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Dona Cabeluda, famosa cafetina do Recôncavo Baiano, é enterrada ao som de Rita Lee

Motocicleta sonorizada toca a música 'Pagu' durante o cortejo pela cidade de Cachoeira

Dona Cabeluda, a mais famosa das cafetinas baianas, morre aos 80 anos
Dona Cabeluda, a mais famosa das cafetinas baianas, morre aos 80 anos - Reprodução/Instagram
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Rio de Janeiro

A cidade da Cachoeira, no Recôncavo Baiano, parou para acompanhar o enterro e velório de Renildes Alcântara dos Santos, mais conhecida como Dona Cabeluda, nesta terça-feira (7). Ela era uma das cafetinas mais famosas da Bahia. Após ter o corpo velado na Câmara de Vereadores, o corpo da idosa, que morreu aos 80 anos, foi levado por familiares, amigos e moradores até o cemitério municipal.

Dona Cabeluda, que morreu de infarto no hospital regional do município, teve seu caixão acompanhado de uma motocicleta sonorizada, que tocava repetidamente a música "Pagu", de Rita Lee durante o cortejo. A letra faz referência a Patrícia Galvão, conhecida como Pagu, que foi militante política, escritora e musa do movimento modernista, e celebra também a força das mulheres.

Renildes era dona do brega mais antigo de Cachoeira e sua vida foi contada no livro "Uma História de 'Cabeluda': Mulher, Mãe e Cafetina", da historiadora Gleysa Teixeira Siqueira. Ela nasceu em Itabuna, no sul da Bahia, e saiu de casa aos 12 anos, fugindo dos espancamentos da família. Depois, teve um casamento com um homem de 30 anos, sofreu violência doméstica e se separou quando nasceu a primeira filha.

Segundo ainda publicação, ela começou a trabalhar com vendas de bebidas na praia, no entanto, entrou na prostituição. Dona Cabeluda passou por vários estabelecimentos em Aracaju, Feira de Santana e Candeias até se fixar em Cachoeira, cidade a 120 quilômetros da capital Salvador. Renildes era conhecida por ser uma cafetina rigorosa, sem permitir bagunça, som alto, drogas ou menores de idade.

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