Respondendo uma pergunta sobre por que há poucas mulheres jogando xadrez, o enxadrista Nigel Short deu uma resposta que causou controvérsia entre os praticantes do esporte, dizendo que mulheres "não têm cérebro" para jogar xadrez.

"Por que [mulheres e homens] têm que funcionar do mesmo jeito? Eu não tenho o menor problema em admitir que a minha mulher tem muito mais inteligência emocional do que eu. Da mesma forma, ela não fica envergonhada de me pedir para manobrar o carro na nossa garagem apertada", disse Short.

"Seria ótimo ver mais mulheres jogando xadrez, e num nível mais alto, mas, ao invés de nos preocuparmos com desigualdade, talvez deveríamos ficar calmos e aceitarmos isso como um fato", completou.

Short é um dos principais jogadores de xadrez da Inglaterra, mas perdeu para a húngara Judit Polgar em oito jogos, como lembrou Amanda Ross, que administra um clube de xadrez em Londres.

"Ela [Polgar] deve ter usado o cérebro masculino dela. Espero que o Nigel não tenha batido o carro dele nesse dia, tentando estacionar", alfinetou Amanda no Twitter.

Short respondeu às críticas no Twitter, dizendo que as pessoas estão sofrendo de incompreensão. "Homens e mulheres têm cérebros diferentes. Isso é um fato biológico. Além disso, eu nunca disse que as mulheres tinham cérebros inferiores. Isso é uma tentativa nojenta e falsa de me escrachar", afirmou.

Polgar, que é a única mulher que já conseguiu se qualificar para o Campeonato Mundial de Xadrez, comentou a polêmica ao "Telegraph".

"Geralmente, os jogadores homens dizem que eu sou uma exceção. Homens e mulheres são diferentes, mas há formas diferentes de pensar e competir que ainda assim conquistam os mesmos resultados", disse a enxadrista.

Não é a primeira vez que um mestre de xadrez diz que mulheres não têm capacidade para o jogo. Garry Kasparov, um dos jogadores de xadrez mais famosos do mundo, já disse que "mulheres, por natureza, não são jogadores de xadrez excepcionais: não são boas de briga".