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Treinador do tigre de 'As Aventuras de Pi' é acusado de maltratar animais e se defende

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Um treinador de animais-atores de Hollywood está se defendendo após um vídeo em que aparece chicoteando um tigre.

O vídeo foi publicado pela ONG de direitos animais PETA e mostra Michael Hackenberger, diretor do zoológico Bowmanville, do Canadá, chicoteando um tigre repetidas vezes.

Em um vídeo de resposta, Hackenberger alega que só estava agitando o chicote no ar. "Nenhum tigre permaneceria deitado sendo chicoteado tantas vezes assim. Ele tentaria me matar", argumenta.


Ao receber supostamente as 19 chicotadas, o tigre deita de costas e cobre o rosto com as patas. Segundo a PETA isso é uma reação ao medo, comum em felinos. O tratador assume apenas duas das chicotadas (as duas primeiras), que segundo ele fazem parte do treino.

Hackenberger forneceu animais treinados para uma série de produções na TV, incluindo "A Entrevista" (2014), de Seth Rogen e o famoso tigre de bengala de "As Aventuras de Pi" (Ang Lee, 2012). Em 2013, uma investigação do "Hollywood Reporter" revelou que outro tigre quase se afogou no set de filmagem.

No vídeo editado pela PETA, o tratador é ouvido discutindo as melhores formas de infligir dor aos tigres. "Gosto de bater neles no rosto e nas patas", diz.

Consciente de que seria criticado por defensores dos direitos dos animais, o tratador ainda pede segredo à pessoa que o estava filmando (sem saber). "Se estivéssemos gravando um vídeo o tempo todo que você está aqui, e você fizesse uma montagem de 45 segundos das vezes em que eu bati no animal, a PETA botaria fogo nesse lugar", diz ele.


Segundo o "Hollywood Reporter", a PETA reportou o abuso a um órgão local, que já está investigando o caso.

"Hackenberger foi filmado chicoteando repetidamente e viciosamente um tigre jovem amedrontado e ainda discute as maneiras mais eficientes de bater num animal, dizendo com todas as letras 'adoro bater na cara deles'. Animais selvagens fazem truques estressantes e confusos porque estão sob ameaça", disse à publicação Brittany Peet, diretora de animais cativos da ONG.

Em seu vídeo de defesa, Hackenberger discute o vídeo da PETA durante 30 minutos, no mesmo local onde foi gravado. "Eu não bati nesse animal. Bati no chão ao lado dele". Ele diz ainda que o tigre só se mexe porque obedece aos comandos de outra tratadora, com ele na coleira. Ainda no vídeo, ele faz carinho no animal e alega que isso seria impossível se fosse mesmo um abusador.


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