorrentes mais agitados logo na primeira semana.

Bambam, é verdade, saiu por livre e espontânea vontade. Ainda não está bem claro por quê, mas parece que o vencedor do "BBB1" já teve sua cota de gritos do Boninho nesta vida.

Ontem foi a vez da carioca Aline. Estava na cara que ela seria varrida para fora da casa desde que Fani a emparedou. Seu estilo desbocado não agradou ao eleitorado (que, como sabemos, é formado esmagadoramente por mulheres). Suas frases memoráveis, recheadas de sinceridade e erros de português, irritaram mais de três quartos dos votantes.


Será que essa gente não percebe que, sem Aline, esse "BBB" fica muito menos "crazy"? É como se uma novela perdesse a protagonista logo na largada. E Aline era uma das protagonistas do programa, tanto que foi a estrela da animação de Maurício Ricardo exibida ontem. O "coxinha-creme" Ivan também apareceu na vinheta, do mesmo jeito que na vida real: como um coadjuvante apagado.

E não me venham com esse papo de que Aline não "merece" ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais. Já disse e repito: ninguém merece ganhar tanto dinheiro assim, nem mesmo a Madre Teresa de Calcutá.

Precisamos parar de encarar o "BBB" como um concurso entre bonzinhos e malvados, onde os primeiros saem recompensados e os segundos, humilhados. Se o seu candidato favorito ganhar, ele não vai dividir o prêmio com você.

Temos mais é que ser egoístas nessa hora e pensar em nós mesmos, telespectadores. Quem vai deixar o programa mais divertido? Certamente que não será o Ivan. O sujeito provavelmente é um bom moço, excelente caráter, filho amantíssimo, etc. etc. Mas se acha no direito de tirar a camisa sem ter um físico que justifique, e no de ficar calado quando queremos ouvir bobagens.

Aline vai fazer falta. Ainda bem que Dhomini continua lá dentro, cantando de galo e implicando com Eliéser. Resta saber até quando: se ele sair logo, assistir ao "BBB13" pode ficar tão interessante quanto ver tinta secar.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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