Os altos e baixos de 2015 na TV aberta
A poucos dias do fim do ano, é hora de fazer um balanço do que a TV aberta nos ofereceu de bom e ruim.
É preciso dizer: já vimos anos piores — quem foi adolescente na época do sushi erótico do Faustão e de novelas deprimentes como "Meu Bem, Meu Mal" sabe do que estou falando.
2015 foi ano de boas novelas na Globo, mas também da Record despontando como forte concorrente, e da Bandeirantes fazendo o reality mais comentado do ano. Claro, houve programas ruins, mas tá aí o Netflix pra nos ajudar com o tédio de domingo à noite.
OS ALTOS
O ANO DAS NOVELAS
A coisa que mais se ouve por aí é que novela é coisa do passado. E no entanto 2015 foi o ano das novelas. No horário nobre das oito (ou das nove), "A Regra do Jogo" é a trama mais inteligente da Globo desde "A Favorita", com suas mil reviravoltas. "Os Dez Mandamentos" é cafona, mas recuperou o prestígio da Record no horário e criou uma guerra de audiência como há muito não se via —empurrando "A Regra" para cada vez mais tarde.
Às seis, a Globo emendou este ano duas ótimas novelas, ambas sucesso de audiência: os dramas familiares dos filhos de proveta do velejador Miguel em "Sete Vidas"; e "Além do Tempo", que inovou dividindo sua história entre passado e presente, com bons papéis pra Irene Ravache e outros veteranos.
E, claro, às 23h, uma novela que tinha tudo pra ser brega como "50 Tons de Cinza", mas com uma direção espetacular que segurou a tensão do começo ao fim: "Verdades Secretas". O Faustão que me perdoe, mas a atriz do ano foi Drica Moraes.
MASTERCHEF BRASIL
Em sua segunda temporada, o reality gastronômico da Band só viu aumentar sua popularidade, campeão de comentários nas redes sociais. Participantes como a chinesa Jiang foram puro carisma, e o povo continuou acordando de olheiras na quarta-feira para trabalhar, depois de acompanhar o programa até 1h da manhã. (Mesmo com a polêmica da pedofilia, o "MasterChef Júnior", que estreou em outubro, soube segurar o público cativo do gênero).
OS BAIXOS
BABILÔNIA E PARAISÓPOLIS
Em 2015, a Globo não deu sorte quando batizou suas novelas com nomes de comunidades. Cercada de expectativas, "Babilônia", de Gilberto Braga, foi afundando até ter um dos piores últimos capítulos de todos os tempos, com Inês (Adriana Esteves) e Beatriz (Glória Pires) se jogando juntas de um penhasco numa péssima imitação de "Thelma & Louise". Às sete, "I Love Paraisópolis" tentava fazer o público engolir Caio Castro como líder da favela, também era de fazer desligar a TV. (E o pior é que a nova trama do horário, "Totalmente Demais", é tão fraquinha quanto...)
XUXA NA RECORD
OK, Eduardo Cunha faz muito mais mal ao Brasil do que a Xuxa. Mas tenho fé que, daqui a cinco anos, não ouviremos mais falar desse infeliz. Já a Xuxa... Deixa a minha vida um pouco mais medíocre desde 1986. Lá se vão quase trinta anos! E a Record faz o quê? Traz a Xuxa de volta. Para quê? Ninguém entendeu ainda. É pra frente que se anda, Brasil, pelo amor de Deus...
OS PROGRAMAS DO BONINHO
Boninho já foi o grande gênio da era dos reality shows quando o "BBB" estreou, lá nos idos de 2001. Hoje, ele está à frente do "Tomara que Caia", uma "batalha de improvisos" (zzzzzzzz....) que parece exercício de escola de teatro, e do "É de Casa", um "jornalístico" com dicas pra casa que mais parece a lotação dos apresentadores sem função hoje na emissora. Dois bons momentos da semana pra ir ler seu livro ou ver mais um episódio da sua série no Netflix.
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