Na estreia de 'A Vigilante do Amanhã', confira outros filmes acusados de 'embranquecer' o elenco
Scarlett Johansson voltou às telonas nesta quinta-feira (30), com a estreia de "A Vigilante do Amanhã". Mas apesar de ser a atriz mais lucrativa de Hollywood, sua presença no filme não agradou a todo mundo.
Isso porque o longa-metragem é baseado em um mangá, mas faltam atores asiáticos entre seus protagonistas. "A Vigilante do Amanhã" acabou sendo acusado de "embranquecer" seu elenco (o famoso "whitewashing"), ocidentalizando uma história bastante querida no Japão e gerando revolta entre os fãs.
A prática não é estranha a Hollywood: todos os anos, diversos filmes são acusados de colocar atores brancos para interpretar personagens de outras etnias.
Recentemente, para evitar polêmica, a Disney anunciou que as novas versões de "Mulan" e "Aladdin" terão protagonistas asiáticos e árabes, respectivamente.
Mas assim como "A Vigilante do Amanhã", são vários os filmes que continuam enfurecendo o público na hora de escolher seus elencos. Confira alguns deles.
"Bonequinha de Luxo" (1961)
Um dos mais desastrosos exemplos de "whitewashing" foi no clássico "Bonequinha de Luxo", com Audrey Hepburn. Lançado em 1961, o romance traz o ator americano Mickey Rooney como o vizinho japonês da protagonista Holly Golightly. Para piorar, seu personagem, senhor Yunioshi, é completamente cômico e acaba reforçando diversos estereótipos considerados racistas.
"Peter Pan" (2015)
Mais recentemente, a americana Rooney Mara esteve no centro de uma polêmica graças a seu papel no filme "Peter Pan". Lançada em 2015, a trama conta a história do "menino que não queria crescer", mas foi Rooney quem recebeu a maior parte da atenção. Ela interpretou a índia Tigrinha, apesar de não ter qualquer traço indígena. A atriz chegou a se arrepender e disse ao jornal "Telegraph" que "odeia ficar deste lado da conversa sobre 'whitewashing'".
"Othello" (1965)
Baseado na peça de William Shakespeare, "Othello" acompanha o "mouro de Veneza", um general do norte da África que duvida da fidelidade de sua mulher após uma armação. O problema desta versão é que o protagonista foi interpretado por Laurence Olivier, ícone do cinema britânico que fez "blackface" (pintou o rosto de preto) para viver o personagem. Ele chegou a ser indicado ao Oscar pelo papel.
"Amor, Sublime Amor" (1961)
O "whitewashing" também atingiu os latinos. Vencedor de dez Oscars, incluindo melhor filme, o musical "Amor, Sublime Amor" é uma reinterpretação de "Romeu e Julieta" em meio a uma disputa de gangues: uma de americanos e outra de porto-riquenhos. A mocinha da história, Maria, é hispânica, mas foi interpretada pela americana Natalie Wood, que é filha de russos. Durante o musical, ela precisa forçar o sotaque de estrangeira. Em compensação, Rita Moreno, que no filme vive Anita, foi a primeira mulher latino-americana a levar um Oscar de atuação.
"Êxodo: Deuses e Reis" (2014)
Ridley Scott não pode acertar sempre. Diretor de filmes como "Alien" e "Blade Runner", o britânico dividiu opiniões quando lançou "Êxodo: Deuses e Reis". Não somente pela qualidade do filme, mas também por ter escalado atores brancos para viverem egípcios na trama. Seu compatriota, Christian Bale, ficou com o papel de Moisés, enquanto o australiano Joel Edgerton fez o faraó Ramsés 2º. Na época, Ridley Scott chegou a dizer que nunca conseguiria financiamento para um filme como "Êxodo" se escolhesse atores egípcios para os papeis principais. Outros filmes bíblicos recentes, como "Noé" e "A Paixão de Cristo", sofreram críticas semelhantes.
"Doutor Estranho" (2016)
Faz pouco tempo que Tilda Swinton também foi criticada por interpretar uma personagem de outra etnia. Em "Doutor Estranho", a britânica fez a Anciã, que nos quadrinhos da Marvel é apresentada como um homem tibetano. Sobre a polêmica, o diretor Scott Derrickson disse que a escolha da atriz estimulava a diversidade ao "desconstruir o estereótipo" de seu personagem.
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