Estudo americano diz que cigarro eletrônico pode ser cancerígeno
Pesquisadores da Universidade do Estado de Portland, nos Estados Unidos, publicaram um novo estudo sobre os efeitos nocivos do cigarro eletrônico para a saúde. Eles divulgaram os resultados da pesquisa em forma de carta na última edição do "New England Journal of Medicine" e revelaram que o líquido que cria o vapor tragado pode formar uma substância cancerígena, o formaldeído.
De acordo com o estudo, essa substância não aparece caso o cigarro seja usado em baixa voltagem (3,3 volts). No entanto, ela é formada quando o líquido é aquecido por um corrente mais alta (5 volts). Nessa voltagem, a taxa de formaldeído fabricada é muito superior àquela encontrada nos cigarros convencionais.
Os pesquisadores afirmam ainda que o usuário de cigarro eletrônico que traga todo dia cerca de 3 ml desse líquido vaporizado aquecido ao máximo absorve 14 miligramas de formaldeído. Em comparação, uma pessoa que fuma um maço de cigarro por dia absorve cerca de três miligramas da substância cancerígena. A longo prazo, a inalação de 14 miligramas dessa substância nociva todo dia pode multiplicar entre 5 e 15 vezes o risco de câncer, segundo estudos anteriores.
Pesquisador inglês discorda
O pesquisador inglês Peter Hajek, no entanto, discorda das conclusões dessa pesquisa. Diretor do departamento de tabagismo da Faculdade de Medicina e Odontologia de Londres, ele afirma que "quando os fumantes de cigarros eletrônicos aquecem demais o líquido, ele fica com um gosto amargo desagradável". Isso evita o uso em alta voltagem.
Em agosto, a Organização Mundial da Saúde havia alertado sobre o perigo do uso de cigarros eletrônicos em locais públicos, uma conclusão julgada exagerada por alguns especialistas, que consideram a versão eletrônica menos nociva que o cigarro comum —que contém cerca de 4.000 substâncias tóxicas.
Cigarro eletrônico de cannabis
O primeiro cigarro eletrônico com extrato de cannabis deve ser proibido pelo governo francês, por incitação ao consumo da droga, mesmo que o fabricante tenha afirmado que ele é "100% legal". A ministra da Saúde, Marisol Touraine, pediu "uma análise muito precisa do produto".
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