Você viu?

Livro sobre assédio sexual será lançado após campanha nas redes sociais

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Um livro sobre assédio sexual será lançado após uma campanha nas redes sociais ter reunido relatos de mulheres que sofreram sua primeira situação de abuso ainda na infância.

A campanha #PrimeiroAssedio, lançada no Twitter pela ONG feminista Think Olga em virtude da polêmica envolvendo o programa "MasterChef Júnior", inspirou a professora universitária Giovana Dealtry, 48, a organizar a publicação.

Ela diz que a ideia surgiu após a intensa mobilização pelas redes sociais.

"Foi tudo muito rápido. Como as pessoas que me conhecem pelo Facebook sabem que sou feminista, começaram a enviar relatos 'inbox' para mim, pedindo que eu os publicasse anonimamente. Comecei a publicar, sem nenhuma edição, no meu mural", conta.

Em seguida, Dealtry foi contada pela editora Zazie Edições, para reunir estes relatos em um livro, com o intuito de materializar as situações de assédio.

"O objetivo é dar visibilidade a esses relatos, garantir que eles não morram nesse espaço do Facebook e possam permanecer como memória de uma luta horizontalizada de todas as mulheres", declara.

Apesar de inspirado pela hashtag, o livro reunirá somente os relatos recebidos pela professora e com o consentimento das vítimas.

Crédito: Reprodução/Twitter ONG ThinkOlga pede a usuárias do Twitter que relatem a primeira vez que sofreram assédio (Primeiro Assedio)
ONG ThinkOlga pede a usuárias do Twitter que relatem a primeira vez que sofreram assédio (Primeiro Assedio)

"Eu sou a única responsável pela organização. Então as pessoas não devem enviar relatos para perfis que dizem que estão me assessorando ou que são minhas amigas", alerta.

O anonimato será garantido pela publicação, que se preocupa com a segurança das mulheres que compartilharam suas histórias.

"Não há exposição de agressores. Elas mesmas [as vítimas] não usam nomes, nem de lugares", explica.

O objetivo é que a publicação seja virtual e inteiramente gratuita, para alcançar o maior número de pessoas.

"O livro poderá ser lido por qualquer um, em qualquer lugar. Uma professora vai poder usar isso em sala de aula, uma mãe vai poder mostrar pra filha", diz.

"Violência contra a mulher, como bem disse o enunciado da redação do ENEM, é algo persistente, secular. Espero que esse livro sirva à memória de nossa época e que um dia isso se torne só memória mesmo, não mais vivência."

A data limite para o envio de relatos e testemunhos é 15 de dezembro. O livro deve sair em março.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias