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Movimento 'Blockout' nas redes sociais mira celebridades nos EUA

Vídeo relacionado ao Met Gala desencadeou uma série de bloqueios de famosos que não se manifestaram sobre conflitos humanitários

A atriz Zendaya no Met Gala 2024, em Nova York - Andrew Kelly - 6.mai.2024/Reuters
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São Paulo

O Met Gala ocorreu no início do mês, em Nova York, e um vídeo relacionado ao evento foi o estopim para uma onda de críticas às celebridades que não se posicionaram sobre a guerra entre Israel e Hamas e outros conflitos humanitários nas redes sociais.

O movimento leva o nome de Blockout 2024 e tem como objetivo bloquear personalidades como Kim Kardashian, Zendaya e até mesmo aquelas que não compareceram ao evento, como Taylor Swift ou Selena Gomez, com a intenção de reduzir sua relevância.

No TikTok, há vídeos com uma lista de celebridades que devem ser bloqueadas.

O objetivo é fazer com que as marcas analisem se vale a pena trabalhar com tais personalidades para divulgar um determinado produto e que o usuário não receba nenhum tipo de conteúdo patrocinado desse perfil.

O movimento começou após a influenciadora Haley Kalil, que conta com quase 10 milhões de seguidores no TikTok, publicar um vídeo de si mesma no Met Gala. Usando um vestido e chapéu adornado de flores, ela reproduz a frase: "Let them eat cake" ("Que comam brioche", em português), utilizando o áudio do filme "Maria Antonieta" de Sofia Coppola, lançado em 2006.

A frase é atribuída à rainha Maria Antonieta da França no século 18 e ficou famosa por ser uma representação da indiferença diante das necessidades do povo. Ela teria dito isso quando foi informada de que a população francesa estava sofrendo por falta de comida durante a escassez de alimentos. No entanto, não há evidências de que ela realmente respondeu dessa maneira.

Devido à frase, o termo "Let them eat cake" nunca foi tão buscado no Google dos EUA como agora. Dados do Trends mostram que o termo atingiu o pico de buscas neste mês, compreendendo desde 2004, início da série histórica da plataforma.


No Brasil, o assunto também ganhou popularidade e registrou buscas em maio no Trends. Alguns criadores de conteúdo por aqui começaram a publicar vídeos explicando o movimento para os brasileiros.

O vídeo de Kalil desencadeou uma série de debates sobre o posicionamento de celebridades diante de conflitos geopolíticos, especialmente porque fora das passarelas do Met Gala havia protestos a favor da Palestina.

Além disso, enquanto estava o ocorrendo o evento, Israel anunciava que assumia o controle total da passagem de Rafah, enquanto avançava com seus tanques em direção à cidade homônima que se tornou o último refúgio para mais da metade da população do território palestino.

Homem é detido por seguranças enquanto manifestantes a favor da Palestina participam de um protesto perto do Met Gala - Eduardo Munoz / Reuters

O evento foi até associado ao filme "Jogos Vorazes" em que na trama há aqueles que vivem na Capital e ostentam muita comida, enquanto outros distritos passam fome e sofrem a escassez de recursos.

Kalil apagou o vídeo após a repercussão negativa e disse que não foi convidada para ir ao Met Gala –apenas Anna Wintour, chefona da revista Vogue e capitã da festa, escolhe as celebridades que entram– e estava lá como apresentadora do E! News.

Ela também se desculpou por usar a frase "Let them eat cake" e destacou que era uma tendência usá-la em diversos vídeos no TikTok.

A influenciadora acrescentou que não queria enfatizar elitismo ao usar a frase, já que ela "não era da elite o suficiente para sequer ser convidada para o Met Gala", e afirmou que não tinha conhecimento suficiente para se manifestar sobre o que estava acontecendo em Gaza.

A cantora Lizzo é uma das personalidades que publicou um vídeo em suas redes pedindo aos seus seguidores que doassem a organizações que ajudam palestinos atingidos pela guerra. O conteúdo foi compartilhado no dia 9 de maio, três dias após o Met Gala.

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